sexta-feira, outubro 12, 2007
Mais fraterno, mais pacificador, mais abastado
Depois de o Comunismo ter falhado estrondosamente na criação do “Homem Novo”, não poderíamos viver sem a esperança de que ele venha um dia a existir. À falta de alternativas políticas colocámos todas as nossas expectativas nessa espécie de religião a que chamamos ecologia e em que o combate às Alterações Climáticas é a corrente actualmente mais em voga. Este “Homem Novo” que nos propõem fará com que os seres desprezíveis e suicidários que somos praticamente todos nós possam viver um dia em total harmonia com o urso polar e com o dódó, sem modificar um milímetro do tamanho dos glaciares e sem sermos mortos por catástrofes naturais. Fá-lo-emos comandados por seres mais inteligentes que saberão, a todo o instante, a quantidade de CO2 que se pode produzir, a largura do buraco de ozono e a temperatura da água na praia da Adraga nos próximos 50 anos. A bem ou a mal.Outros seres ainda mais inteligentes descobriram que se podia ganhar notoriedade e dinheiro prevendo o Inferno se não nos arrependermos e se não arrepiarmos caminho. Uns optaram pela religião, outros chamam-se Al Gore e acaba de lhe ser atribuído o Prémio Nobel da Paz.
Consultando o testamento de Alfred Nobel, pode ler-se que o Nobel da Paz deveria ser atribuído “[…] to the person who shall have done the most or the best work for fraternity between nations, for the abolition or reduction of standing armies and for the holding and promotion of peace congresses.”
Terão sido certamente estes critérios que levaram à atribuição do Prémio a gente como Arafat, Rabin, Kissinger, Duc Tho ou a outros que a História se encarregou de esquecer. Obviamente, terão sido também estes critérios que fizeram com que o agraciado deste ano fosse Al Gore.
Alegro-me por ele. Estou certo que o preço das suas conferências acabou de duplicar.
:: enviado por U18 Team :: 10/12/2007 10:40:00 da tarde :: início ::