BRITEIROS: A morte do «Tour de France» <$BlogRSDUrl$>








sexta-feira, julho 27, 2007

A morte do «Tour de France»

Dantes ela era a grande missa do mês de Julho. A prova de todos os transes, como dizia Antoine Blondin, jornalista do “L’Équipe” e grande cronista do “Tour”, era então a celebração da coragem e do heroísmo. Dessa imagem piedosa e nostálgica só ficou o cortejo dos paroquianos apinhados ao longo das estradas, com as malas frigoríficas e os cestos de piquenique pousados nas bermas.
Agora, a volta à França não passa de uma via-sacra, com as suas etapas expiatórias que vão dando conta das ostentações enganadoras de Vinokurov, dos voos mentirosos de Rasmussen e de outras calamidades dos falsos anjos do pedal.
Devastado pelo doping, que ninguém, nem as uniões sagradas, nem os vampiros da UCI, parece capaz de erradicar, o “Tour” está morto. E no entanto, ainda ontem se gritava “Viva o Tour!”, com o presidente Sarkozy no palanquim.
Pensava-se que o mundo do ciclismo podia congraçar em torno de uma causa nobre. A luta contra o doping era um assunto que a todos dizia respeito. Era um logro. As lutas intestinas, a guerra do poder sustentada pelos sucessivos organizadores e pela própria União Ciclista Internacional nunca deixaram de meter pauzinhos nas rodas.
O “Tour”, que é um farol histórico, e a UCI, que deveria ser uma consciência, tinham todo o interesse em alinhar as rodas. Mas o primeiro obstina-se a fazer o seu show e a segunda continua a ser dirigida à ligeira. Para salvar o ciclismo é preciso intensificar a luta, cerrar fileiras, juntar forças e, sobretudo, suspender definitivamente todos aqueles que levam o ciclismo à morte, sejam eles corredores, dirigentes ou médicos.

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:: enviado por JAM :: 7/27/2007 12:35:00 da tarde :: início ::
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