sábado, outubro 08, 2005

A campanha autárquica

Já não há campanhas como dantes ou já não há pachorra como dantes?

Por via de regra, os candidatos foram tão estimulantes como pepinos do mar, os seus discursos foram bons para boi dormir (como dizem os brasileiros), as músicas das campanhas (melhor dizendo: os ruídos) pimba-catrapimba, os cartazes patéticos e/ou deprimentes, as mensagens inócuas (na melhor das hipóteses)... Nem a campanha do Bloco esteve à altura de anteriores campanhas criativas, imaginativas, “fracturantes” – parece que o Bloco também já começa a usar gravata mental, que está a deixar de ser o “enfant terrible” da nossa politica partidária e a enveredar pelo caminho da normalização.

Será isto que merecemos? Se calhar, sim...

De qualquer modo, as campanhas eleitorais são as únicas ocasiões em que se vêem os futuros e/ou passados governantes, autárquicos e centrais, a bajularem o zé-povinho e a ouvirem, cara a cara, de vez em quando, aquelas de que o diabo não gosta.