quarta-feira, agosto 17, 2005
Ouvir os outros...
Chegou-nos via mail:Mi(ni)stérios das Finanças...
Carlos Medina Ribeiro
Muito se tem falado da suspensão d’ «O Comércio do Porto», e muita gente pergunta «porquê?!».
Ora eu acho que tenho a resposta: veja-se o que nele li, e tirem-se as conclusões:
I - OS SERVIÇOS DE OBRAS PÚBLICAS - Os serviços do ministério das obras públicas (...) são verdadeiramente complexos: por isso, a gerência deles requer, além de muito saber, a mais cuidadosa circunspecção.
Os melhoramentos materiais que tão febrilmente empreendemos, de (...) para cá, gastando anualmente, só em estradas, (...), quantias excedidas nalguns anos, não podem ser hoje empreendidos com o mesmo entusiasmo de outros tempos, porque as circunstâncias do tesouro público impõem parcimónia no gastar e porque são tantos os melhoramentos exigidos pelo progresso social que é necessário fazer uma selecção nesses melhoramentos.
À sombra dos serviços de obras públicas tem a política dos partidos saciado as suas ambições e realizado muitos dos seus abusos; por isso, poucos ramos de administração pública carecem de inspecção tão cuidadosa como este a que nos referimos.
II - O que admira, o que maravilha a toda a gente, é que, realizadas tantas economias e aumentados constantemente as verbas da receita à custa de toda a espécie de sacrifícios por parte do contribuinte, o desequilíbrio orçamental seja cada vez maior, o estado financeiro do país cada vez pior.
É por isso que muita gente boa já treme de medo quando vê anunciado nas folhas que algum ministro vai apresentar qualquer proposta de lei de que resultam grandes reduções nas despesas ou importantes economias para os cofres públicos. E o caso não é para menos, diga-se a verdade.
III - Nada escapa. É uma perfeita rede varredora. Não obstante, as despesas do Estado tudo absorverem e muito mais, visto como o deficit engorda em vez de emagrecer, zombando assim dos sacrifícios cada vez maiores exigidos ao país.
E o pior é que ninguém vê remédio para este mal, que vem de longe e já agora parece incurável.
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Conclusão:
Ao contrário do que se possa pensar depois de ler o que acima se transcreve, o jornal não deve ter sido suspenso por ter enfrentado o Governo, mas pura e simplesmente porque não dizia nada de novo:
É que os textos são de Janeiro e Fevereiro... de 1900!