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domingo, fevereiro 05, 2006

Morreu a feminista mística

Betty Friedan, cujo livro “A mística feminina” (1963), inspirou o movimento feminista moderno, faleceu ontem, no dia do seu 85.° aniversário. Friedan redefiniu o termo “feminino” como uma construção social, em vez duma determinação biológica, e revelou os mecanismos sociais que perpetuam as relações de dominação entre os sexos.
A “primeira vaga” do feminismo, no final do século XIX e princípio do século XX, esteve centralizada na equiparação dos direitos das mulheres aos direitos dos homens: o direito à propriedade, o acesso à educação, o direito à independência económica e o direito de voto.
A “segunda vaga” do feminismo, nos anos 60, denunciou a opressão das mulheres pelo sistema patriarcal e reivindicou a sua libertação dos papéis e das expectativas impostas pelas relações de género. Uma das características dessa etapa foi fazer do privado um assunto público, nomeadamente no domínio dos direitos sexuais e reprodutivos, com a legalização da contracepção e da interrupção voluntária da gravidez. Uma outra dimensão dizia respeito à reivindicação da igualdade homens-mulheres no domínio profissional, educativo e na luta contra as instituições sexistas.
A mística feminina abriu os olhos das mulheres. Betty apreendeu uma aspiração das mulheres da sua geração, uma aspiração a algo de mais – perspectivas, reconhecimento, fruição, sucesso, capacidade de viver os seus próprios sonhos, para lá da estreita definição de “feminidade” que limitava as suas vidas.

:: enviado por JAM :: 2/05/2006 06:58:00 da tarde :: início ::
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