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segunda-feira, agosto 14, 2006

Para compreender melhor esta guerra


© desenho de Bandeira

Não há dúvidas que esta guerra, que teoricamente acabou hoje à seis horas da manhã... em ponto, foi uma guerra difícil de compreender. Impossível mesmo, para aqueles que não estão habituados ou que não têm tempo para manusear os manuais de História Universal, sobretudo os capítulos dedicados ao Médio-Oriente.
Principalmente para esses, é absolutamente necessário ter em mente algumas regras básicas, quando se lêem os jornais ou quando se vêem os noticiários. Então, tudo se torna bastante mais claro...

Regra um: No Médio Oriente, são sempre os árabes que atacam primeiro e é sempre Israel que se defende. A isso chama-se retaliação;
Regra dois: Os árabes, palestinianos ou libaneses, não têm o direito de matar civis do outro campo. A isso chama-se terrorismo;
Regra três: Israel tem o direito de matar os civis árabes. A isso chama-se autodefesa;
Regra quatro: Quando Israel mata demasiados civis, as potências ocidentais fazem apelos à contenção do exército israelita. A isso chama-se comunidade internacional.
Regra cinco: Os palestinianos e os libaneses não têm o direito de capturar militares israelitas, mesmo que o seu número seja extremamente limitado e não ultrapasse três;
Regra seis: Os israelitas têm o direito de capturar todos os palestinianos que lhes der na gana (actualmente cerca de 10.000 prisioneiros, dos quais perto de 300 são crianças). Ou seja, não há limite... e também não têm necessidade de apresentar quaisquer provas da culpabilidade das pessoas que prendem. Basta apenas pronunciar a palavra mágica “terrorista”;
Regra sete: Quando se fala em “Hezbollah”, é preciso acrescentar sempre a expressão “apoiado pela Síria e pelo Irão”;
Regra oito: Quando se fala em “Israel” nunca se deve acrescentar “apoiado pelos Estados Unidos e pela União Europeia”, pois isso poderia dar a entender que se trata de um conflito desequilibrado;
Regra nove: Quando tratam deste conflito, as rádios, televisões e jornais nunca devem falar de “territórios ocupados”, nem de resoluções da ONU, nem de violações do direito internacional, nem das convenções de Genebra, pois isso poderia ferir a sensibilidade dos ouvintes, telespectadores ou leitores, bem como a da respectiva Alta Autoridade para a Comunicação Social;
Regra dez: Os israelitas falam melhor francês e inglês que os árabes. Isso explica que se lhes dê, a eles e aos que os defendem, a palavra muito mais vezes. A isso chama-se neutralidade jornalística;
Regra onze: Se você não está de acordo com estas regras ou se acha que elas favorecem uma das partes do conflito, em detrimento da outra, isso significa que você é um perigoso anti-semita.

:: enviado por JAM :: 8/14/2006 09:21:00 da manhã :: início ::
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