domingo, maio 28, 2006
Meter isto na ordem - 1
O novo Rumo...
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Eu sei... eu sei!... Já ninguém tem pachorra para ler mais sobre a guerra civil do Darfur, o genocídio do Darfur, os mais de duzentos mil mortos nos últimos três anos no Darfur, os dois milhões de refugiados do Darfur, que degredam como gado nos campos instalados no Chade...
A comunidade internacional chegou finalmente à conclusão que não se podem obrigar a viver juntos dois povos que não o desejam. Por isso, o resultado do referendo de Domingo passado fez sem dúvida uma multitude de territórios, no mundo inteiro, que hoje dão vivas à independência do Montenegro. Repúblicas federadas, regiões autónomas ou simples aspirantes à separação do país de que fazem parte, todas elas vêem no referendo de Domingo um motivo de esperança, uma vez que ele consagrou a ideia de que o princípio da autodeterminação poderá não apenas aplicar-se a países colonizados, mas também a todos os povos do planeta que desejam separar-se dos Estados em cujo seio não se reconheçam. Todos eles não deixarão de explorar o precedente montenegrino.
Fiel a si mesmo, Fidel não demorou muito a mostrar-se indignado pela sua inclusão na lista da Forbes. Fê-lo num discurso de 4 horas que, desconfio, já só os funcionários do Estado cubano escutam do princípio ao fim.
Compreende-se que Fidel não goste de figurar em qualquer lista que seja ao lado de Bill Gates, do sultão do Brunei ou da Rainha de Inglaterra. Compreende-se também que haja quem não goste de o ver em tais companhias.
Só que, não estar de acordo com a selva em que alguns gostariam de transformar as relações económicas ou pensar que há vida para lá da globalização, não implica que se olhe para o lado quando estão em causa regimes que se dizem socialistas. Os inimigos do meu inimigo não são, necessariamente, meus amigos.
No caso de Fidel Castro, basta-me o facto de alguém se manter no poder há mais de 40 anos para, por si só, ser a negação do socialismo que diz defender.
O que me interessa mais é saber se alguém precisar de, digamos, 50 milhões de dólares os pode utilizar ou não. Fidel pode. Eu (mais a esmagadora maioria da população da Terra) não posso. Se o utiliza para comprar Ferraris ou para dar aos pobres - embora não seja neutro no plano moral - não me diz nem como o conseguiu nem como o poderá utilizar.
Por isso, muito mais importante do que esta discussão sobre os tostões de Fidel é saber se, em determinado país, o facto de dizer ou escrever que desconfio de que Fidel controla 900 milhões de dólares me valem criticas ferozes de quem não estiver de acordo ou uns anos de prisão …