quarta-feira, fevereiro 28, 2007
E$ta não lembra ao diabo
Em entrevista publicada no Correio da Manhã, a inenarrável Ministra da Educação saiu-se com uma brilhante pérola do mais puro neo-lberalismo que grassa pelos corredores do Ministério Socrático:HARMONIZAÇÃO DOS PREÇOS DOS ARTIGOS ESCOLARES
CM – Como é que as escolas podem obter receitas?
M.L.R. – Em muitas escolas os pavilhões são alugados e os espaços de convívio também para baptizados e casamentos. Muitas escolas têm as suas lojas de conveniência para os estudantes, mas não há muita racionalidade nestes negócios.
CM - O que é que pode mudar?
M.L.R. - Há a possibilidade de desenvolver esses negócios de forma mais harmonizada, para que as escolas, mas sobretudo os alunos e as suas famílias, possam tirar proveito. A ideia é que a valorização desses espaços possa ter como objectivo a qualidade dos serviços. As escolas mandam fazer t-shirts que dão aos alunos com marcas, sem nenhuma harmonização e a qualidade não é a primeira preocupação. O mesmo em relação aos produtos de papelaria, caderninhos, mochilas, tudo isso são áreas de negócio. Podíamos não apenas harmonizar a imagem mas também a qualidade dos produtos que são fornecidos e a preços aceitáveis, com tabelas. Uma t-shirt tanto pode ser vendida a trinta euros como a dez euros, não há nenhuma orientação.
Será que a querida ministra conhece as normas pelas quais se regem os serviços escolares? Será que se lembra do despacho no qual se afirma que as receitas extraordinárias das escolas descontam no orçamento do ano seguinte? Já agora porque não transformar cada escola num centro comercial? E porque não instalar umas bombas de gasolina? É só falar com o Belmiro que ele trata do resto.
Isto de fazer da escola um negócio só pode mesmo vir de cabecinhas pensadoras tecnocráticas neoliberais.