BRITEIROS: No exército americano também há suicidas <$BlogRSDUrl$>








sexta-feira, novembro 30, 2007

No exército americano também há suicidas

George W. Bush costuma dizer que só os terroristas se suicidam; que os terroristas suicidas “não são como os nossos; não dão valor à vida como nós damos”. Santa ironia, santa ignorância.
Uma investigação da CBS News revela que, em 2005, se suicidaram 6.256 efectivos que haviam participado nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Uma média de 120 por semana, sete em cada dia. E isso num só ano: quase o dobro dos que caíram em mais de quatro anos de conflito.
A investigação da CBS News durou cinco meses. Reuniu informações de várias fontes oficiais, consultou especialistas e comparou as taxas de suicídios dos ex-combatentes com as do resto da população. Padeciam do chamado stress pós-traumático, uma generalidade que pode englobar muitas coisas: horrores do combate, crimes cometidos ou vistos cometer, desilusões da “liberdade e democracia” que era suposto levarem a esses países, angústias, pesadelos, remorsos, ...
Um outro estudo, publicado pela Reuters revela que mais de 25 por cento dos efectivos em actividade e 50 por cento dos reservistas, que regressaram a casa, apresentam sintomas de perturbações mentais.

Penny Coleman, viúva de um veterano do Vietname, escreveu um artigo difundido nesta 2ª Feira pelo Independent Media Institute — um organismo que apoia o jornalismo independente — “Há algo de superioridade, tão arrogante, na maneira como falamos nos atacantes suicidas e nas culturas que os produzem. E assoma um sentimento inquietante: Em 2005, 6.256 veteranos americanos puseram fim à vida. Nesse mesmo ano, houve cerca de 130 mortes documentadas de atacantes suicidas no Iraque. Façam as contas. A proporção é de 50 para 1. Quem são então os mais eficazes na criação de uma cultura do suicídio e do martírio? Se George Bush tem razão quando diz que é o desespero, o desleixo e a pobreza, que impele essa gente a cometer tais actos, não são os americanos quem mais se pode gabar de um melhor desempenho nessa matéria?”.
E neste caso, não são fiéis do Islão nem árabes, que W. tanto despreza, mas sim — à excepção dos psicopatas que sempre existem — pessoas que se alistaram por pobreza ou à procura de oportunidades de carreira... e não porque queriam matar civis.

Etiquetas: ,


:: enviado por JAM :: 11/30/2007 12:49:00 da tarde :: início ::
0 comentário(s):
Enviar um comentário