BRITEIROS: Miguel Torga – (12 Agosto 1907 - 17 Janeiro 1995) <$BlogRSDUrl$>








segunda-feira, janeiro 17, 2005

Miguel Torga – (12 Agosto 1907 - 17 Janeiro 1995)

Um dos expoentes máximos da literatura portuguesa, com uma obra que corre entre a poesia, o conto, o romance e o teatro, Adolpho Correia da Rocha nasceu em S. Martinho de Anta, distrito de Vila Real. Após uma curta experiência de emigração no Brasil, regressou ao país e ingressou, em 1928, na Faculdade de Medicina de Coimbra, onde se formou em 1933.
Reivindicando-se ibérico, escolheu o pseudónimo de Miguel, por admiração por dois grandes vultos espanhóis (Cervantes e Unamuno), e Torga como homenagem ao arbusto da sua montanha transmontana, austero e resistente.
Entre os 10 anos da sua morte (2005) e o centenário do seu nascimento (2007), Miguel Torga será homenageado num programa que integrará iniciativas diversas como o lançamento de um concurso de ideias para um monumento, um colóquio literário, a apresentação de um selo de correio e de um carimbo do dia, um concurso para as crianças e jovens, a edição de um roteiro, um seminário internacional e variadas exposições.
No âmbito desse programa de homenagem, a autarquia de Coimbra concretizou recentemente a compra da casa onde o escritor viveu durante cerca de 40 anos, para lá criar a Casa–Museu, onde se desenvolverão actividades culturais ligadas à vida e obra de Torga e de outros grandes vultos da cultura coimbrã e nacional.
Miguel Torga costumava dizer Eu seria capaz de viver longe da minha pátria, como um emigrante que ganha o seu pão. Cheguei mesmo a fazê-lo. Mas não poderia nunca viver longe dela como escritor. Faltar-me-ia o dicionário da terra, a gramática da paisagem, o Espírito Santo do povo.
Num balanço de ardor inquieto e mal resignado dos reversos da História, Miguel Torga reinventou Portugal, como um tesouro, graças à energia do seu verbo restaurador.

Quanto mais longe vou, mais perto fico
De ti, berço infeliz onde nasci.
Tudo o que tenho, o tenho aqui
Plantado.
O coração e os pés, e as horas que vivi,
Ainda não sei se livre ou condenado.


:: enviado por JAM :: 1/17/2005 09:11:00 da manhã :: início ::
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