domingo, fevereiro 05, 2006
A mim ninguém me cala
Os iranianos já não têm dúvidas de que a comunidade internacional está decidida a impedir o avanço do seu programa nuclear militar. Mas têm ainda esperanças de poder dividi-la, em relação à forma como pretendem concretizar esse impedimento. Para além das palavras, a estratégia de Teerão baseia-se no calculismo de que, quer os Estados Unidos, quer os seus aliados, não dispõem, no momento, de meios suficientes para se envolverem noutro conflito na região.
Farhad Khosrokhavar, um destacado intelectual iraniano exilado em França, disse há dias ao Nouvel Observateur: “É preciso não esquecer que Ahmadinejad representa todo o exército de pasdarans (os guardiões revolucionários), essa parte da população que, desde a fundação da república islâmica, se identifica com o ideal do martírio, da abnegação, do suicídio e da morte, só com o fito de alcançar os ideais da revolução. Ahmadinejad nunca teve qualquer contacto com o mundo exterior, com o Ocidente. E, para ele, todo o Ocidente está contra o islão e o Irão, e esse conflito não vai ter termo. A maioria das pessoas por ele nomeadas acredita que todo o contencioso em política externa se resume a uma prova de força. [...] Muitos iranianos, incluindo a classe média, que está contra Ahmadinejad, pelo seu islamismo, apoiam as suas ambições nucleares, por nacionalismo. Para a maioria da população, é só uma questão de dignidade”.
:: enviado por JAM :: 2/05/2006 03:53:00 da tarde :: início ::
2 comentário(s):
-
JAM: os iranianos nunca tiveram um programa nuclear militar! A própria IADE o reconhece.De , em fevereiro 05, 2006 6:48 da tarde
-
Mas hão-de ter, Margarida. Descanse que hão-de ter!De JAM, em fevereiro 05, 2006 7:10 da tarde
É só uma questão de tempo.