"Com mais este acordo, FESAP e STE legitimaram a intenção do Governo de:
- liquidar a generalidade das carreiras profissionais da Administração Pública;
- fazer depender as progressões na carreira da boa-vontade das chefias e das eventuais disponibilidades orçamentais:
- flexibilizar os horários de trabalho;
- reduzir horários de trabalho e, consequentemente, as remunerações;
- transformar a instabilidade em regra, exterminando os vínculos laborais estáveis;
- introduzir os despedimentos na Administração Pública;
- atentar contra os direitos sindicais.
Com este acordo, a UGT, através da FESAP e STE, criou condições para que, também na profissão docente, possam ainda agravar-se mais as condições de exercício profissional abrindo caminho a que este ou outro governo que lhe suceda imponha regras que desvalorizem ainda mais a profissão e a carreira dos docentes portugueses."
As minhas considerações são muito mais simples e directas. Em que reunião, plenário ou outro mecanismo de democracia interna sindical é que houve algum português empossado para o exercício de funções públicas que tenha mandatado a UGT para negociar a natureza do seu vínculo laboral?
Com que legitimidade é que esta "rapaziada" atraiçoa descaradamente aqueles que diz representar?
Se ainda estivéssemos no século XIX talvez umas boas bengaladas pusessem esta malta no bom caminho.
Sei lá porquê vem-me à ideia uma leitura obrigatória dentre as leituras únicas do Estado Novo:
OS BOIS
Os bois! Fortes e mansos, os boizinhos, - leões com corações de passarinhos!
Os bois! Os grandes bois, esses gigantes, tão amigos, tão úteis, tão possantes!
Vede os bois a puxar, pelas estradas, aquelas pesadíssimas carradas.
O corpo deles, com o esforço, freme, e o carro geme, longamente geme...
E à noite, pela estrada tão sozinha, o carro geme, geme, e lá caminha...
E parece, pela noite envolta em treva, que é o carro a chorar por quem o leva.
Vede o boi a puxar à velha nora, que parece também que chora, chora...
A nora chora, e o boi, cansadamente, anda à roda, anda à roda, longamente...
E parece pela tarde erma que expira, que é a água a chorar por quem a tira.
Mas vede os bois, também, nessa alegria de trabalhar na terra à luz do dia!
Vede os bois a puxar ao arado, agora que o lavrador conduz pelo campo fora!
Eis um canto de amor no ar se espalha: - é a terra a cantar por quem trabalha!
O arado rasga a terra, e os bois, passando, com os seus olhos a vão abençoando. Sem as suas fadigas e canseiras, não teriam florido as sementeiras!
Sem a sua força, sem a sua dor, não estava rindo a terra toda em flor!...
E, por onde os bois lavraram, as fontes frescas brotaram, as árvores verdejaram, os passarinhos cantaram, as flores floriram, os campos reverdeceram, os pães cresceram e os homens sorriram!...
Gosto imenso dos nossos jornalistas. É o Português moderno na sua máxima amplitude. Em Neuchatel estão a ser instaladas "baias" nas imediações do hotel onde vai ficar instalada a nossa selecção. Gosto deste uso "livre" da língua. Logo de manhã sabíamos que Socrates não congelaria os combustíveis. Fiquei aliviado, por cá não há gasóleo de Inverno.
Soubemos hoje que, segundo o Banco de Portugal, são os jovens e os com menores rendimentos que vão sofrer mais os impactos da actual crise. Ficámos também a saber que os portugueses não poupam e que as suas dívidas representam a quase totalidade do PIB. A nata anda claramente acidulada. Até eu já tinha intuído.
Hoje o DN traz um artigo de Mário Soares. Estranhos tempos em que é preciso lembrar a um Partido Socialista a necessidade de reflectir sobre a pobreza, as desigualdades sociais e o descontentamento das classes médias. Acaso não é valor fundacional do socialismo, talvez não do moderno, o combate das desigualdades e a preocupação com a pobreza?
Já agora vale a pena lembrar outros tempos e outras vontades.
A esta hora lá estamos outra vez a ouvir o velho Silva Lopes. Inocente como todos os outros... Como dizia a velha Maggie: "get on your bike".
Se algo mais fosse preciso para demonstrar a superioridade moral de um Povo e do seu governo,istobastaria para calar a boca a muito boa gente. Que pena nós, portugueses, não aprendermos nada!!! É o nosso triste Fado!!!
"Portugal foi hoje apontado em Bruxelas como o Estado-membro com maior disparidade na repartição dos rendimentos, ultrapassando mesmo os Estados Unidos nos indicadores de desigualdade. O Relatório Sobre a Situação Social na União Europeia (UE) em 2007 conclui, no entanto, que os rendimentos se repartem mais uniformemente nos Estados-membros do que nos Estados Unidos, à excepção de Portugal."
.......................
A isto é que se chama estar no pelotão da frente!!! Só os "comunas" é que não percebem!!!
Um país onde os professores são tratados da forma como se tem visto ao longo destes anos de democracia à portuguesa sofre seguramente de doença grave de diagnóstico difícil de obter através dos meios habituais.
Todos tivemos profressores que considerámos maus por motivos que hoje nem sempre conseguimos explicar. Mas todos tivemos certamente bons professores, que permanecerão para sempre na nossa memória não apenas pela forma como nos ensinaram as matérias constantes dos programas das disciplinas, mas pela força com que nos ajudaram a descobrir os novos caminhos por onde fomos encontrando os sonhos imensos da vida que pudemos mais tarde construir.
E no entanto, se pararmos um pouco para melhor reflectir, chegaremos à conclusão que muito do bom e do menos bom que nos marcou nos anos que passámos pelas diversas escolas ficou a dever-se, não apenas às qualidades e defeitos dos sucessivos professores, mas também aos colegas e amigos com quem melhor ou pior conseguimos conviver e partilhar alegrias e tristezas, aos funcionários mais ou menos capazes de nos acarinhar ou castigar acima do previsto nas normas internas, dos responsáveis pela gestão das escolas tantas vezes "mais papistas que o papa", dos programas mais ou menos desadequados em relação ao essencial da realidade da vida que conhecíamos fora dessas escolas. Para não falar das contradições entre os valores de se pretende que as escolas sejam os baluartes e a sociedade que a política oficial nos oferece sob o pretexto dos votos maioritariamnete expressos de acordo com as regras democráticas.
Estamos mais uma vez numa daquelas fases a que os grandes ideólogos destas coisas do ensino chamam de reforma essencial e urgente.
E eu fico-me a pensar, na minha qualidade de leigo no assunto, quando surgirá a coragem de recriar a motivação que nos faça desenvolver a verdadeira alegria de aprender.
Enretanto, não quero deixar de registar aqui o meu singelo gesto de homenagem aos professores que tiveram a coragem de vir dizer, de cara descoberta, ao longo de muitas ruas deste Portugal, que ainda existe capacidade para resistir contra qualquer tentativa de imposição de silêncio.
Porque a liberdade também se aprende nas escolas.
E a liberdade não se pode deixar amordaçar por mais ou menos hipócritas festas de comemoração de qualquer 25 de Abril.
E, no entanto, em cada esquina trocam-se palavras de insatisfação e de lamento ...
Que medo é este que nos faz calar ?
Está alguém aí desse lado ?
Abram as janelas !!!
Recusem-se a interromper voluntariamente a força de dizer, para quem quiser ouvir, tudo o que pensam e sentem, mesmo que não tenham a certeza de que têm razão.
O futuro será sempre o resultado dos encontros e desencontros que tivermos a coragem de desenhar em cada momento de cada dia.
Se há coisas com que eu embirro solenemente ... é ser tratado como intelectualmente débil. Infelizmente não há mês, semana ou dia em que um artista qualquer, parido por uma qualquer pseudo- universidade independente, não vomite um escarro cerebral do alto da sua petulante boçalidade. Hoje, a coisa atingiu o inacreditável numa demonstração inequívoca de como o País está "entregue aos bichos" e como estes, querem fazer de nós parvos!!! Começa a ser tempo de dizer ... BASTA!!!
"António Guterres, alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, alertou hoje para situações de crise global, como a subida do preço dos alimentos, considerando que, "da maneira como a comunidade internacional está a olhar para o mundo", não serão feitos muitos progressos. O ex-primeiro-ministro português falava no final uma visita ao Fundão e à aldeia das Donas ... António Guterres mostrou-se preocupado com a subida do preço dos alimentos, da energia, a desaceleração da economia mundial, "que se faz sentir sobretudo nos mais pobres" e as alterações climáticas. Tudo isto a par de conflitos "no Afeganistão, Iraque, Palestina, Sudão". "E esperemos que não no Líbano", acrescentou. Guterres considera que "há uma série de ameaças que já se concretizaram ou estão como uma espada sobre as nossas cabeças e que nos devem levar a pensar como é possível olhar para o mundo de outra maneira". "Pela maneira como estamos, como a comunidade internacional está a olhar para o mundo, não iremos longe", defendeu. O alto-comissário da ONU sublinha que "o fosso entre ricos e pobres é um dos problemas mais dramáticos da globalização" ..." in Público
Pois é ... depois de tantos e tantos anos a denunciarmos este estado do mundo, chega a hora do ex-primeiro ministro, na sua pele de socialista(?) de rosto humano(?), descobrir a pólvora. Esquece-se, no entanto, de dizer quem faz o mal ... e a caramunha!!! Assim ... não iremos longe!!!
Estávamos em 1972 e Samuel lançava o seu primeiro disco (ainda em vinil). A revista mc - mundo da canção (editada no Porto por Avelino Tavares, desde 1969), publicava no seu nº. 33, de Novembro de 1972, na pág. 12, uma análise da autoria do então colaborador Tito Lívio. É uma cópia dessa página que aqui vos deixo para reler com atenção:
Aí está a RTP1 a repetir as músicas e as vozes de Abril. Na plateia aí estão os feitores e o cangalheiros de Abril. Parece bem. Vai um cravinho? Resta o quê? Segundo já aqui referimos, e segundo o António Barreto, já não há guerra e vivemos em democracia. As sucessivas canções lá vão pondo a lágrima ao canto do olho de sonhos que há muito se esfumaram ...
BRITEIROS pretende-se como um espaço de expressão, de lucidez e de revolta, contra o individualismo
ultraliberal e pós-moderno, a resignação, o fatalismo e a preguiça intelectual.