segunda-feira, fevereiro 28, 2005
« Le scandale »
Para além da farsa de um ministro que se afundou numa espiral de desculpas e de revelações, a história do Ministro da Economia e das Finanças do governo francês, Hervé Gaymard, dá um duro golpe na classe política da França, que considera normalmente o serviço nas altas funções do Estado como a garantia de privilégios para toda a vida.
O escândalo rebentou com a noticia do jornal sensacionalista “le Canard enchaîné” sobre os dois apartamentos, de 300m2 cada, alugados pelo ministro para instalar a sua numerosa família (oito filhos) na avenue Montaigne (uma das perpendiculares mais chiques dos famosos Champs-Elysées), por uma renda total de 14 mil euros mensais. Pagos pelo Estado francês.
Jacques Chirac vai agora ter que apaziguar o pânico criado no seu governo, após a demissão do seu protegido, ao mesmo tempo que lança a campanha nacional para o referendo à Constituição europeia. Um mau concurso de circunstâncias, pois se os eleitores franceses já estavam, há muito tempo, de pé atrás em relação à sua classe política, estão agora mais do que nunca descontentes, após a terceira demissão de um Ministro da Economia no espaço de um ano.

Lembram-se quando Jerónimo de Sousa, no debate da RTP, conseguiu, num esforço para dominar a sua afonia, aludir ao caso do Vale do Ave e propor o accionamento da cláusula de salvaguarda do emprego, que está definitivamente ameaçado para milhares de trabalhadores?




















“Se o PSD tiver um mau resultado, o grupo parlamentar encolhe muito: os financiamentos da Assembleia serão muito menores, as instalações e os funcionários, idem. Toda uma pequena multidão de funcionários e assessores terá de regressar às suas origens, sendo que alguns são funcionários do partido e outros não, ficarão sem emprego. [...] Todos estes funcionários e assessores são militantes activos controlando secções ou sendo protegidos pela rede de influências que inclui deputados e dirigentes locais. Alguns são familiares dos familiares que chegaram a um emprego bastante razoável por esta via. O sistema de fidelidades e infidelidades políticas funciona aqui em pleno, visto que o recrutamento dependente da influência e não do mérito.



Num jardim adornado de verdura,



Em todas as discussões a propósito do tratamento dos resíduos perigosos aparece, mais cedo ou mais tarde, a inevitável pergunta: Afinal, quais são as alternativas à co-incineração para tratar os resíduos não recicláveis, sem pôr em perigo a nossa saúde pública?























