quinta-feira, setembro 01, 2005

Panela velha é que faz boa comida?

Ele voltou.
Pois bem, dr. Soares, não lhe dou as boas-vindas.
Porquê? Porque é provável que ganhe as eleições. Talvez não logo na 1ª volta, mas, na 2ª, com o “povo de esquerda” todo mobilizado ao seu redor contra o candidato da direita.
Eu preferiria outro cenário: a vitória de um candidato da esquerda, não alinhado com o “sistema” e que fosse capaz de galvanizar todos os que não se revêem neste (esse candidato ainda não apareceu e duvido que apareça – o poeta Alegre, por ex., não quer avançar para não dividir...o PS, e o candidato do PC tem muitos anti-corpos).
Em último caso, se ficarem para a 2ª volta as duas “velhas relíquias” (Soares e Cavaco), preferiria a sua derrota, dr. Soares.
A mim, pessoalmente, que tenho bem presente na memória como é viver (vegetar) num país de partido único (já lá vão mais de 30 anos, mas é bom não esquecer), e que tenho a memória ainda mais fresca relativamente a estes recentes 30 anos de democracia, parece-me mais razoável ver na PR alguém que não esteja conotado com o partido que detém as rédeas do poder legislativo (com maioria absoluta) e do poder executivo. O PR deve ser, além de outras coisas, o garante de que, na nossa democracia, os partidos não se eternizam no poder. Imagine-se o que teria acontecido se durante o silly-government do Santana, o Jorge Sampaio fosse do PSD ou do CDS?!...
Ainda agora a procissão vai no adro, mas, se for mesmo necessário, na altura própria, farei uso de uma filosofia de vida que o dr. Soares muito preza: o pragmatismo (haja sais de frutos!).