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quarta-feira, outubro 18, 2006

Os custos laborais da depressão

As depressões custam, na Grã-Bretanha, dezassete mil milhões de libras anuais. Há mais pessoas com baixa devido a doenças emocionais do que o número total dos desempregados. Nos Estados Unidos, cerca de 63 mil milhões de dólares perdem-se em produtividade e 80 mil milhões adicionais são gastos nos tratamentos médicos das pessoas que sofrem de depressão crónica. A Organização Mundial de Saúde considera que a depressão grave é actualmente a principal causa de incapacitação em todo o mundo. Todos estes dados indicam enormes custos para as economias nacionais e uma redução considerável no rendimento económico das empresas. Por isso, a London School of Economics propôs a criação de psicoterapias dentro das empresas.
Só que, a psicoterapia pode ser um enorme travão na carreira profissional. Ninguém imagina um empregado a dizer ao chefe que sofre de dificuldades mentais ou emocionais. A maioria das pessoas prefere faltar por problemas mais tangíveis, como constipações, dores musculares ou, em última análise, por causa do stress. É que, hoje em dia, está na moda o stress positivo... mesmo se, é sabido, o stress prolongado desemboca na depressão. Assim, as empresas inventam remédios para o stress negativo: conciliação, flexibilidade horária, aulas de ioga, creches de empresa,... As medidas de conciliação permitem aos empregados equilibrar as responsabilidades no local de trabalho com os compromissos familiares. Quanto ao ioga, mesmo que o chefe não concorde que o empregado vá às aulas, a vantagem do curso é que ele vai poder passar meia hora a respirar fundo e a pensar (fundo também) até que ponto o chefe não gosta dele.
Todos sabemos que, no local de trabalho, existe o chamado stress positivo, que significa enfrentar, solucionar e crescer com os reptos naturais lançados pelo trabalho, e que todos nós aceitamos, mais ou menos confiantes, que, trabalhando em equipa, somos capazes de superar esses obstáculos com êxito. As melhores empresas estão conscientes da sua responsabilidade social e financeira para gerir e equilibrar o stress positivo e negativo. Aquelas que o reconhecem e actuam em conformidade apresentam níveis de absentismo significativamente inferiores, respondem com mais rapidez às exigências do mercado e desfrutam de melhores relações com os clientes. O caminho para chegar a essa maravilha é diferente de empresa para empresa, mas existe um princípio comum e universal: a confiança.
Quando não existe confiança no local de trabalho, é fácil sentir-se negativo, na defensiva e, em última instância, deprimido. Com confiança, é natural sentir-se disponível, motivado, preparado para enfrentar os maiores desafios e, acima de tudo, feliz. Faz parte do código de conduta de muitas empresas “assegurar a integridade física e psicológica dos empregados e o respeito pelo seu bem-estar social”.
Por tudo isso, é da responsabilidade das pessoas que dirigem as organizações reflectir sobre o que deve ser feito para criar um clima de confiança, onde o valor do stress seja... positivo.

:: enviado por JAM :: 10/18/2006 03:58:00 da tarde :: início ::
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