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quarta-feira, janeiro 24, 2007

O Estado tuga

Segundo rezava em 1848 um famoso Manifesto, “O governo do Estado moderno não é mais do que uma junta que administra os negócios comuns de toda a classe burguesa”. Depois daquela data, este conceito foi limado, aprofundado, aperfeiçoado. As pessoas é que têm memória curta e/ou têm outras preocupações mais comezinhas mas também mais prementes no dia a dia e/ou têm coisas mais agradáveis a que dedicar o seu tempo e os seus neurónios, mas, se reflectirmos um bocadinho... Claro que, pelo menos no “nosso” Ocidente, esse grupo especial de pessoas diferenciadas especializadas em governar se têm de sujeitar a eleições de x em x anos (isto, se uma crise generalizada não levar a outros caminhos, como aconteceu nos anos 30 e 40 na Europa...) e, por isso mesmo, e também porque a maioria da população, nos intervalos das datas eleitorais, vai refilando, contestando, reivindicando, por tudo isto, os governos acabam por garantir uma série de bens/direitos essenciais à generalidade da população, como a educação, a saúde, a segurança social... e o aparelho lá vai funcionando sem grandes sobressaltos.
Em Portugal, esse aparelho/instrumento (o Estado) é quase sempre incompetente, muitas vezes irresponsável e há até quem diga que às vezes inimputável. Ultimamente ocorreram alguns casos que mostram de maneira flagrante que o Estado portuga funcionará muito bem quando se trata de administrar os negócios dos ricos e poderosos mas que funciona muito mal (quando funciona...) quando se trata dos interesses da arraia-miúda:
— o caso do naufrágio da traineira Luz do Sameiro;
— o caso daquele atropelamento em Odemira, em que foi de 7 horas o intervalo entre a hora do acidente e a hora em que o acidentado entrou nas Urgências (?) em Lisboa (ainda por cima, o automobilista que atropelou o desgraçado, fugiu sem lhe prestar socorro);
— o caso daquele administrador da empresa pública CP (e sobre empresas públicas, então. muitas histórias há para contar e outras tantas por se saber...) que confessou aos jornais ter estado durante 6 anos sem fazer rigorosamente nada na empresa. com direito a € 3.500 mensais, carro, secretária e telemóvel.
Já para não voltar a falar da eterna poluição da Ribeira dos Milagres, da ponte Hintze-Ribeiro, da Casa Pia (já se tinham esquecido, não?), dos voos da CIA com escala consentida nos Açores (e também já se esqueceram que o ilustrissimo José Manuel Barroso foi o serviçal que serviu os cafés na Cimeira dos Açores?...). Quem ousar pôr o dedo na ferida (o caso, por exemplo, da Ana Gomes que só tentou dignificar o seu lugar de eleita para o Euro-Parlamento, no fundo representar quem nela votou e justificar o seu vencimento) tem, desde logo, reservado o limbo para o qual se remetem sem apelo nem agravo os desestabilizadores (para não dizer subversivos. que cai mal...).

:: enviado por Manolo :: 1/24/2007 10:52:00 da tarde :: início ::
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