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quinta-feira, julho 26, 2007

As revoluções de Julho


Nasser e Che Guevara, líderes do movimento revolucionário dos anos 1950 e 1960

Não foram só os guerrilheiros de Castro Ruz que escolheram uma madrugada de finais de Julho para derrubarem a ditadura de Fulgencio Batista, aproveitando as borracheiras próprias dos festejos do patrono da cidade de Santiago. Numa data em que muitos soldados estavam de folga e neutralizados pelo rum, capturar a guarnição da Moncada, a segunda do país, foi o golpe de mestre que permitiu a Fidel governar com mão férrea os destinos de Cuba e desafiar os Estados Unidos.
Um ano antes, em 23 de Julho de 1952, no Cairo, um grupo de oficiais que tinham sofrido a derrota de 1948 contra os israelitas preparava um golpe militar para derrubar o rei Faruk, considerado responsável pelo insucesso da campanha egípcia contra Israel e pela corrupção do regime. Os jovens companheiros de Gamal Abdel Nasser, saídos da Academia Militar de Abassieh, constituíam o núcleo principal do “Movimento dos Oficiais Livres”, cujo programa assentava em seis pontos: o fim do colonialismo, do feudalismo, da dominação do capital sobre o poder político, o estabelecimento da justiça social, a instauração duma vida democrática estável e a formação de um poderoso exército nacional.
Quando em 23 de Julho de 1952 Nasser e os seus companheiros aproveitam as férias de Verão do rei Faruk, em Alexandria, e fazem o golpe de Estado, a monarquia desmorona-se sem que ninguém a pudesse defender. Eram eles os primeiros egípcios a governarem a sua própria pátria desde os tempos de Cleópatra, a grega ptolemaica. Ao longo de 20 séculos, turcos, mamelucos, franceses e britânicos governaram e sangraram um povo que merecia despertar da sua prolongada letargia.
O medo de não serem suficientemente respeitados, por serem demasiado jovens, levou-os a colocar como figura de proa o general Muhammad Naguib que, não sendo membro dos "Oficiais Livres", foi escolhido por ser o general mais prestigioso e respeitado do país.
Em 26 de Julho de 1956, Gamal Abdel Nasser nacionalizou o Canal do Suez, provocando a ira dos franco-britânicos habituados a considerar o Egipto como o pátio da sua casa. Três meses depois, França e Grã Bretanha intervirão entre israelitas e egípcios, entrincheirados de ambos os lados do canal. A ameaça soviética de desencadear uma guerra nuclear e a ONU puseram fim à contenda. Nasser sobreviveu.

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:: enviado por JAM :: 7/26/2007 11:10:00 da tarde :: início ::
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