"Professores - Ministério cumpriu com um prazo
LISTAS CONTÊM ERROS "
Mais valia cumprirem o seu trabalho...
Disse a senhora Ministra que as listas eram “solução rigorosa para a colocação de docentes” , apesar de admitir que possam existir erros, que não serão em “número significativo”.
Para todo este processo haverá uma comissão de inquérito... Será que têm direito a reforma depois?
"O ministro da Justiça, José Pedro Aguiar-Branco, reafirmou hoje a intenção do Governo de avançar com a reforma do sector..." [Lusa]
Reformador, reforma-te a ti mesmo... Mas afinal a justiça, os seus códigos e procedimentos, não têm que reunir o consenso da sociedade para serem legítimos e eficazes?
Em Portugal nada pode ser grande. Até as maiorias são medíocres e medrosas. Medrosas do debate, medrosas das consultas populares, medrosas do escrutínio.
Na Assembleia da República é demais.
Discutir em comissão de inquérito a questão dos concursos de professores? NÃO.
Discutir as nomeações para a Caixa Geral de Depósitos? NÃO.
Discutir as chorudas aposentações de alguns? NÃO.
Na realidade vivemos numa democracia em que as elites, chulé e Channel nº5, vivem saudosas da ditadura.
Ai que saudades.
Caros amigos, companheiros, camaradas, colegas, companheiros, EU, se confiardes em mim, lutarei pela maioria absoluta.
E penso eu cá para os meus botões: Maioria absoluta perfeita é aquela que tenda para os cem por cento. Que conforto, que clareza, governar sem dar cavaco (que me perdoe o Aníbal). Esta obsessão pela maioria absoluta contrasta com a lógica difusa que impera, tudo é relativo, enfim, não seja tão negativo!
A realidade nua e crua é que, cada mês que passe haverá 450 portugueses que descontarão 10% do seu modesto vencimento médio de 400€ para que a Caixa Geralmente da Miséria de Uns e de Aposentações de Outros pague a Reforma do Senhor Ex-Qualquer Coisa da Caixa Geral de Depósitos.
O Vaticano, pela voz do seu Relator Especial sobre a Liberdade de Religião e de Credo, chamou recentemente a atenção para o significado do diálogo entre as religiões e civilizações, como um instrumento para promover uma maior tolerância, no contexto da liberdade de religião e de credo. Acrescentou ainda que este diálogo constitui uma importante contribuição para a paz, a interacção harmoniosa e a solidariedade entre as pessoas e os povos, num mundo em que as divisões e os extremismos podem facilmente surgir ou ser manipulados, em detrimento da unidade da família humana.
Hoje a TSF Online noticia que o Vaticano terá anunciado à Conferência Episcopal Portuguesa que deverá mudar o bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva e o reitor do santuário de Fátima. Caso contrário, Roma assumirá a gestão directa do santuário.
Em causa estará a autorização concedida ao Dalai Lama, primeiro, e depois a um sacerdote hindu, para realizarem as suas orações no santuário de Fátima. Alguns cardeais mais conservadores não viram a atitude com bons olhos e dizem que «o sentido ecuménico no Santuário foi longe de mais».
A ser verdade (ver comentário), onde estão, afinal, o diálogo e a contribuição para a paz?
Amanhã começarei o dia com a ansiedade do costume neste início de ano lectivo conturbado. Quatro dos catorze professores com que iniciámos "provisoriamente" as aulas ontem, em "pleno", não estarão na escola. Foram colocados noutras escolas. Outros quatro, que não sei quem são, apresentar-se-ão pelas nove horas. Se estiverem todos teremos que lhes atribuir uma turma e enviá-los para darem aulas a uma turma que nem sabiam qual era ao acordar.
Lindo, não é verdade???
Dois diamantes desapareceram de uma exposição de antiquários no Museu do Louvre, em Paris, nesta segunda-feira, num aparente roubo, em plena tarde. A polícia disse que uma caixa de vidro onde estavam as jóias foi forçada durante a exposição. Um dos diamantes, branco, de 47 quilates, havia sido avaliado em 6 milhões de euros. O outro, azul, de 15,74 quilates, vale 5,5 milhões de euros.
Os diamantes estavam expostos num hall na arcada subterrânea do Louvre, fora das galerias de arte e onde há lojas.
- Não havia alarme ou câmaras de vigilância - disse um porta-voz da polícia.
José Sócrates é o novo secretário-geral do Partido Socialista. Tal como na lógica eleitoral americana, ficou demonstrado que já não é o discurso ideológico que conta, mas sim o circo das influências e os malabarismos do clientelismo tradicional do aparelho partidário. A primeira declaração política de José Sócrates como novo secretário-geral do PS foi considerar que o acontecimento marcou o início da “mudança política de Portugal”. Esta mudança política significa, na realidade, que os portugueses vão passar a ter que escolher entre um partido abertamente neoliberal e um partido neoliberal que, ambos, de social só têm o nome.
Em 2002, os portugueses votaram à sombra do desgosto provocado pelas decisões infelizes e as hesitações do governo socialista de António Guterres. A chegada ao poder da direita portuguesa não foi consequência duma escolha iluminada do eleitorado, mas sim de um voto de protesto contra um partido que não soube controlar o aparelhismo e que se transformou num partido “interclassista”, isto é, num partido de esquerda que aplica uma política de direita. Não foi pois surpreendente que o povo português, na sua sabedoria, tenha decidido : “Para termos uma política de direita, mais vale elegermos um partido de direita”.
Na continuidade de Guterres, José Sócrates representa, em Portugal, a Terceira Via - o "centro radical" político – uma espécie de social-democracia modernizada a meio caminho entre o capitalismo e o socialismo. Os líderes da Terceira Via pedem às empresas e aos grupos económicos que se comportem “responsavelmente”, mas nunca os penalizam tão duramente como os trabalhadores, os pobres ou os fracos. Na linha ideológica de Tony Blair e Gerhard Schröder, proclamam que “o estado deve remar mas não deve segurar o leme” e então “remam” ajudando as empresas com reduções de impostos, subsídios e pressionando-as para abrirem mercados no estrangeiro. Na sua ânsia de procurar uma posição económica vantajosa, tanto a protecção do ambiente como os interesses do consumidor e as normas laborais ficam completamente à margem das suas preocupações políticas.
É esta política de “mudança” que José Sócrates promete agora aos portugueses. Só que, não se consegue mudar o país se não se mudarem os partidos que dominam o espaço da decisão política. Maus partidos fazem uma má democracia. E com má democracia não pode haver verdadeiro desenvolvimento económico, cultural e social.
O objectivo da barreira que Israel está a construir não é evitar a entrada de terroristas suicidas, mas sim confiscar terras palestinianas na Cisjordânia. Foram as conclusões do investigador John Dugard, da ONU, num relatório para a Assembleia Geral.
"Não há provas convincentes de que seria impossível evitar a entrada dos suicidas, de forma tão eficiente, sem a construção do muro sobre a Linha Verde - a fronteira aceite entre Israel e as terras palestinianas - ou dentro do lado israelita da Linha Verde", disse Dugard. "O trajecto do muro indica claramente que o seu propósito é incorporar o máximo de colónias em Israel", afirmou o investigador, um professor sul-africano de direito indicado pela Comissão de Direitos Humanos da ONU para observar os territórios palestinianos.
"Isso é confirmado pelo facto de que cerca de 80% dos colonatos da Cisjordânia serão incluídos pelos limites do muro", afirmou. As autoridades israelitas dizem que a barreira de 600 quilómetros é necessária para evitar a ocorrência de ataques terroristas em Israel, e que o número de ataques caiu drasticamente graças à construção. Mas os palestinianos vêem-na como uma tentativa de confiscar as terras que pretendem usar para estabelecer um Estado independente. Segundo o relatório do investigador, o objectivo da barreira é "expandir o território de Israel" e "forçar os moradores palestinianos que vivem entre o muro e a Linha Verde, ou que vivem ao lado do muro mas separados das suas terras por ele, a deixar as suas casas e recomeçar a vida noutro local da Cisjordânia ".
"Terras ricas em agricultura e recursos hídricos foram já confiscadas ao longo da Linha Verde e incorporadas em Israel", disse Dugard.
Em 1969 Seymour Hersh tinha 32 anos e era um repórter freelance. Em parte por causa da pouca idade e em parte por não pertencer a nenhum grande grupo de comunicação dos Estados Unidos, a sua reportagem sobre soldados americanos destruindo deliberadamente uma aldeia vietnamita onde só havia velhos, mulheres e crianças foi recebida com desconfiança. Em pouco tempo, porém, todos os grandes jornais do país corriam atrás da história escabrosa de My Lai que Hersh havia descoberto.
Hoje, 35 anos depois de My Lai, Hersh está novamente na vanguarda. Ele foi um dos primeiros a denunciar os maus-tratos de prisioneiros na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, por soldados americanos. Na verdade, as fotos que chocaram o mundo estavam nas mãos da CBS havia meses, mas a rede de TV tinha combinado com o governo americano não as publicar para não prejudicar o esforço de guerra. Foi só quando souberam que Hersh tinha a história que os directores da CBS puseram as imagens no ar. Sabiam que Hersh não era homem para esconder as suas descobertas para proteger um governo.
Para Hersh, os abusos de Abu Ghraib não são factos isolados. Decorrem das decisões de uma cadeia de comando que não tem uma estratégia para estabelecer a paz no Iraque nem no Afeganistão. Cadeia de Comando é o titulo do livro que Seymor Hersh acaba de publicar.
Fartos que estamos todos da telenovela dos concursos de professores, não nos podemos impedir de lançar mais uma acha para a fogueira. Será que o problema é haver ainda 50000 candidatos por colocar? Será que a culpa é da Compta? Será da Directora-Geral, ou da Ministra, ou do deputado Justino?
Claro que não.
O problema é que, para 50000 candidatos, haverá umas 40000 vagas!!!
Porquê? Não deveriam as vagas ser iguais ao número de mortos e reformados mais as que fossem consequência de algum aumento do número de alunos????
Agora que a reeleição de George Bush para a Casa Branca parece ser um dado adquirido para a maioria dos americanos, a questão que se põe é saber quem deverá ser o seu sucessor em 2008, pois Bush não poderá ser reeleito para um terceiro mandato. O sucessor poderá muito bem ser o actor Arnold Schwarzenegger, eleito governador da Califórnia, com o apoio dos lobbies pró-Bush, e superstar da recente Convenção Republicana de Nova Iorque.
Uma vez que o poder real não é exercido pelo presidente, mas sim por redes ocultas e lobbies, o papel do presidente já não é ser um dirigente competente, inteligente, esclarecido ou visionário e, muito menos, responsável pela concepção da política do país. O que, doravante, se espera do presidente, é que seja bom comunicador e, idealmente, um actor capaz de proferir as piores mentiras com o ar mais sério do mundo. Schwarzenegger tem pois todos os requisitos para ser presidente. Sobretudo, com a brutalidade animal que sempre encarnou nos seus filmes, Arnold Schwarzenegger representaria perfeitamente a América deste principio do século 21.
Os nudistas praticantes de yoga têm mais um motivo para viajar para São Francisco, para além das tradicionais atrações turísticas da geralmente festiva cidade da costa oeste americana.
Promotores públicos levantaram esta semana um processo contra um nudista, conhecido em São Francisco como "o Gajo do Yoga Nu". O autor da exibição ao ar livre é George Monty Davis, que costuma praticar yoga em Fisherman's Wharf, um dos principais pontos turístico de São Francisco. A prática pouco ortodoxa levou moradores da cidade a fazerem protestos.
- Simplesmente ficar nu na rua não é crime em São Francisco - disse Debbie Mesloh, porta-voz do gabinete do procurador-geral municipal.
Ai se a moda pega!...
O cantor Youssouf Islam, anteriormente conhecido como Cat Stevens, foi proibido de entrar nos EUA e o vôo em que viajava foi desviado, depois do seu nome ter aparecido numa lista de vigilância feita pelo governo americano para evitar que terroristas entrem a bordo de aviões. Cat Stevens, hoje com 56 anos, adoptou o nome de Youssouf Islam quando se converteu ao islamismo na década de 1970.
O Boeing 747 da United Airlines, com cerca de 280 pessoas a bordo, descolou do aeroporto internacional Heathrow, em Londres, com destino à capital dos EUA. Ao entrar no espaço aéreo americano, o avião foi desviado por motivos de segurança para Bangor, no estado de Maine, onde Islam foi interrogado e detido pelas autoridades federais. Segundo um responsável dos transportes nos EUA, o cantor britânico seria colocado num vôo de volta para a Grã-Bretanha nesta quarta-feira. A filha de Cat Stevens, de 21 anos, que acompanhava o pai nesta viagem, foi autorizada a ficar em solo americano. Após ter permanecido cerca de quatro horas no aeroporto de Bangor, o avião seguiu viagem para o Aeroporto Internacional de Dulles, em Washington.
De acordo com a CNN, um funcionário do governo disse que o nome do cantor foi incluído na lista por causa das "suas conhecidas associações e apoio financeiro a organizações que, se acredita, estariam a ajudar o terrorismo". Islam colabora activamente com instituições de caridade muçulmanas. A caridade é um dos preceitos religiosos do islamismo.
Se a Senhora Ministra, ou o seu antecessor, soubessem as coisas mais básicas sobre a estrutura do "seu" ministério e sobre o processo de concursos toda esta situação vergonhosa teria sido evitada. O ministério não tem só serviços centrais. Para quem não esteja dentro disto, recapitulemos:
1º Até há bem pouco tempo só os professores efectivos (agora chamados de quadro de escola para que se confundam com os dos quadros de zona e possam ser todos metidos no mesmo saco) eram colocados centralmente. Era elaborada uma lista nacional com critérios transparentes e, ainda que se possa discutir a validade de tal procedimento, impermeáveis a influências e "planos inclinados".
Estes concursos estavam terminados antes do final do ano lectivo.
2º Os professores dos quadros de zona pertenciam a uma área geográfica e todos os anos eram redistribuídos pelas escolas da sua zona. Este procedimento era feito por concurso a cargo dos CAE (Centros de Área Educativa, grosso modo um por distrito). Este processo estava terminado no fim de Agosto.
3º Os professores para as necessidades remanescentes eram contratados através de um chamado mini-concurso organizado pelos CAE e que estava terminado na segunda semana de Setembro.
Estas necessidades remanescentes incluiam as substituições por doença, mas para além disso eram sintoma de uma incapacidade de definir atempadamente as necessidades reais do sistema.
Não entrando em casos mais particulares, esta era e é a situação.
Independentemente do que se pense desta realidade em que estamos metidos, o que é facto é que bastaria ter activado as estruturas regionais durante Julho e Agosto para que esta situação pudesse ter sido evitada.
Essa era uma decisão política. Para tomar decisões é que elegemos os políticos.
O Ministério da Educação, como toda a administração pública portuguesa, é um dos factores que maiores responsabilidades possui no atraso do país. O primeiro-ministro fala em falta de profissionalismo e diz que a culpa não é do governo, mas sim dos funcionários dos ministérios. Outros dirão que estamos perante funcionários e dirigentes há muito instalados e com pouca motivação natural para alterarem seja o que for. A argumentação para o imobilismo é sempre a mesma: "não existem condições", "não está na lei", "não é da minha competência", "não recebi ordens", "está em estudo", volte amanhã", "hoje não posso resolver este assunto, tenho que sair mais cedo", etc.
Uma educação de qualidade não pode ser obtida em sistemas educacionais envoltos em burocracias lentas e centralizadoras, preocupados excessivamente com normas e regulamentos e com uma estrutura hierárquica que não lhes confere agilidade na resolução dos problemas.
Mas a presente crise da colocação dos professores tem, pelo menos, o mérito de revelar ao povo que, uma vez mais, “o rei vai nu”:
O Ministério da Educação precisa duma reforma organizacional. Uma reforma das estruturas capaz de dotar a administração do ensino público de maior dinamismo, maior flexibilidade, maior capacidade de antecipação e de resposta. Admitindo que o Ministro da Educação não é responsável pela qualidade do trabalho prestado pelos seus funcionários, o que ninguém poderá afirmar é que o ministro não é responsável pela organização (e pela desorganização) do seu ministério e, ainda mais, pela escolha das empresas que com ele trabalham sob contrato.
A ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra, vai fazer uma comunicação nas próximas horas sobre os problemas ocorridos nas listas de colocação de professores, que sofreram novo atraso nas últimas horas". Será que vai dizer ao país que dois dos dirigentes da empresa COMPTA – Equipamentos e Serviços de Informática, SA – responsável pela informatização do processo de colocação dos professores são os ex-ministros do PSD, Rui Manchete (presidente da assembleia geral) e Couto dos Santos (conselho de administração)?
Será que vai falar da transparência do concurso público que permitiu chegar a tal escolha?
"[...] não seria mais educativo promover a compreensão mútua e a tolerância face aos valores dos outros ?" [JAM]
Estou plenamente de acordo. Se não toleramos sinais dados pelo vestuário, como toleraremos sinais dados pela pele, pela língua, pelas tradições, pela gastronomia, pela forma de andar ou de rir?
Por outro lado, é reconfortante pensar que, para um grande país como a França, a escola é uma instituição central e fundamental. Pobres das nossas escolas. São 18:46 e os resultados das colocações de professores ainda não sairam. Tristeza...
Enquanto os portugueses, uma vez mais, gritam de indignação, encolhem os ombros, ou fazem apostas para saber quando começará finalmente o ano lectivo, com um quorum mínimo de professores e alunos, os franceses assistiram, com a pontualidade habitual, em 2 de setembro, ao regresso às aulas dos cerca de 12 milhões de alunos, matriculados em 60.000 estabelecimentos, do ensino infantil ao secundário.
Um regresso calmo, muito embora, o ministro da educação, François Fillon, tenha contado, no primeiro dia de aulas, 240 jovens alunas que se apresentaram com um véu islâmico, das quais apenas 170 aceitaram tirá-lo. As restantes 70 viram-se obrigadas a entrar “em fase de diálogo” com a Educação Nacional, ou seja, foram colocadas em salas de estudo e tiveram que assistir a uma aula especial onde lhes foi explicada a nova legislação. E o ministro concluiu assim : “Isto demonstra que a lei foi aceite”.
A lei, relativa à aplicação do princípio da salvaguarda duma escola pública laica, estipula que é importante fazer respeitar o principio da separação entre a Igreja e o Estado na Educação e que é preciso proteger o Estado laico da ameaça que representa o fundamentalismo religioso e, particularmente, o fundamentalismo islâmico. Os alunos que forem proibidos de assistir às aulas por não respeitarem as novas regras, algo que ocorrerá depois de um diálogo intenso com as famílias, terão como opções a educação à distância ou um centro de ensino privado.
Ora, à luz do direito internacional, os Estados só podem restringir a prática duma religião quando essa prática constitui uma ameaça à segurança pública ou quando as manifestações da fé religiosa se tornam entrave aos direitos fundamentais dos outros. Ou ainda, como no caso da função educativa, quando a ostentação dum sinal de pertença a uma qualquer religião constitua um obstáculo à relação entre professor e aluno.
Os véus muçulmanos, os turbantes sikhs, as kippas judaicas e as grandes cruzes cristãs, que são os sinais ostensivos proibidos por esta lei, não representam nenhuma ameaça à segurança pública ou à moral social. Também não constituem entrave às liberdades e aos direitos fundamentais dos outros alunos. Finalmente, também não consta que possam pôr em causa a função educativa da escola.
A questão do véu islâmico está a ser utilizada, quer por aqueles que pretendem expressar sentimentos anti-imigrantes e anti-muçulmanos, quer por muçulmanos radicais, no mundo inteiro, como o demonstrou a, recente, crise dos jornalistas franceses raptados no Iraque, cuja vida estaria dependente da anulação da lei.
Em vez de proibir pura e simplesmente o porte do véu e dos outros sinais religiosos nas escolas, não seria mais educativo promover a compreensão mútua e a tolerância face aos valores dos outros ?
Tom Cruise quer usar a cientologia contra o terrorismo
O actor americano Tom Cruise garantiu que a igreja da cientologia pode ajudar a acabar com o terrorismo e que esta organização conta com "ferramentas" que podem ajudar as pessoas a "mudarem o rumo das suas vidas". O actor explicou que a cientologia pode ser muito útil também para ajudar as pessoas a "libertar traumas e enfrentar a vida outra vez".
Cruise fez estas declarações numa entrevista à agência de notícias EFE na capital espanhola, onde no sábado inaugurou a nova sede da igreja da cientologia no centro de Madrid que custou a módica quantia de doze milhões de euros. Esta igreja foi alvo de várias denúncias no mundo inteiro, centradas no seu financiamento e foi, por várias vezes, acusada de ser uma seita, o que é negado pelos seus representantes.
A cientologia foi fundada na Califórnia em 1953 pelo escritor de ficção-científica Ronald Hubbard que foi condenado à revelia em 1978 em França a quatro anos de prisão por fraude e na Itália em 1982 por fraude fiscal e evasão de capitais.
Os deuses devem estar loucos. Depois da Guerra Santa de Bush contra a Guerra Santa Islâmica, só nos faltava a seita do profeta do Top Gun para lutar contra o terrorismo.
A grande maré capitalista que tomou conta do mundo, particularmente após a derrocada dos regimes estabelecidos nos países do Leste europeu e na extinta URSS, não significou somente a explosão das propostas neoliberais nos terrenos económico e político. Implicou, também, uma ofensiva sem precedentes da ideologia burguesa-imperialista visando a conquista dos corações e das mentes à escala mundial. Uma das manifestações mais emblemáticas desta ofensiva foi o livro “O Fim da História”, do norte-americano Francis Fukuyama.
Ao Fim da História foi dedicado tempo e espaço exagerados nos meios de comunicação, como se tal fosse a grande descoberta do século, algo como a cura do cancro ou da sida. Também ao Fim da Ciência e ao Fim da Ideologia, num novo milénio tecnologicamente determinado e governado por especialistas, foram dedicadas toneladas de papel nos centros geradores do saber. Ao Fim do Neoliberalismo até banqueiros alemães derem palpites com grande repercussão na imprensa mundial. Ao Fim do Mundo, então, nem se fala!
Com tantos finais a rondar, fomos também contemplados com outra pérola do apocalipse, mais uma daquelas que põem fim a alguma coisa cara à humanidade. Trata-se do Fim do Petróleo. Fim esse que de tão próximo, dez anos, se tanto, arrastaria consigo o modo de produção actual, o capitalismo, a sociedade contemporânea, e, enfim, seria o final dos finais.
Sendo consumido em maiores quantidades do que a natureza é capaz de prover, não podemos negar, o petróleo vai acabar, ou melhor, pode acabar. O problema é quando vai acabar, futuro ainda incerto. Reservas de petróleo, como aliás todos os recursos minerais, são o resultado de investimentos prévios em pesquisa, em exploração e em tecnologia. E, sendo assim, dinâmicas no tempo.
Ora, num cenário de grande dinamismo inovador, dos mais optimistas, em 2030 já deveremos poder adquirir células combustíveis nos supermercados para abastecer os nossos veículos e satisfazer as nossas necessidades energéticas domésticas, mudando, assim, radicalmente o nosso perfil energético e o da matriz energética mundial. Nessa situação, o petróleo, muito antes de se esgotar, perderá o seu apelo como combustível, tornando-se apenas fonte de matérias-primas para outros sectores industriais.
Parafraseando o historiador britânico Timothy Garton-Ash, talvez, nessa situação, sequem, finalmente, os pântanos em que se criam e reproduzem os mosquitos da Al-Qaeda e possamos enfim falar do Fim do Terrorismo. E talvez, nessa situação, consigamos também acabar de vez com o Fim do Outro na História.
George W. Bush não é estúpido nem idiota. Sofre apenas de um principio de demência pré-senil, uma patologia que prefigura a doença de Alzheimer. Quem o afirma é o médico do Michigan, Joseph Price que estudou os célebres lapsos do presidente americano. A notícia foi dada, esta semana, pelo jornal The Boston Globe.
"Os bushismos são recolhidos diariamente e foram compilados em imensos livros" lembra o jornal do Massachusetts. "Dois dos mais célebres são : Eu sei como vos é difícil atirar com comida à vossa família e É nas famílias que o país encontra a esperança e onde as asas se põem a sonhar." Para o Dr. Price, "estes erros são reveladores daquilo que os médicos chamam a fabulação e são específicos do diagnostico de demência".
Afinal, está explicado.
Há tanto para dizer que, temendo descurar algum argumento, muitos temem pôr a cabeça de fora neste assunto. Pouco deste processo é o que parece. Na sociedade da informação melhor se esconde a informação relevante. Em breve abordarei todo este circo, mas antes importa encontrar números e dados que estão escondidos. Alguém estranha que, de dia para dia, os números mudem. Quantos são os professores efectivos das escolas? Quantos são os professores dos chamados quadros de zona? Quantos professores concorreram? Quantas horas há para professores contratados (à hora)? Quantos alunos há no sistema? Que índices de custo/benefício ou de produtividade em termos de relação entre custos e serviço prestado apresentam as escolas? Autonomia, que autonomia? Parece que a Directora Geral da área vai ser exonerada. Exonerada da comissão de serviço, claro. Pontapé para o lado. Alguém se admira de não termos bons pontas de lança?
30/10/2003 : O secretário de Estado da Administração Educativa garantiu hoje numa reunião com a Federação Portuguesa dos Profissionais da Educação, Ensino, Ciência e Cultura (Fepeci) que o ministério vai centralizar todo o processo dos concursos para a colocação de professores na Direcção-Geral da Administração Educativa. O secretário de Estado reconheceu que "alguma coisa não correu bem" este ano na colocação dos professores. "Nós achamos que o projecto é justo em si. O que falhou foi a sua concretização. Não houve tempo para digerir o projecto e para operacionalizar o sistema informático", considerou a presidente da Fepeci.
Até este ano, os docentes eram colocados a nível ministerial e, posteriormente, se as escolas ainda tivessem horários por preencher apresentavam as suas listas em mini-concursos. Isto implicava que as escolas abrissem sem o corpo docente completo. Para evitar estes atrasos, o ministério definiu um novo processo que, na sua primeira fase evidenciou alguns erros.
Discutiu-se a IVG na Assembleia da República e, como é questão de somenos importância, do governo compareceram as segundas linhas. A Assembleia da República, seja ou não legal, foi menosprezada pelo senhor primeiro-ministro que não se dignou comparecer para enfrentar a interpelação do Bloco de Esquerda sobre a proibição da entrada em águas portuguesas do barco da organização Woman on Waves. Fiquem para aí a falar sozinhos, tenho mais que fazer. Não sabemos muito bem o quê.
É um assunto sério. Temos aprendido muito nas últimas semanas.
Lá fomos mais uma vez distraídos das nossas preocupações. Ficámos a saber coisas fantásticas. A nossa Armada é capaz de nos defender de qualquer grupo de mulherzinhas de países estrangeiros que nos queiram invadir com propostas subversivas.
Temos Presidente da República. Quase ninguém dá por isso, mas é o próprio que amiúde nos lembra que é Comandante Supremo das Forças Armadas e Garante da Constituição. Pelos vistos é tão pouco evidente que é preciso lembrar os jornalistas e o povo. De qualquer modo podemos ficar tranquilos pois o Senhor Ministro da Defesa já deu o caso por encerrado. Infelizmente o barquito holandês, de dissimuladamente gigantesco calado, provocou ondas e lá começou outra vez o martírio de discutir o que já está discutido em toda a Europa. Só entre nós é que já vem sendo hábito regular. Não parecendo haver mais nada com que entreter o povo vamos lá ao assunto do costume. E aparecem as cabecitas empolgadas por argumentações extremadas, as quais, são por vezes tão opostas, tão afastadas que se assemelham pelo ridículo de uma clamorosa falta de bom senso. Desde as que gritam alto e bom som que a barriga é delas e fazem como lhes der na realíssima, até às que gritam que um espermatozóide a caminho de um ovo já é vida potencial e se chama criança, todas e todos num circo nada propiciador à serena reflexão que assuntos sérios merecem. Entretanto muitas mulheres sofrem e não serão estas fantochadas que nos levarão às soluções de compromisso e bom senso que deveriam caracterizar uma sociedade civilizada.
Parafraseando Wilde, não acabemos por fazer as coisas certas só depois de esgotarmos todas as outras possibilidades."
Depois dos Estados Unidos, pela boca do próprio George Bush, terem manifestado a sua "inquietação", e da União Europeia, ter pedido a Vladimir Putin para "não esquecer" o respeito pela democracia, foi a vez de Boris Yeltsin interromper a sua reforma para reagir aos projectos centralizadores anunciados no inicio desta semana pelo seu sucessor. Numa entrevista publicada hoje pelo diário Moskovskye Novosti, o antigo presidente russo afirma : "Não permitiremos que se renuncie ao texto e, sobretudo, ao espirito da Constituição que o país adoptou na sequência do referendo nacional de 1993, quanto mais não fosse, porque a asfixia dos direitos democráticos seria também uma vitoria dos terroristas."
Talvez seja oportuno relembrar outras palavras de Boris Yeltsin pronunciadas num discurso em 1994 :
"Uma intervenção armada na Tchetchénia é inadmissível. Se infringirmos este princípio, o Cáucaso levantar-se-á e haverá tanta desordem e sangue que ninguém nos perdoará."
Hoje, dez anos depois, a História mostra-nos que, infelizmente, Yeltsin tinha razão.
Arnault lembra também que “as falhas resultam na falta de vontade política, porque não há um Governo que tome a peito a solução para a saúde. Há pressões do sector público da saúde, fazem-se cada vez mais convenções com os privados, quando o direito à saúde é fundamental e está consagrado na Constituição”.
Temos a constituição mais resistente do mundo... Em breve haverá quem diga que é preciso revê-la. Onde é que já se viu uma constituição consagrar o direito à saúde? Parece que na América não.
Há dias alguém dizia que o Serviço Nacional de Saúde dá prejuízo. Dá prejuízo a quem?
Apesar do optimismo daqueles que entendem ser a ONU o fórum indicado para resolver os conflitos internacionais através de meios não violentos, o que a História tem mostrado é que as políticas de poder têm sido utilizadas quotidianamente. Quem é o responsável pela segurança mundial, fazendo com que o sistema internacional funcione adequadamente, obedecendo a um mínimo de regras?
A primeira resposta é direccionada para as grandes potências. Foram elas que estiveram sempre presentes na linha da frente, fazendo guerras sem fim longe dos seus territórios, colonizando continentes e escravizando populações, em busca de maiores espaços, de maior prestígio, de mais riquezas, de mais influências e de poder de decisão no sistema internacional. As grandes potências estipularam as condições para o estabelecimento da paz, num mundo por elas mesmas legitimado.
Os Estados Unidos pouco se importam com as instituições internacionais, apenas aderindo a elas ou recorrendo às mesmas quando os seus interesses coincidem. Senão, procuram impor as regras de como deve ser constituída a ordem mundial. Se nenhum país consegue, mesmo através da força, dominar tudo e todos simultaneamente, visando alcançar integralmente os seus objectivos, consegue, no entanto, em grande parte dos casos, evitar que propostas contrárias às suas sejam realizadas. Ou seja, não mandam em tudo, mas impedem que os outros mandem contra a sua vontade.
A obsessão norte-americana em colocar ponto final às actividades desenvolvidas por grupos que contestam a ordem mundial, tem feito com que medidas extremadas sejam tomadas por George Bush. Uma delas é a divulgação do próprio documento que estabelece a nova Doutrina de Segurança Nacional norte-americana, em que os Estados Unidos simplesmente afirmam não aceitar contestações.
Em 1996, o governo norte-americano manifestou-se, contrário à recondução do então secretário geral da ONU Boutros Galli, ameaçando mesmo retirar-se do seio da instituição. Tal situação, criaria, obviamente, uma situação inédita, visto que seria impensável uma instituição com tal magnitude funcionar sem a presença de seu membro maior. Em caso de saída da instituição, o governo de Washington poderia criar uma ordem paralela à existente, desestabilizando o próprio sistema internacional. O resultado todos conhecem, com um final favorável às pretensões norte-americanas, quando Kofi Annan substituiu Boutros Galli.
A entrevista de Kofi Annan à BBC, reconhecendo que a guerra contra o Iraque foi ilegal, embora tardia, não deixa de trazer uma lufada de ar fresco, pois mostra que, apesar de tudo, o poder tem limites e que a administração Bush não manipula, tanto quanto desejaria, a Organização das Nações Unidas. Os mais optimistas certamente tenderão a ver neste acontecimento a perspectiva do aumento do papel da ONU para a resolução de futuros conflitos, mesmo contrariando os interesses das grandes potências.
Hoje soube que os 2/3 remanescentes de professores a colocar estarão nas escolas no próximo dia 20. Devia ter sido a 13. Devia ter sido a 31 de Agosto. Devia ter sido a ... Pois devia.
Entretanto Portugal é tanto mais bonito quanto mais para longe olhamos...
Kitty Kelley, a biógrafa famosa e não autorizada das celebridades, acabou de publicar o livro "A Família - A verdadeira história da dinastia Bush".
"The Family" é um resumo de 600 páginas sobre a história dos Bush, desde os primeiros dias de Prescott Bush, avô do actual presidente, até à guerra actual no Iraque. É a narração dum drama político e pessoal, que inclui casamentos infelizes, dores de cotovelo entre irmãos, drogas, álcool e a procura incessante do dinheiro e do poder.
"Fascinou-me a dinâmica desta família" disse Kelley, em entrevista ontem à Associated Press, nos escritórios da Doubleday, a editora que publica os seus livros. Apesar de assinalar que o seu livro "não pretendia atacar ninguém", Kelly riu-se depois, concordando que terá certamente impacto pela descrição do presidente e da primeira dama, Laura Bush, como duas pessoas "que revelam mais carinho pelos seus cães do que o que demonstram entre si-mesmos".
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A menos de 48 horas do começo do ano lectivo, esperamos todos que sejam dadas as cartas. A colocação de professores que, cada vez mais parece um baralha e torna a dar, nem faz a primeira página de jornais... Anestesiados com o Bolor das Finanças, ninguém quer saber do futuro dos nossos meninos. Na minha escola estão colocados pouco mais de metade dos professores. E tudo é normal... aliás bastará que cheguem pelas 9:00 do dia 16 e tudo estará bem... Ou não? O problema é que gerir os "recursos humanos da educação" não tem comparação com nenhuma outra organização em Portugal. Alguém que me diga o nome de uma organização com mais de 150 000 profissionais, espalhados por mais de 10 000 locais de trabalho. Para trabalho de homens não se deve enviar a cachopada... E muito mais não digo, por agora, ninguém acreditaria... Em breve, texto mais longo sobre o assunto...
O afastamento de muitos cidadãos em relação à política e aos políticos e o risco de descrédito do próprio regime democrático, são factores de preocupação. Para ser aceite e respeitada por todos aqueles que acreditam na democracia representativa, a política deve ser um esforço nobre para encontrar caminhos de progresso e justiça para a comunidade. Um país que segue a lógica do “voto útil” e da “alternância democrática”, precisa de uma esquerda com raízes: nas lutas do passado, na memória histórica e no compromisso com a justiça social.
O país precisa de um PS à esquerda – e até de uma “esquerda do PS”.
Uma esquerda com futuro: capaz de compreender os desafios do momento presente; de encontrar para eles respostas inovadoras, sem se esconder na mera retórica; de forjar a base social para a modernização solidária de Portugal; de enfrentar os desafios da qualificação das pessoas, das instituições, do país; capaz de mobilizar para o grande esforço que temos de fazer se não queremos perder a batalha da convergência com a Europa.
Uma esquerda que, sem perder o norte dos seus valores fundamentais, tenha a sabedoria e até a humildade de estar atenta à evolução da sociedade e que compreenda que novos problemas carecem de novas soluções. Uma esquerda eficaz no controle e no combate ao amiguismo, clientelismo, compadrio e mesmo à corrupção que todos pressentimos que existe, mas que dificilmente se denuncia. Uma esquerda que coloque o real valor dos cidadãos acima da posição que eles ocupam na hierarquia do partido ou da sociedade.
A qualidade da democracia depende largamente da qualidade dos seus agentes. Para que a democracia não perca terreno face à indiferença e ao populismo, é necessário que os partidos políticos sejam os primeiros a dar o exemplo de um funcionamento interno plenamente democrático e participativo.
Tudo isto vem a propósito de um artigo de opinião, da autoria de Ana Gomes, publicado ontem pelo Público. Convido-vos a lê-lo.
Ontem, 11 de Setembro, fui ver Farenheit 9/11. Nada no filme de Michael More - autor do livro "Uma Nação de Idiotas" - me surpreendeu, já que o argumento não faz mais do que reproduzir as noticias que têm dado a volta ao mundo sobre os benefícios financeiros auferidos pela família Bush e afins, decorrentes das suas estreitas ligações com as principescas famílias da Arábia Saudita, incluindo a família Ben Laden.
O título "Farenheit 9/11" é inspirado no filme "Farenheit 451", de François Truffaut, baseado num livro de Ray Bradbury que fala de um mundo dominado por uma organização totalitária que queimava livros, sendo, para isso, necessária a temperatura de 451° na escala de Farenheit. Da mesma forma, Moore divulga em Farenheit 911 as informações que o poder quer ocultar. É a temperatura a que Moore faz a verdade arder.
Para não ser acusado de traidor, Michael Moore precaveu-se e deixou bem claro, por diversas vezes, que é a favor da América mas contra Bush e todo o sistema que o apoia. A mensagem do filme diz que comportamento imoral gera mais comportamento imoral. Ou seja, tal como Moore já havia dito no momento de receber o prémio do melhor documentário por "Bowling for Columbine", "Vivemos em tempos fictícios, em que resultados eleitorais fictícios elegem um presidente fictício, que nos manda para a guerra por razões fictícias".
Tal como em "Bowling for Columbine", a construção da argumentação e a denúncia da situação actual induzem em nós um sentimento de mal-estar e de náusea. Como é que eles poderam chegar a isto? É certo que o americano médio é perigoso. Seguindo o exemplo do seu presidente acéfalo e intervencionista, eles querem dirigir o destino do mundo e salvá-lo do Mal, mas não fazem mais do que agravar as tensões e os conflitos.
À saída do cinema, a minha desconfiança em relação à América e aos americanos tinha atingido o máximo. E cada vez tenho mais dúvidas de que algum dia possa vir a compreender este povo e este país. Felizmente existe Mike... ver mais: clique aqui
Numa pequena homenagem ao Barnabé, que comemora hoje o primeiro aniversário na "blogosfera" portuguesa, aqui ficam algumas considerações sobre o debate direita/esquerda, que o Barnabé tão bem tem lançado entre nós.
A situação política e económica em que vivemos poder-se-ia qualificar como horizonte negativo. As utopias de certa maneira aconteceram, mas estamos a viver as utopias de uma maneira negativa. O futuro chegou, mas em negativo. Neste momento, não há nenhuma utopia para colocar no lugar. Temos de atravessar esta fase para ver quais são os sinais do que virá por aí, que não sejam apenas os catastróficos.
A oposição direita/esquerda não desapareceu, muito embora os significados de direita e esquerda não sejam hoje os mesmos. Não existe o fim nem das ideologias nem das utopias. Por outro lado, é importante entender que, enquanto existir capitalismo, existirá crítica do capitalismo. E a crítica do capitalismo abre uma janela para o futuro, para uma outra coisa. Quem sabe, irrealizável, mas ela é permanente à própria existência do capitalismo. Daí a abertura da imaginação e de utopias que necessariamente são críticas ao capitalismo.
Temos que retomar o velho axioma do Marx: a sociedade não se propõe problemas que ela não possa resolver. E os problemas que a sociedade está a resolver são problemas que ela mesma propôs. A luta política já não se encaixa naquela imagem em que se tem uma direita com a sua concepção muito clara do que é mercado e poder, e de outro lado a esquerda que se opõe a esses interesses. Hoje, o trânsito entre essas posições está evidentemente baralhado.
Da discussão nasce a luz... e a utopia. Força, pois, Barnabé!
A comunicação social é indispensável ao desenvolvimento das nações e de todos os agrupamentos humanos. Se o ideal de Maquiavel era um Príncipe que não precisava de dar satisfações aos seus súditos, quando hoje os governantes se calam é sinal de que não são suficientemente pressionados para se manifestar. E esta pressão só pode ser exercida pela comunicação social.
Na passada segunda-feira, na sequência da cobertura da tragédia de Beslan feita pelo jornal russo "Izvestia", o editor Raf Sharikov foi despedido. No dia seguinte, foi detido, num aeroporto entre Moscovo e Beslan, Amro Abdel Hamid, jornalista do canal por satélite al-Arabya, que não chegou a ser informado acerca dos motivos da detenção.
No início de Agosto, as autoridades iraquianas decidiram encerrar durante um mês o escritório da Al-Jazeera em Bagdade, justificando que o objectivo era "proteger o povo iraquiano" por considerarem que a cadeia de televisão incita à violência. Como a Al-Jazeera não respeitou a decisão tomada pelo Comité Nacional de Segurança e continuou a emitir a partir do Iraque com entrevistas a pessoas sem ter em conta a interdição temporária, o governo iraquiano decidiu agora "prolongar a interdição, por período indefinido, até que a direcção da cadeia de televisão envie uma resposta oficial sobre a sua política no Iraque".
Se a "guerra contra o terror" está muito longe de chegar ao fim, a batalha dos meios de comunicação pelo direito a informar, desinformar ou contrainformar, agudiza-se por todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos, agora em plena campanha eleitoral. Recentemente, a administração Bush apressou-se a desmentir as sugestões do Washington Post e do New York Times, segundo as quais, os, cada vez mais frequentes, alertas contra atentados terroristas seriam apenas ditados por razões eleitorais de forma a jogar sobre o sentimento de inquietação dos cidadãos americanos.
Como na metáfora de George Orwell, o pior regime totalitário não ambiciona apenas o controle das acções da sociedade, mas do que pensam os seus cidadãos. Sem a liberdade dos meios de comunicação de massa modernos, não existe opinião pública, não está assegurada a oportunidade igual das minorias e não se pode desenvolver a vida política num processo livre e aberto.
Uma sociedade que tenha escolhido ideais e os preserve não tem, nem precisa, de censura. Do ponto de vista da ética, a censura aparece sempre para ocupar o lugar dos valores dos quais cada sociedade nunca deveria abdicar.
O historiador britânico Timothy Garton-Ash escrevia há dias no The Guardian, a propósito da importância para o mundo da vitória de John Kerry em Novembro :
"A vitória [sobre o terrorismo] dependerá do valor, da decisão e do empenho em defendermos aquilo que é valioso para nós e os EUA fazem bem em recordá-lo. Isso dependerá de serviços secretos eficientes e de duro trabalho policial. Mas sobretudo, de que se enfrentem as causas políticas e económicas do terrorismo, para poder secar os pântanos em que se criam os mosquitos da Al-Qaeda."
Teresa de Sousa, num belíssimo artigo do "Público" acrescenta :
"E também da nossa capacidade em mostrar as vantagens das nossas sociedades livres. No Iraque como na Tchetchénia. É preciso examinar tanto as causas como os efeitos do terror global. Perceber que isso não é desculpá-lo mas um passo fundamental para combatê-lo. O caminho errado é aceitar tudo em nome desse combate."
Vale a pena ler : clique aqui
Os dois GNR, forma impessoal e desinfectada como foi noticiado o assassinato de dois jovens soldados da Guarda Nacional Republicana, é típica de um jornalismo indiferente perante a morte. Ficamos a saber que a G3 encravou, impedindo um dos soldados de se defender do ataque selvagem de que foram alvo.
Noutro jornal é notícia que os familiares dos dois agentes mortos vão receber apoio do Estado. Não deveria tal apoio ser tão natural e evidente que não merecesse notícia?
Como se não bastasse terem perdido a vida ao serviço da nossa sociedade, provavelmente comprado a farda e terem vivido a sua profissão de serviço sob a autoridade de um estado que vive em guerra civil com os seus servidores, só o que faltava era que as suas famílias fossem abandonadas pela nossa sociedade ingrata.
Para quem perceba inglês aqui está uma descrição do horror de uma pequena comunidade que se vê ceifada de futuro pela irracionalidade da violência fanática.
A propósito do clima "russófobo" lançado por alguns jornais ocidentais, e nomeadamente ingleses, o Pravda.ru publica e critica um pequeno artigo, escrito pelo Christian Science Monitor :
"Um artigo do The Guardian sobre a crise [dos reféns na escola de Beslan] afirma que se as tensões aumentarem em Beslan, isso poderá levar a um sério conflito armado no Cáucaso. De acordo com especialistas do jornal inglês, a situação pode ser resolvida por conversas pacíficas com membros independentes da oposição chechena. O Christian Science Monitor sugere que os EUA e a ONU aumentem a pressão sobre Moscovo, para que a Rússia inicie conversas pacíficas na Chechénia. O Christian Science Monitor critica a resolução da ONU que condena o acto terrorista em Beslan."
E o Pravda acrescenta: "Este pequeno trecho já mostra bem a completa incongruência da imprensa ocidental. Todos os média dos EUA e da Grã-Bretanha apoiaram entusiasticamente a guerra dos seus países contra o Iraque, que não financiava terroristas nem era uma ameaça a qualquer nação. George Bush e Tony Blair, referindo-se a Saddam Hussein, diziam que "não se pode negociar com terroristas", e afirmavam que a guerra era a única solução. Agora, diante de terroristas que explodem aviões e estações de metro e tomam uma escola com mais de 1000 crianças, essa mesma imprensa afirma que "o único caminho é o diálogo", e ainda chega ao cúmulo de criticar a condenação dos ataques terroristas."
Ora, a guerra contra a Chechénia visa, como declarou Putin, "manter a integridade total do território russo", ou seja, reconquistar a Chechénia e impedir qualquer movimento separatista noutras repúblicas que possa desagregar de vez a cambaleante economia russa. Os EUA e a Inglaterra, que controlam a exploração petrolífera e de gás na Geórgia, Arménia e Azerbaijão - ex-repúblicas soviéticas que são agora controladas, como semicolónias, por governos ocidentais - temem que uma expansão militar da Rússia, reforçada pela vitória na Chechénia, possa estimular Moscovo a tentar dominar novamente a região, ou pelo menos tornar-se uma ameaça real ao controle político que o imperialismo exerce nessas repúblicas, forçando concessões ao Kremlin.
Esse é um elemento de contradição entre os interesses da burguesia russa e do imperialismo ocidental, que determinará os choques futuros entre ambos. O facto de Putin ter aprovado um documento onde defende que a Rússia pode utilizar o seu arsenal nuclear para "proteger a sua unidade territorial e defender-se dos inimigos externos" reforça essa tentativa do governo russo de demonstrar que colocará obstáculos ao domínio imperialista na região.
Entretanto, vai continuando a Matança dos Inocentes. Ontem, assistimos, em directo, a mais um espectáculo de extremo amadorismo e incompetência demonstrado pelas autoridades russas - faltava tudo, não havia ambulâncias, não havia perímetro de segurança e o grupo das "forças especiais" não fez mais do que improvisar. E depois, a tentativa constante de manipular a opinião pública sobre o real impacto da catástrofe, como nos velhos tempos do KGB, que Putin tão bem conheceu...
É óbvio que isso não diminui a responsabilidade dos terroristas. Mas, destes, não esperávamos outra reacção. É ao estado que cabe a protecção e o salvamento das vidas humanas. Pelos vistos, não é só na economia que a Rússia cambaleia...
A deslocalização da produção para os países de mão de obra barata, benefícios fiscais ilimitados e acordos secretos com governantes (quantas vezes sem legitimidade democrática para negociar), é uma das causas da insegurança sentida por muitos trabalhadores e famílias nos países ricos (mas, pelos vistos, em vias de empobrecer) onde, paradoxalmente, as grandes fortunas não param de aumentar. Cada vez mais gente vive com o pressentimento de estar a escorregar para um abismo, de consequências ainda imprevisíveis, enquanto os membros da “Nova Ordem Mundial” vão juntando e repartindo entre si a riqueza produzida pelos anónimos de todo o planeta, pouco preocupados com o futuro da humanidade e da própria vida.
A nova ordem mundial, ao serviço da OMC, ajuda os países em vias de desenvolvimento a prepararem, no terreno, as condições mínimas de acolhimento da economia de mercado «livre». A maioria desses países não está em condições de negociar, e muito menos de resistir à invasão, muitas vezes disfarçada de ajuda humanitária e de estabilidade política. Mesmo nos casos em que tudo parece claro e os benefícios parecem evidentes, quando menos se espera, as multinacionais apresentam de chofre a decisão já tomada: a unidade vai ser encerrada por motivo de deslocalização para outro país, com mão de obra ainda mais barata.
É verdade que a maioria dos países está cada vez mais integrada no mercado livre e cada vez mais gente tem acesso aos produtos correntes de consumo. No entanto, este dinamismo económico é enganador pois, na maioria dos países em vias desenvolvimento, só alguns grupos sociais restritos têm verdadeiro acesso ao consumo, e as fronteiras dessa abundância terminam abruptamente onde começa o país real. O jugo económico tende a perpetuar privilégios e a impedir o desenvolvimento gradual e sustentável de populações, que deviam ter tempo e espaço para escolherem, em liberdade, um caminho, uma política e uma identidade como povo, como nação, como país independente.
Os interesses económicos e financeiros dominantes são caucionados e protegidos pelas estruturas militares e de segurança ocidentais, que não hesitam em recorrer à guerra. Para além disso, este sistema económico global é alimentado pela divisão social entre países e no seio destes. Em resposta, o povo anónimo que produz a riqueza do planeta deve unir-se. Os grupos com uma causa específica devem dar-se as mãos num entendimento comum e colectivo do poder destrutivo e empobrecedor deste sistema económico.
Face a um sistema que está a destruir a vida das pessoas, a unidade de objectivos e a coordenação ao nível mundial entre os diversos grupos sociais são fundamentais. É necessário um ímpeto de grande magnitude que congregue todos os sectores da sociedade a todos os níveis, em todos os países, num objectivo comum para a eliminação da pobreza e a obtenção duma paz mundial duradoura.
Com vários meses de atraso, o Ministério da Educação português conseguiu colocar 10% dos professores. Falta só o resto. Enquanto no resto da Europa se discutem assuntos importantes para os sistemas educativos, em Portugal, "rentrée" tem como único significado o regresso dos políticos às baboseiras do costume. Para o Ministério da Educação Etc, o início do ano é um sucesso se conseguir despejar professores nas escolas a tempo. E numa como noutra tanto faz. É desta palhaçada que se faz o humor europeu... desgraçadamente somos parte da farsa e da anedota.
Esta imagem foi publicada no site da "Women on Waves" com este título : "Há uma Guerra aqui?"
Sun 29-08-04 17 hours: After receiving no response from the harbour authorities to repeated requests for permission to enter, Ms Borndiep slowly started to sail for the coast. Within minutes, the portugese Navy appeared at the horizon and ordered the captain to immediately stop moving. Or else...
O Chefe de Estado recordou que, afinal, é «Comandante Supremo das Forças Armadas»
[...] o Presidente da República anunciou que vai solicitar
«informações completas» sobre as razões que levaram o governo a decretar essa proibição.
[...] Jorge Sampaio justificou a necessidade dessa informação com o facto de ser Comandante Supremo das Forças Armadas e da proibição implicar meios da Armada Portuguesa.
"Do ponto de vista do Estado o assunto está encerrado", disse Paulo Portas, acrescentando que as decisões tomadas pelo executivo em relação ao barco-clínica "foram fundamentadas".
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A discussão política é tão pouco imaginativa que, ciclicamente, lá vêm os abortos falar do aborto. Uma questão que já encontrou compromissos aceitáveis em toda a Europa civilizada continua a esconder, no nosso país, a incapacidade dos nossos supostos pensadores para fazer o nosso país andar para a frente.
Curioso mesmo é Sua Excelência o Presidente da República ter que passar a vida em bicos de pés a lembrar povo e jornalistas que é Presidente, que é o garante da Constituição, que é Comandante Supremo das Forças Armadas, se fosse comandava...
BRITEIROS pretende-se como um espaço de expressão, de lucidez e de revolta, contra o individualismo
ultraliberal e pós-moderno, a resignação, o fatalismo e a preguiça intelectual.