BRITEIROS: dezembro 2007 <$BlogRSDUrl$>








segunda-feira, dezembro 31, 2007

Lembrando 1959

1º de Janeiro de 1959
Enquanto Fulgêncio Baptista foge - com o rabo entre as pernas - Camilo e Che preparam-se para entrar triunfalmente em Havana, consumando assim a libertação de Cuba.
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Num tempo de esquecimento global, é bom lembrar!!!

:: enviado por ja :: 12/31/2007 11:01:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Outras frases de 2007

O agonizante 2007 termina pejado de uma variadíssima colecção de frases para todos os gostos, para a lembrança e para o olvido. A melhor de todas, já o dissemos, fez-se esperar 314 dias. Muitos almejavam ouvi-la, poucos se atreveram a pronunciá-la. Há quem diga que o rei de Espanha emulou o poeta chileno — me gustas cuando callas porque estás como ausente — no encerramento da cimeira, celebrada precisamente no Chile, com o seu muito menos subtil «Por qué no te callas?» que conseguiu emudecer Hugo Chávez.
Já o amigo deste, Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irão, brindou-nos com a segunda frase do ano, num enunciado tão memorável como didáctico, ao afirmar com científica profundidade que, no seu país, «não existem homossexuais».
Também no vizinho Iraque, pelo menos em 2007, não deu para se esclarecer se dispõem ou não de homossexuais. Mas, em contrapartida, ficámos a saber, pela boca de Colin Powell e com mais de três anos de atraso, que nunca ali tinha existido nem uma mísera arma de destruição maciça. Ao que o “fascista” José María Aznar respondeu, de pronto, não ser «suficientemente esperto para que fosse possível tê-lo sabido antes».
Também a chispa dos nossos dirigentes “socialistas” se manteve extática ao longo do ano de 2007. Dos muitos exemplares disponíveis, destacamos a célebre frase do ministro das Obras Públicas que, no final de um almoço bem regado, promovido pela Ordem dos Economistas, sobre a Ota, sentenciou que «a margem sul é um deserto» e, por isso, seria «uma obra faraónica» fazer aí o futuro aeroporto de Lisboa.
Pouco tempo depois, em pleno Verão, Portugal foi palco da espectacular detenção do assaltante mais procurado de Espanha. E foi dos lábios de Jaime Giménez Arce, perante o Tribunal da Figueira da Foz, que saiu uma das frases mais lapidares: «Olá a todos, eu sou o Solitário».
Nesta lista, até o Nobel da Paz merece citação. O último galardoado, Al Gore, conseguiu baptizar 2007 como o ano das alterações climáticas, percorrendo o mundo inteiro a lançar advertências como esta: «Se se derreter uma parte da Gronelândia, os efeitos sobre Manhattan seriam muito piores que o atentado do 11 de Setembro».
E, na despedida do ano, chega a vez dos cidadãos anónimos e das suas frases que, a modo de balanço político mordaz, se traduziram em 918 milhões de SMS nas redes dos três operadores, só entre os dias 21 e 25 de Dezembro. Mensagens como a que leva a palma neste final de 2007: «Este ano não há presépio: a vaca está louca e não se segura nas patas; os Reis Magos não podem vir porque os camelos estão no governo; a Nossa Senhora e o São José foram meter os papeis para o rendimento mínimo; a ASAE fechou o estábulo por falta de condições e o Tribunal de Menores ordenou a entrega do Menino ao pai biológico... E, antes que me tirem as mensagens à borla, aproveito para desejar a todos um Feliz Ano Novo de 2008».


:: enviado por JAM :: 12/31/2007 12:09:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Sinais para 2008

"A definição das prioridades de Pinto Monteiro para a política criminal ficou marcada por uma polémica com a ministra da Educação. Maria de Lurdes Rodrigues considerou “exageradas” as preocupações do procurador-geral da República sobre a violência nos estabelecimentos de ensino, dizendo que se trata de “situações raras”. “O que existe são situações de indisciplina e incivilidade”, disse em Novembro a ministra.
No entanto, a posição da governante não desviou o procurador das suas intenções, que chegou mesmo a responder a Maria de Lurdes Rodrigues. “Sei que há várias pessoas, até a senhora ministra da Educação, que minimizam a dimensão da violência nas escolas, mas ela existe”, reiterou Pinto Monteiro, garantindo que vai preocupar-se com “cada caso de um miúdo que dê um pontapé a um professor ou que lhe risque o carro”.


"Um em cada dez alunos das escolas portuguesas diz que já foi vítima de violação ou de uma tentativa de abuso sexual. Os dados fazem parte de um estudo da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e foram divulgados, esta quarta-feira, pela Rádio Clube.
[...]
«As escolas não têm equipamentos humanos e não tem recursos para dar resposta a este tipo de solicitações», explicou em declarações à Rádio Clube. A investigadora considera também que estes números são «claramente uma percentagem muito elevadas porque estamos a falar de comportamentos de risco numa relação de intimidade».
Apesar da gravidade conferida aos abusos sexuais, Rosa Savedra salienta que «não podemos dar mais valor a estes do que as formas de violência física ou verbal»."

"La Flandre poursuit sa politique de « containement » des non-néerlandophones à Bruxelles. La commune de Zaventem, située juste à la périphérie de la région bruxelloise et qui accueille l’aéroport international de ce qu’on appelle encore la Belgique, vient de décider de réserver la vente de terrains municipaux — et accessibles à des prix inférieurs à ceux du marché — aux seuls néerlandophones ou, à défaut, à ceux qui suivent des cours de néerlandais dans une école agréée. Les 76 lots qui seront mis en vente en mars à Wolluwe-Saint-Etienne sont directement concernés par cette décision."

:: enviado por RC :: 12/31/2007 11:04:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

domingo, dezembro 30, 2007

A frase do ano

“Por qué no te callas?” foi a frase do ano de 2007.
Os lapsos costumam ocorrer assim. De improviso e sem que necessariamente se tenha consciência do dito. De repente, sai-nos uma palavra, ou um gesto, que se enche de sentido. Quando o rei de Espanha a lançou ao presidente Chávez, saiu da sua alma calar a quem não se cala, a um presidente que fala e fala, sem parar. Espontâneo corte público ao delírio excessivo da verbosidade.
Mas a frase, ao dar as várias voltas ao mundo, pelos meios electrónicos da rede mundial, perdeu a sua ingenuidade inicial. E desdobrou-se numa multitude de valores dicotómicos que continuam a ressoar na Web: históricos: colonizador/colonizado; raciais: europeu/mestiço; ideológicos: direita/esquerda; categoriais: rei/plebeu; rituais: diplomacia oca/ planetariedade infantil; económicos: investimento especulativo estrangeiro/empresas locais...
É que “Por qué no te callas?” foi proferido no âmbito duma cimeira subordinada ao tema da coesão social, que é outra maneira de chamar pobreza à pobreza. Em suma, uma oportunidade sublime para corroborar que os ricos dos países pobres estão cada vez mais perto dos ricos dos países ricos e cada vez mais longe dos pobres dos seus próprios países. E que estes, por sua vez, formam uma progressiva massa de excluídos que vai navegando entre a atomização social e o refúgio nas tradições locais, étnicas ou religiosas. Ou seja, um retrocesso de séculos.


:: enviado por JAM :: 12/30/2007 10:54:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

Morto pela Pide - 4 -


Antes de fechar os olhos para sempre, Militão Ribeiro ainda consegue fazer sair da cadeia – clandestinamente, é claro – uma carta para os seus camaradas de partido, escrita com o próprio sangue. Extractos dessa carta dizem o seguinte:

«… Tenho sofrido o que um ser humano pode sofrer. Nem sei como tenho tido forças para tanto. Mas com todo este sofrimento nunca deixei de ter fé na nossa causa. Sei que venceremos. Desde sempre mantive a disposição de dar a vida pelo Partido em todas as circunstâncias, assim como a dou de forma horrível e cheia de sofrimento. Mesmo quase já um cadáver ainda fui esbofeteado por um agente. Dores, insónias, fome, agonias, tudo tenho sofrido nestes sete meses, quase sempre de cama, sem me poder mexer…»
«… Que infelicidade a minha de só aos cinquenta anos ter começado a trabalhar dessa forma. Felizes os que vêm novos para o Partido e o encontram a trabalhar assim…»

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A PIDE assassinou-o cruelmente, um crime lento, dos que não deixam vestígios.
Militão morreu de inanição em 2 de Fevereiro de 1950.


:: enviado por ja :: 12/30/2007 10:23:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Crónica de uma morte anunciada


© Desenho de Bandeira - Diário de Notícias

De nada valeu o enorme aparato de segurança, perante a teimosia dos que pretendiam fazer-lhe pagar com a vida o regresso ao seu país, após anos de exílio. No próprio dia em que regressou, há dois meses, recebeu-a uma dupla explosão que custou a vida a 130 pessoas e da qual saiu milagrosamente ilesa. Ontem porém, a figura mais notável do Paquistão foi assassinada com dois tiros, por um desconhecido que posteriormente se fez explodir, matando assim mais dezasseis pessoas e mergulhando o Paquistão na que será certamente a sua mais grave crise depois da criação do país, em 1947.
Membro de uma dinastia tão célebre como trágica, Benazir Bhutto foi, entre 1988 e 1990, a primeira governante muçulmana eleita no mundo, tendo voltado a repetir a proeza entre 1993 e 1996. O seu pai, Zulfikar Alí Bhutto, governou nos anos 70, foi deposto por um golpe militar e executado em 1979. Benazir passou cinco anos em prisão domiciliária e fugiu do país, onde voltou em 1986 para ser eleita primeira-ministra. Acusada de corrupção, juntamente com o marido, nas duas ocasiões em que governou, voltou a exilar-se em 1999. Os irmãos, Shanawaz e Murtaza, foram assassinados em 1985 e 1996. Educada em Harvard e Oxford, jovem e bonita, quando chegou pela primeira vez ao poder era vista como uma figura refrescante e democrática. Com os escândalos de corrupção — que nunca foram provados e que ela sempre alegou tratarem-se de acusações políticas — caiu em desgraça e tornou-se num símbolo mais controverso.
O seu regresso em Outubro voltou a armar polémica, quando as acusações de corrupção foram levantadas por ordem de Pervez Musharraf, como base de num arranjo para partilhar o poder com ele, que vive há anos sobre a corda bamba de uma aliança com os Estados Unidos. Os mesmos Estados Unidos que pretendiam agora utilizar Benazir Bhutto como peça de substituição perante a intolerável impopularidade de Musharraf e de contenção face a uma militância islâmica radical, cada vez mais agressiva y poderosa.
Agora, o Paquistão vai continuar a desfazer-se num caminho sem retorno, constituindo mais uma das frentes da “guerra contra o terrorismo” de Washington, que, em vez de combater a instabilidade, parece mais predestinada a alimentá-la.

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:: enviado por JAM :: 12/28/2007 11:42:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

segunda-feira, dezembro 24, 2007

"Causa deles"

-Vital Moreira considera que "defender o referendo é defender o insucesso do Tratado" e escreveu-o ontem no seu blogue Causa Nossa. "A realização de um referendo em Portugal, ou noutro país que não esteja obrigado a fazê-lo, tornaria insustentável a posição do primeiro-ministro britânico de recusa do referendo, sabendo-se que se ele se realizasse, o Tratado seria claramente rejeitado na Grã-Bretanha", defende Vital Moreira, para quem "defender o referendo é defender o insucesso do Tratado". ler DN.
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Conclusão:
Quando se trata de "argumentar sem argumentos"... todas as "manhas" são possíveis!!!
Pobre Europa ( que se queria??!) dos cidadãos !!!

:: enviado por ja :: 12/24/2007 08:22:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

domingo, dezembro 23, 2007

Morto pela PIDE - 3 -


4 de Julho 1945

«Escondidos atrás da furgoneta os homens esperavam silenciosamente, como numa caçada. Em breve o viram aparecer. Aproveitava a descida para dar velocidade à bicicleta, naquele seu jeito destemido e moço de saborear a rapidez da corrida, o vento nos cabelos, a alegria de viver.
Um dos homens saltou detrás da furgoneta e com um encontrão fê-lo cair na beira da estrada. Quando se levantou, dum salto, estava cercado. Um tiro deitou-o por terra.
De longe, um camponês presenciara a emboscada em que José Gonçalves acompanhado de Fernando Gouveia e mais um bando de agentes da P.I.D.E., assassinaram cobardemente o comunista Alfredo Dinis.»
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Alfredo Dinis, que na clandestinidade usou o pseudónimo de Alex, nasceu em Lisboa em 29 de Março de 1917 e tinha 28 anos quando a PIDE o assassinou. Operário metalúrgico da Parry & Son, trabalhava de dia e à noite estudava numa escola industrial.Aos 19 anos entrou para as Juventudes Comunistas. Preso em Agosto de 1938 pela polícia fascista foi condenado a 18 meses de prisão. Quando saiu da prisão retomou a sua actividade revolucionária. Na qualidade de secretário da célula do PCP na Parry & Son passou a fazer parte do Comité Local de Almada. Em 1943 entrou para o Comité Local de Almada. Também em 1943 entrou para o Comité Regional de Lisboa e pouco depois foi eleito para o Comité Central no III Congresso (1º ilegal) do Partido, realizado nesse mesmo ano, passando a fazer parte do então existente Bureau Político.Alfredo Dinis desenvolveu uma intensa actividade, participou na organização das lutas de 1942 na região de Lisboa e mais tarde na organização e direcção das grandes vagas de greves de 1943 e 1944 na região de Lisboa, Margem Sul e Ribatejo, assim como nas grandiosas manifestações da vitória sobre o nazi-fascismo de Maio de 1945.
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E ainda há quem diga que a PIDE ... matava pouco!!!

:: enviado por ja :: 12/23/2007 10:16:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

As boas práticas

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:: enviado por touaki :: 12/23/2007 09:56:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sábado, dezembro 22, 2007

Boas Festas


:: enviado por U18 Team :: 12/22/2007 10:02:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Morto pela PIDE - 2 -

Carlos Ferreira Soares, o “Dr. Prata”como era conhecido, é barbaramente assassinado pela polícia política do Regime Salazarista a 4 de Julho de 1942.
Nascido no dia 5 de Fevereiro de 1903 em Viana de Castelo, cedo assume a sua condição de comunista, a sua condição de lutador da liberdade.
O ditador de Santa Comba Dão não lhe perdoou a ousadia de querer ser livre.
Em Nogueira da Regedoura, aos 39 anos, é morto com uma rajada de metralhadora.
Não te esquecemos!!!

:: enviado por ja :: 12/21/2007 09:20:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Morto pela PIDE - 1 -

19 de Dezembro de 1961 - Rua dos Lusíadas - Lisboa.
Há 46 anos, vítima das balas assassinas da PIDE, morre José Dias Coelho.
Num tempo em que é por demais evidente a tentativa de reescrever a História ao sabor da mentira e do esquecimento forçado, é nossa obrigação não o permitir.
Recordar aqueles que deram o melhor de si, em prol da Liberdade e da Democracia, é um DEVER !!!


:: enviado por ja :: 12/20/2007 07:08:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Fogo!

Um incêndio deflagrou ontem no Eisenhower Executive Office Building que alberga, entre outros, escritórios do vice-presidente Dick Cheney. O porta-voz da Casa Branca jurou que se tratou de um curto-circuito.
Mas, pelos tempos que correm, faz todo o sentido colocarmos a questão se não restariam ainda provas do Waterboarding a queimar...

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:: enviado por JAM :: 12/20/2007 10:51:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Perguntar não ofende (62)

Edite Estrela afirmou ontem no Parlamento Europeu que José Sócrates, durante a presidência portuguesa, governou tão bem os assuntos europeus e os destinos do país que quase parece ter o dom da ubiquidade.
Pedimos a beatificação?


:: enviado por U18 Team :: 12/19/2007 03:17:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

segunda-feira, dezembro 17, 2007

CDS


"J’ai toujours été social-démocrate, même pendant la révolution, en 1974."

"...l’affirmation du parti socialiste se fait au centre"

"Je suis donc un démocrate socialiste"

Para um homem que afirmou não haver lugar nem necessidade para uma discussão ideológica no último congresso do Partido Socialista, acaba agora de fazer a conversão final do partido sem que para tal os militantes tenham sido tidos nem achados. Agora será um partido que se afirma de centrista democrata e socialista. CDS, enfim, o regresso às origens para o militante Pinto de Sousa.

"Tout le monde a défilé contre le gouvernement, soupire-t-il, mais pour que ces réformes passent on a commencé par réformer le régime généreux de retraite des députés et des anciens Premiers ministres et on a augmenté les impôts des plus riches."

A mentira fundacional repetida. Basta consultar o Diário da República do dia 10/10/2005 e verificar como a hipocrisia do regime transitório assegurou a conivência conveniente dos deputados mais antigos ao reconhecer-lhes plenamente os direitos adquiridos.

"Artigo 8º
Regime transitório
Aos titulares de cargos políticos que, até ao termo dos mandatos em curso, preencham os requisitos para
beneficiar dos direitos conferidos pelas disposições alteradas ou revogadas pelos artigos anteriores são aplicáveis, para todos os efeitos, aqueles regimes legais, computando-se, nas regras de cálculo, apenas o número de anos de exercício efectivo de funções verificado à data da entrada em vigor da presente lei, independentemente da data do requerimento e sem prejuízo dos limites máximos até aqui vigentes."

(Sobre este assunto vale a pena ler o cínico comentário de Vital Moreira ao tempo já apoiante fervoroso do socialismo moderno)

Já o mesmo não aconteceu aos funcionários que se viram descaradamente despojados dos seus direitos com regimes transitórios que chegam ao cúmulo de deixar de fora trabalhadores com trinta anos de serviço prestado ao Estado.

Diz ainda Quatremer "En dehors des policiers, des militaires, des juges et des diplomates, ils sont même tous passés sous régime de droit privé"

Tal só foi possível em acordo com sindicalistas do Socialismo Moderno e sem vergonha como Nobre dos Santos da Fesap/ UGT.

Citações a partir de http://www.liberation.fr/transversales/portraits/298346.FR.php

:: enviado por RC :: 12/17/2007 09:57:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Quelqu'un m'a dit ou não teria acreditado

Carla Bruni com Sarkozy!?
Drogou-a. Só pode ser.

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:: enviado por U18 Team :: 12/17/2007 09:23:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Europe’s Far West

Até Manuel Pinho será capaz de admitir que nem o Sunday Times é um tablóide sensacionalista nem Rod Liddle é um jornalista desconhecido à procura de notoriedade. Vejamos o que ele escreveu na edição de ontem:
“A Portuguese journalist has suggested that Kate McCann was only “one step away from prison” at one point during the police investigation into the whereabouts of her missing daughter, Madeleine. Manuel Catarino, the editor-in-chief of some Portuguese newspaper, believes that Kate McCann escaped prison only because of the preferential treatment afforded to her because she was English, rather than Portuguese. It’s a shame that this “preferential treatment” didn’t extend to an even barely competent investigation of the case, you might think. Six months after Madeleine went missing, the Portuguese old bill at last got around to sending in sniffer dogs to the McCanns’ apartment where they think they found some specks of blood, but aren’t entirely sure. Meanwhile, the boss of the investigation, Goncalo “Sherlock” Amaral, was sacked. The Portuguese public – out of straightforward xenophobia – have always assumed the McCanns to be guilty, despite overwhelming evidence to the contrary. Thinking of the Algarve next year? Think again. “

Compreendo o ponto de vista. Aliás, todos o podemos compreender se substituirmos casal McCann por casal Silva, trocarmos Algarve por costa turca ou tunisina e rebobinarmos a história para a contar de novo (e não me venham dizer que o casal Silva nunca deixaria os filhos sozinhos).
É que ao lado da excelência apregoada – muito mais individual do que colectiva e mesmo assim onde apenas as duas pessoas ligadas ao futebol serão figuras globais – existe um país onde a policia tem “Sherlock” Amarais que gostam de “apertar” suspeitos; onde o segredo de justiça é como o limite de velocidade: todos sabemos que existe mas ninguém liga; onde só aos presidentes de Câmara ou de clubes de futebol se dá a opção de fuga ao serem “avisados” de que vão ser detidos para prestar declarações, sem que ninguém seja responsabilizado por isso; onde se pode ser preso sem acusação e passar meses numa cadeia sem ser ouvido por ninguém; onde, na melhor das hipóteses, o julgamento será realizado passados 3 ou 4 anos sobre os factos e, entre recursos e contra recursos, poderá durar mais 4 ou 5; onde se inventou a figura de “arguido” para espanto do resto do mundo; onde arguido continua a ser igual a culpado para a opinião pública; onde se pode ser considerado arguido quando um cão pára junto a algo que nos pertence, sem que absolutamente mais nenhuma prova nos aponte como “suspeitos”.
Nós sabemo-lo. Os ingleses também.
Sendo assim, não seria muito mais inteligente se, em vez de tentar promover o País com a imagem (pouco) subliminar de Califórnia da Europa, o promovêssemos como Europe’s Far West?
Não só o turismo radical está na moda e em plena expansão, como é um turismo relativamente endinheirado. Think again.

PS: Já agora, se querem que algum inglês sedento de aventuras mais radicais visite o país, convinha que corrigissem o site do turismo. “Weast” não é uma palavra inglesa. A menos que queiram dizer que Portugal é, ao mesmo tempo, a costa “west” e “east” da Europa. Isso sim seria brilhante.

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:: enviado por U18 Team :: 12/17/2007 02:44:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

E o país mais vulnerável é...

Na semana passada, o Diário Económico deu-nos a triste novidade: o BCE fez um estudo comparativo sobre o grau de exposição das economias da zona euro ao choque do “subprime” e concluiu que Portugal é, de longe, o país mais vulnerável a uma subida rápida e descontrolada das taxas de juro, como tem vindo a acontecer desde Agosto e, de forma mais dramática, desde meados do mês passado. É disso resultado, por exemplo, o tempo que demora a vender uma casa — que aumentou de cerca de quatro para seis meses, no segundo semestre deste ano, tendo já levado a uma baixa nos preços da habitação.
Também na semana passada, o UBS, um dos bancos suíços dominantes e um dos maiores do mundo, anunciou perdas adicionais de 6,8 mil milhões de euros. O Citi esteve semanas sem presidente, porque ninguém queria aceitar o repto e o risco. Acabou por nomear dois jovens dirigentes quase desconhecidos.

A instabilidade dos mercados internacionais começou há meses com as hipotecas feitas sem garantias suficientes, concedidas por muitos bancos nos Estados Unidos. Em resumo, a procura de dólares tinha começado a preocupar a Reserva Federal que decidiu baixar as taxas de juro para evitar um esfriamento da economia americana. Os Bancos Centrais injectaram fortes somas de liquidez para evitar uma crise bancária que, se afectasse os Estados Unidos, contagiaria de imediato o mercado global. É que o momento é inquietante, se tivermos em conta que, nos países industrializados, se vive alegremente navegando na dívida individual e colectiva.
As medidas dos Bancos Centrais foram por isso acolhidas com alívio, numa primeira fase. Mas, se os mercados não outorgarem confiança a essas medidas, pode-se passar, numa questão de horas ou dias, a uma crise que vai gerar o pânico. E uma crise financeira global não pode separar-se de uma crise política. Perante essas medidas de carácter urgente, há que realçar que nenhum banco asiático moveu uma única peça. Quanto aos europeus, poderíamos dar-nos por satisfeitos que a debilidade do dólar nos últimos meses se tenha traduzido numa valorização desproporcionada do euro.
Mas isso não é assim tão tranquilizador. O crédito vai encarecer. O investimento diminuirá e, se nem os Bancos Centrais conseguirem recuperar a confiança, comparada com esta, a crise de 1929 poderá parecer uma anedota. A crise do capitalismo implicou a mudança de praticamente todos os governos do mundo nos dois anos seguintes.
As práticas especulativas dos bancos, empresários e proprietários de fundos de investimento, nos últimos anos, podem muito bem ter chegado ao fim. E o que está para vir, a partir de agora, é tão incerto como preocupante. Os governos, que têm passado os últimos anos a instigar os excessos da finança privada, vão ter agora de atirar-se à água para a salvarem da desgraça.

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:: enviado por JAM :: 12/17/2007 12:22:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

domingo, dezembro 16, 2007

O fim da festa e o princípio do sossego

Dupla maravilhosa separou-se na Sexta à tarde...
Uniram Europa e África, escreveram um Tratado...
Imaginem se governassem Portugal!

Terminou a presidência portuguesa do Conselho Europeu. Parabéns ao Eng. José Sócrates, que bateu 12 recordes, viveu os 45 momentos mais importantes da sua vida e fez História em 291 ocasiões. Parabéns a Lisboa, que baptizou um rol apreciável de encontros, planos, processos, cimeiras e tratados e igualou em glória Alcañices, Yalta e Maastricht. E parabéns a Portugal, que voltou a estar na moda e provou saber receber estadistas com pirotecnia, Dulce Pontes e leves pandemónios no tráfego.
Sobretudo, parabéns ao Tratado Constitucional, perdão, de Lisboa, que não nos move um milímetro mas milagrosamente acaba com a regra da rotatividade no Conselho Europeu, impõe a eleição do respectivo Presidente e, se tivermos sorte e uns polacos e letões pelo meio, poupa-nos a novo rebuliço por muitos e óptimos anos.

(Alberto Gonçalves, DN 16.12.07)

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:: enviado por JAM :: 12/16/2007 11:52:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

Adorar imagens

A nova “imagem” de Portugal, que o Dr. Manuel Pinho apresentou com adequado entusiasmo, visa atrair “actuais e potenciais visitantes, investidores e compradores de produtos portugueses”. Será difícil falhar. Mesmo porque a respectiva campanha publicitária conta com retratos de oito “personalidades” de uma “geração de talentos que se está a afirmar a nível internacional” e que, continuo a citar o Dr. Pinho, tem “garra e gana para vencer”: quatro desportistas, uma cantora, um decorador, uma investigadora e uma artista plástica. Esmagador. Que alemão não apanhará um voo para a Portela meia hora após contemplar um cartaz com o jogador Ronaldo? E que francês resistirá aos convites de Mourinho?
De qualquer modo, na hipótese absurda de um inglês não se vergar às recomendações do decorador Miguel Câncio Martins (?) e de um espanhol permanecer indiferente à voz de Mariza, o Governo lançou um isco imbatível, ausente das anteriores, e pelos vistos falhadas, “imagens” e campanhas. Não, nada da velha gastronomia (que a ASAE vai abatendo), do velho litoral (que a construção desfez) ou do velho clima (que o lendário aquecimento global democratizou).
De acordo com o secretário de Estado do Turismo, Portugal prepara-se para exibir ao mundo a sua liderança em “energias renováveis”, leia-se os geradores eólicos que resgataram as nossas montanhas da sua aridez natural. Não acreditam? Eu também duvidava do potencial turístico das ventoinhas. Mas só até ler nos jornais, há cerca de um ano, os elogios de um presidente de Junta às ditas: “Dantes não havia o que fazer. Hoje o povo chega em excursões por causa das ventoinhas e junta-se em piqueniques à volta delas.”
Se não vivesse no meio dele, eu próprio faria milhares de quilómetros para assistir a semelhante espectáculo. Não falo das ventoinhas, mas de autarcas assim, de merendeiros assim e, já agora, de governantes assim.

(Alberto Gonçalves, DN 16.12.07)


:: enviado por JAM :: 12/16/2007 10:24:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

sábado, dezembro 15, 2007

Porque hoje é Sábado...


:: enviado por JAM :: 12/15/2007 06:55:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Óscar Niemeyer - 1907 / 2007


Nestes "tempo de coruja" não te esquecemos, amigo arquitecto.

Parabéns pelo teu centésimo aniversário!!!


:: enviado por ja :: 12/15/2007 01:03:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Sem gang do multibanco

" Os pequenos partidos sem assento parlamentar reúnem-se sábado, na sede do Movimento Partido da Terra, para trocarem informações sobre a notificação do Tribunal Constitucional que obriga os partidos a provarem que têm pelo menos 5000 militantes."

:: enviado por RC :: 12/14/2007 10:14:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Bons prémios


:: enviado por RC :: 12/14/2007 09:57:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Onde está a democracia?

Na Venezuela, pense-se o que se pensar do presidente e do seu governo, seja qual for a forma como se encare o seu projecto sujeito ao voto referendário, a democracia foi plenamente respeitada, de maneira clara e transparente. Quer os defensores do projecto, quer os seus detractores, tiveram o ensejo de se manifestar e fizeram-no com o propósito de convencer os eleitores das suas posições.
Este referendo venezuelano deveria ser tomado como um modelo, ou melhor, como um exemplo luminoso, uma obrigação moral e política, para os dirigentes da União Europeia e dos seus diversos Estados. Em pleno ano de 2007, na primeira década do século XXI, no momento em que a UE acaba de se dotar de uma Carta Europeia dos Direitos Humanos — chamada Carta dos Direitos Fundamentais, parte integrante da defunta Constituição Europeia e relegada para um anexo ao Tratado de Lisboa, hoje assinado pelos 27 — no momento em que a UE acaba de nos anunciar, com todo o ardor, a promoção da democracia e das liberdades, essa mesma UE entende que a SUA Constituição deve ser adoptada SEM O VOTO DOS POVOS.
Até mesmo Staline e Mao — para usar apenas estes dois tristes exemplos históricos — fizeram votar, pelos respectivos povos, as Constituições que tinham redigido. Será que os dirigentes da União Europeia se deixam assim ficar atrás dessas personagens que, de democratas, tão pouco tiveram? Terão eles assim tanto medo da livre escolha e da opinião livremente expressa dos cidadãos que representam?
No fundo, no fundo, pouco importa a resposta, moral, que se dê a estas perguntas.
O método escolhido pelos nossos dirigentes europeus, neste capítulo do TCE, é liberticida e incompatível com a mais elementar democracia. É um método indigno e inepto. É um método que está nas antípodas dos princípios enunciados pela UE e que os destrói, de facto, na realidade. É um método que lança as sementes da sanha legítima dos cidadãos contra o desprezo cínico dos dirigentes desta UE, que nem sequer respeita as suas próprias regras de funcionamento nem os seus princípios fundadores.
Nenhum responsável político digno desse nome e consciente das suas obrigações sociais e políticas pode aceitar que os povos da Europa sejam tratados como “inanes”, pois é disso mesmo que se trata: os nossos dirigentes têm a ousadia de agir como se nós, os cidadãos, não existíssemos, como se tal coisa não nos dissesse respeito, como se nós não fossemos... nada!

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:: enviado por JAM :: 12/13/2007 10:26:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Tratado de Lisboa - Notas soltas

“Tenho passe mas hoje não pago. É bom.” — Anónima, num autocarro da Carris.

“Só pede referendos quem quer bombardear o Tratado. Toda a gente sabe que se houver um referendo em Inglaterra, o Não ganha e não haverá Tratado” — Mário Soares. Uma chatice fazer referendos que se podem perder.

Para além de Jerónimo de Sousa, Louçã e Carvalho da Silva, não haverá uma só alma em Portugal que não seja a favor do Tratado? Para a RTP parece que não. Entre jornalistas e convidados as únicas vozes críticas foram para dizer que a Constituição é que deveria ter sido aprovada.

O Primeiro-Ministro belga perdeu as eleições em Maio. Só continua em funções porque os partidos belgas ainda não se entenderam para formar governo. Negociou e assinou o Tratado. É esta a tal legitimidade parlamentar de que falam?

Segundo os jornalistas, Sócrates, Durão Barroso e todos os outros que falaram para a RTP (excepto os três acima referidos) afirmaram que este Tratado põe fim à mais grave crise institucional da UE. Alguém reparou que a UE estava em crise institucional?

Portugal acaba de perder poder e influência nas grandes decisões europeias. Ao mesmo tempo que perde um pouco mais de independência. Realmente, o momento é histórico.

“Agora que há um novo Tratado, a UE vai poder resolver problemas como o Kosovo, a Imigração, as relações com a Rússia, o Irão ou a Palestina” — politico português de que me esqueci do nome. Realmente, era óbvio que sem o Tratado de Lisboa nenhum destes problemas podia ser resolvido.

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:: enviado por U18 Team :: 12/13/2007 09:11:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

No nível zero da seriedade intelectual

Como de costume, o programa Prós e Contras chegou à Europa com dois dias de atraso. Desta vez, é mais grave, atendendo a que o tema em debate era o futuro do “velho continente”, pelos impactos do seu recauchutado Tratado “Reformador”. Mesmo assim, tivesse eu um pouco mais de tempo livre, de permeio com esta minha carregadíssima azáfama profissional de fim de ano, e já teria escrito algumas linhas (não seriam preciso muitas) particularmente sobre o conteúdo das intervenções, à beira dos limites da imbecilidade, do eurodeputado Sérgio Sousa Pinto.
Felizmente que o Pedro Sales — que viu o programa dois dias antes dos seus compatriotas espalhados pelo resto do mundo — teve a mesma impressão que eu e resolveu, também ele, insurgir-se e bradar que estivemos no nível zero da seriedade intelectual, assistindo, com uma clareza cristalina à chantagem argumentativa usada vezes sem conta por Bruxelas e as suas elites sobre todos os que se atrevem a ter outras ideias sobre o processo de construção europeia.
Foi isso que eu ontem senti, antes de ter lido o texto do Pedro Sales.

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:: enviado por JAM :: 12/13/2007 03:08:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Choque de civilizações?

É isto o choque de civilizações? Ontem, em Argel, um duplo atentado fez mais de meia centena de mortos. Na maior parte, muçulmanos. Árabes, na sua enorme maioria. Uma organização argelina — islamista e fanática — composta por argelinos, que não hesitou em semear a morte contra o seu próprio povo, atacando essa gente toda, só porque eles estavam lá e apenas por isso. E para quê? Por que raio, num país muçulmano?
Não foi certamente por essa ideia demente de uma guerra santa capaz de pôr a América de joelhos. Terá sido pela ambição de virem a constituir, para além das fronteiras nacionais, uma única nação muçulmana suficientemente forte para poder rivalizar com o Ocidente e a Ásia? Mas como?
Será que essa gente não percebe que esse islamismo é inimigo dos muçulmanos? Que, quanto mais atacarem os regimes locais, mais eles se viram para o autoritarismo, em detrimento da democracia e do pluralismo político?

Por outro lado, os atentados de ontem põem mais uma vez em evidência a inutilidade da chamada “guerra contra o terrorismo”, lançada por George Bush há mais de seis anos. Uma cruzada que já é mais longa do que a Segunda Guerra Mundial. É claro que não é a mesma coisa acabar com um regime como o da Alemanha nazi, que contava com uma economia e uma indústria de armamento desenvolvida, e perseguir pelo mundo um grupo de fanáticos dispersos e na clandestinidade. Os Estados Unidos, não só não conseguiram acabar com a Al Qaeda, mas contribuiram para que ela continue a crescer e a ramificar-se por variadíssimas regiões do Médio Oriente e da África, como demonstraram as explosões de ontem na Argélia.
O mundo não está mais seguro hoje, nem está mais a salvo do terrorismo que antes de 2001. Pelo contrário, o fenómeno tem-se multiplicado e levado a destruição e a morte a países que, antes de se aliarem com Bush na sua ilegal e injustificada guerra, permaneciam imunes ao ímpeto do fundamentalismo islâmico. É difícil de imaginar tamanha falta de capacidade política, diplomática, militar e tecnológica, por parte da maior potência do planeta.
A proliferação de atentados, como os de ontem, demonstra, de maneira contundente, que a “guerra contra o terrorismo” de Bush, das duas uma: ou é um fracasso colossal, ou então é um pretexto para projectar os interesses geoestratégicos e corporativos da máfia político-empresarial à qual serve, e de que faz parte, o presidente dos Estados Unidos.

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:: enviado por JAM :: 12/12/2007 11:35:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Consolem-se os pobres...


(Para ampliar clique na imagem)

Consolem-se os pobres portugueses, miseráveis europeus, os "ricos" detentores de todos os privilégios injustificados não passam de indigentes europeus.

Para que a nossa auto-estima aumente vamos passar a comparar Portugal com a média dos países da OUA.

:: enviado por RC :: 12/12/2007 04:21:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

terça-feira, dezembro 11, 2007

canção para um natal

porque tudo é egoísmo
porque é grande a solidão
porque é bela a poesia
porque é doce a ilusão

inventámos o natal

e gritamos
o amor inexistente
num cenário todo neve
em auto-satisfação
e falamos
do tal poeta que um dia
veio criar o poema
do amor revolução

mas depois
a noite longa
vai trazer a madrugada
e nós vamos ser covardes
e o tudo será nada.

porque o barco vai perdido
porque o leme vai quebrar
porque as velas vão cansadas
porque é urgente aportar

vamos fugir do natal

e vamos todos à rua
marinheiros naufragados
saudade feita canção
gritar que o amor nasceu
que o amor tem que nascer
porque é preciso viver
para além da ilusão.


vieira da silva

in "MARGINAL (poemas breves e cantigas)

:: enviado por vieira da silva :: 12/11/2007 04:05:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Altermundialismo em Bali

Como já foi aqui exposto pelo JR, está a decorrer, até ao próximo dia 14, a 13ª Conferência da ONU sobre as alterações climáticas, um assunto cada vez mais desconfortável, tanto pela vulgarização das tragédias anunciadas, como pelos fortes interesses comerciais que mobiliza.
Embora concorde globalmente com a análise feita pelo JR no referido artigo, não posso deixar de discordar veementemente quando ele afirma que tem “as mais sérias dúvidas de que a Humanidade possa controlar o clima”. Um exemplo de que esse controlo é possível tem-nos chegado da Rússia que, desde os artificialmente ensolarados Jogos Olímpicos de Moscovo, em 1980, costuma usar aviões para espalhar produtos químicos que dispersam as nuvens e impedem a chuva. Para além de actos pontuais como este, parece-me igualmente irrefutável que acções globais, como a desflorestação a grande escala do planeta, tenham como inevitável consequência um impacto pernicioso sobre o seu clima.
Mas, voltando à conferência da ONU, queria destacar a polarização social que se gerou, particularmente à volta da Aldeia da solidariedade para um planeta sem aquecimento, organizada por uma ampla coligação de movimentos cívicos, à margem das reuniões oficiais: organismos como o Movimento Popular Indonésio contra o Neo-colonialismo e o Imperialismo, a Federação Indonésia dos Sindicatos Camponeses, organizações de direitos humanos, de pescadores, de grupos contra os acordos comerciais, Amigos da Terra, Focus on the Global South, ...
Segundo os organizadores, trata-se de “um espaço aberto para reunir todos os homens e mulheres, do Norte, Sul, Este e Oeste, que acreditam que o aquecimento global não pode ser abordado através de soluções de mercado nem neoliberais”. Este tipo de mobilizações bate-se contra as soluções alternativas dos industriais, que promovem, entre outros, os agro-combustíveis, os “desertos verdes” produzidos pelas monoculturas florestais, as grandes represas, a energia nuclear e outros arranjos tecnológicos que, longe de serem soluções, congregam novos problemas ambientais e sociais.
Porque é que os Estados Unidos, as companhias petrolíferas e a indústria automóvel, que desde há décadas vêm negando a existência de alterações climáticas globais, têm vindo a mudar de estratégia? Não é porque de repente se tenham dado conta da sua danosa participação na produção das causas do aquecimento global nem dos ganhos que isso lhes tem propiciado, mas sim porque descortinaram novas fontes de negócios que lhes permitem manter os seus privilégios de lucro e de contaminação.
Nesse sentido, destaca-se a agressiva promoção dos combustíveis agro-industriais à escala global, muitas vezes subsidiados com dinheiros públicos, para o lucro de grandes empresas. Só que, em vez de suavizarem o aquecimento global, vão empiorá-lo mais, porque implicam um aumento massivo das suas causas: mais agricultura industrial, mais consumo de petróleo para a maquinaria agrícola e os agro-químicos, mais desflorestação, mais erosão dos sistemas naturais, ...
Como se isso não bastasse, são também uma nova fonte de atropelos aos territórios e aos direitos dos camponeses que, em todo o mundo, são quem realmente provê a base da alimentação e o desenvolvimento sustentável dos agro-ecossistemas para a maioria da população mundial.

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:: enviado por JAM :: 12/10/2007 12:00:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

domingo, dezembro 09, 2007

Passatempos do Briteiros

a) Algumas pessoas na foto são responsáveis por dois milhões de mortos. Assinale-os com uma cruz.

b) Duas pessoas na foto não têm roupa feita por um alfaiate particular. Assinale-os com um círculo.

c) Metade das pessoas na foto não gosta de jornalistas. Assinale-os com um quadrado.

d) Algumas pessoas da foto são primeiros-ministros porque se fosse o presidente a descolar-se a Lisboa já teria havido um golpe de estado no respectivo país. Assinale-os com um rectângulo.

e) Algumas das pessoas da foto representam países mais ricos do que a maior parte dos países da UE mas continuam a pedir ajudas e não têm intenção nenhuma de ajudar os seus vizinhos mais pobres. Assinale-os com uma estrela.


:: enviado por U18 Team :: 12/09/2007 01:35:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Recordando 1937 - 2007


Foi como se não bastasse
tudo quanto nos fizeram
como se não lhes chegasse
todo o sangue que beberam
como se o ódio fartasse
apenas os que sofreram
como se a luta de classe
não fosse dos que a moveram.
Foi como se as mãos partidas
ou as unhas arrancadas
fossem outras tantas vidas
outra vez incendiadas.
.......................................
À voz de anticomunista
o patrão surgiu de novo
e com a miséria à vista
tentou dividir o povo.
E falou à multidão
tal como estava previsto
usando sem ter razão
a falsa ideia de Cristo.
..........................................
Pois quando o povo é cristão
também luta a nosso lado
nós repartimos o pão
não temos o pão guardado.
Por isso quando os burgueses
nos quiserem destruir
encontram os portugueses
que souberam resistir.
.......................................
E a cada novo assalto
cada escalada fascista
subirá sempre mais alto
a bandeira comunista.
.................................................................
Nestes tempos, de "noite e bruma", lembrar os nossos heróis de ABRIL é uma obrigação premente.
Ari, parabéns pelos teus 70 anos!!!

:: enviado por ja :: 12/07/2007 11:25:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Chávez 1 – Oposição 1

Não se pode dizer que alguém tenha perdido no referendo sobre a reforma da Constituição na Venezuela. Pelo menos, por enquanto.
Bem sei que o resultado foi de 51% para o “Não” e 49% para o “Sim” (cerca de 100.000 votos de diferença), mas... deixem-me explicar.
A derrota de Chávez não só não foi assim tão humilhante — embora tenha sido significativa e sobretudo simbólica — como serviu incontestavelmente como uma lição de humildade. Daqui para a frente, ele sabe que não pode fazer tudo aquilo que lhe der na real gana. Que vai ter que controlar melhor as suas piruetas e os seus ímpetos. É claro que, com esta reforma, ele queria ir demasiado depressa. Em apenas alguns meses, queria fazer na Venezuela uma mudança tão considerável como a passagem para o socialismo.
Só que, sociologicamente, as coisas não funcionam assim. Uma sociedade não se muda por decreto. Obedece a regras rígidas, que é necessário avaliar correctamente antes de avançar na cena política. E, no seu voluntarismo extremo, Hugo Chávez não o fez. Limitou-se a avançar, convencido de que todos os seus apoiantes iriam atrás dele... Mas muitos não foram.

Quanto à oposição, a lição a tirar é simplesmente a de que existe realmente uma democracia na Venezuela. Tanto mais que, ao reconhecer, sem ambiguidade, a derrota, foi o próprio Chávez quem lhes deu essa lição: está aqui a prova de que uma oposição que joga o jogo, pode muito bem ganhar democraticamente umas eleições. Ao mesmo tempo, ficou dissipada qualquer suspeita de fraude, anulada qualquer acusação de ditadura, ridicularizado qualquer ataque à parcialidade do Conselho Nacional Eleitoral.
Nesse sentido, quem mais precisa de provar que aceita maioritariamente e massivamente as regras da democracia não é Chávez, mas sim a oposição, que vai precisar de abafar no seu seio todas as suas tendências extremistas e todos os seus ímpetos golpistas. E isso não é assim tão evidente, à vista das conclusões triunfalistas face aos resultados, tão pouco amplos, do referendo. Conclusões tão excessivas, que quase nos fizeram crer que estávamos perante o princípio do fim de Chávez. Ou seja, também a oposição vai ter que dar mostras de mais humildade e “saber gerir a sua vitória”, como lhes disse, não sem uma pontinha de ironia, o próprio Chávez.

O que é que pode acontecer agora? Tudo, menos uma mudança substancial no governo do país. Chávez disse-o claramente: não vai renunciar ao seu projecto, a longo prazo. Mas vai ter que alcançá-lo sem o instrumento jurídico que lhe teria dado a reforma constitucional. Não vai recuar no que respeita aos princípios, mas vai ter que encontrar uma nova estratégia que tenha, dessa vez, mais em conta as realidades sociológicas do país. Muita gente deseja um Chávez menos virulento, menos impulsivo, menos embebido na sua pessoa, mais reflectido e mais atento às críticas dos amigos. Será isso possível?

Quanto à oposição, será que vai conseguir aceitar o jogo da democracia ou, pelo contrário, vai deixar-se arrastar de novo pelos seus demónios? Grande questão. Mas, infelizmente, a esperança de uma mudança profunda de atitude não é nada certa. Para começar, não é de estranhar que a oposição venha a ter um novo líder de peso: o general Raúl Isaías Baduel, antigo ministro da Defesa de Chávez, e próximo dele. Foi um dos inabaláveis defensores do “Não”, colaborando assim na vitória da oposição. Ei-lo pois no centro do tabuleiro político. Poderá tornar-se o perfeito cavalo de batalha para a oposição dura e para Washington, e não deixa de causar inquietação, dados os laços estreitos que continua a manter com uma parte não desprezável das forças armadas.
E aí, um triste precedente vem-nos à memória: um certo Augusto Pinochet era, também ele, chefe do estado-maior e “próximo” de Salvador Allende...


:: enviado por JAM :: 12/07/2007 12:25:00 da manhã :: 2 comentário(s) início ::

quinta-feira, dezembro 06, 2007

O esquema


Li algures que José Sócrates e Pedro Santana Lopes debutaram já, pela mão de Francisco Pinto Balsemão, no Clube/Grupo Bilderberg. À parte as teorias da conspiração, este “clube” existe mesmo, tendo sido criado há coisa de 50 anos para “procurar o consenso entre a Europa Ocidental e a América do Norte”, reunindo-se uma vez por ano, sempre em sítios diferentes, e dele fazem parte reis, rainhas, milionários, grandes empresários, antigos e actuais governantes e outras “altas personalidades”. Dele fazem parte, por ex., criaturas como Donald Rumsfeld e Paul Wolfowitz.
Não sei se, como alguns garantem, este grupo configura uma espécie de “governo mundial na sombra” ou de “superdonos do mundo”. Mas a verdade é que, pelo menos no até há pouco chamado “mundo livre”, que coincide, sobretudo, com a Europa Ocidental, a América do Norte, a Austrália e os países politicamente satélites destes, se verifica a existência de uma realidade politica que, por razões de simplificação, poderíamos resumir no seguinte esquema:
— os governantes são essencialmente os gerentes e capatazes dos grandes interesses, internacionais sobretudo, mas também nacionais;
— os governantes, acessoriamente, vão distribuindo a quem vota as migalhas que vêm de cima e... muito “circo” (televisão, futebol, fado ou rock’n roll, éxtasis, heroína...);
— quem vota, agradece penhorado (há quem tenha razões para isso) ou resigna-se durante mais uns anos e uns e outros lá vão levando a “vidinha” (como bem lhe chamava Alexandre O’ Neill),
— no final da sua “carreira politica” ou mesmo que, por acidente, os eleitores resolvam dispensá-los a meio dessa carreira, os governantes, ainda que dispensados, ainda que corridos a foguetes, acabam sempre amparados por uma mão invisível (a mão invisível do mercado? — é caso para perguntar) que lhes assegura uma meia-idade ou uma velhice com todo o conforto e prestigio a que fizeram jus durante a vida activa...

:: enviado por Manolo :: 12/06/2007 09:58:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

António Aleixo revisitado

Se, depois dos sacos de plástico,
Até o contador se paga,
Já só nos vai faltar pagar
A merda que a gente caga.

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:: enviado por JAM :: 12/06/2007 09:23:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

Pires Jorge

O meu velho amigo e companheiro de viagem (desde a carteira que partilhámos na então 1ª. classe da Escola Primária) João de Almeida trouxe-nos à lembrança dois heróis da resistência anti-fascista e da luta pela democracia cultural, social e económica: Pires Jorge e Francisco Miguel. E com este gesto de homenageem merecida, fez-me recordar os dias de esperança viva em que tive o privilégio inesperado de conhecer de perto Pires Jorge. Com ele aprendi a tolerância apesar das fortes convicções que ele sempre soube transmitir como militante do Partido Comunista Português. Com ele aprendi que se pode caminhar pelas estradas do futuro, apesar das divergências aparentes ou reais, unidos pelas certezas de querer participar na construção de uma pátria de todos para todos. E foi esse sentimento de fraternidade que me inspirou um poema/cantiga que lhe dediquei, em Coimbra, em 1976, e que me atrevo a deixar aqui, juntando-me, assim, ao João de Almeida nesta breve homenagem aos que souberam fazer das suas vidas uma batalha eterna pela liberdade.


___________________________

camarada


Ao Pires Jorge




unidos seremos força
sozinhos não somos nada
operário camponês
vou contigo camarada

haverá dias de raiva
em que apetece parar
mas pensaremos nos outros
que é urgente libertar

e em cada terra seremos
o sol rubro de alvorada
em cada lugar faremos
sempre mais um camarada

avançaremos na luta
bandeira grito canção
e em cada homem liberto
sentiremos um irmão

e a chama será mais quente
a batalha mais acesa
seremos milhares milhões
que a vitória é uma certeza

por isso quero ir contigo
sozinhos não somos nada
mas unidos venceremos
venceremos camarada




Coimbra, 19 / Junho / 1976

vieira da silva

:: enviado por vieira da silva :: 12/06/2007 07:38:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Recordando


"Há 100 anos nasciam Joaquim Pires Jorge e Francisco Miguel Duarte. Filhos da classe operária, ambos elevaram-se à categoria de heróis, combatendo sempre, por mais difícil que se revelasse a luta, pelos ideais da democracia, do socialismo e do comunismo.Com percursos e personalidades distintas, ambos demonstraram uma enorme generosidade na execução das tarefas partidárias, aliada a uma inquebrantável coragem. Sofrendo as torturas da PIDE e largos anos de prisão, Pires Jorge e Francisco Miguel prepararam fugas e fugiram, eles mesmos, das mais guardadas masmorras do País para – sempre – retomarem a luta. Ambos aderiram ao PCP quando o Partido era mais uma aspiração do que uma organização consolidada. Ajudaram a construí-lo e a defendê-lo, ligando-o à classe operária e aos trabalhadores, às suas aspirações a uma vida melhor, libertada da exploração e da opressão. No horizonte, sempre o socialismo e o comunismo.
Construtores do Partido, Pires Jorge e Francisco Miguel serão, também, obreiros da futura sociedade socialista em Portugal. Porque nela estará o seu exemplo, a sua dedicação e o Partido que ajudaram a construir." -in Avante .
..........................................................................
Num tempo de esquecimento - fomentado descaradamente - é nossa obrigação recordar todos aqueles que deram o melhor das suas vidas na luta por um mundo melhor. E, seguir o seu exemplo ...

:: enviado por ja :: 12/06/2007 06:13:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Se é para salvar o Planeta, que seja com classe

Confesso que até agora não nunca fui aquilo a que soe chamar-se de ecologista, ambientalista ou uma qualquer dessas palavras terminadas em ista e que nos colocam nesse grupo privilegiado dos que vivem em profunda amizade e simbiose com o Planeta.
Não o era basicamente por duas razões. Primeiro, porque tenho as mais sérias dúvidas de que a Humanidade possa controlar o clima. Segundo, porque colocado perante a hipotética e filosófica questão do que faria se, com uma arma nas mãos, visse o ultimo urso polar vivo a atacar um sem abrigo de 90 anos, não hesitaria uma décima de segundo em abater o urso.
Coloquei o verbo ser no passado porque as minhas convicções sofreram um sério abalo esta semana ao ler sobre a Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas que começou na segunda-feira em Bali. A minha primeira reacção foi de pensar que temos aqui 15000 pessoas transportadas em avião (questão de coerência), praticamente todas com a mesma opinião, que se vão reunir durante 12 dias para decidir a melhor maneira de nos fazerem pagar mais taxas ou impostos eco-qualquer-coisa a fim de salvar a Terra de catástrofes que nem sequer conseguimos imaginar.
Depois reparei que a Conferência se realiza em Bali. Ora, eu nunca estive em Bali. Porque é longe e é caro. Mas gostava de ir porque só me dizem bem do local. Consultado o site da Conferência fiquei a saber que, nesta altura do ano, a temperatura varia entre 26° e 30° (embora um pouco húmido – 80%), que não preciso de usar gravata na maior parte do tempo, que posso escolher como hotel entre o Laguna Resort & Spa ($323 por noite) e o Ayodya Resort Bali ($178 com vista para o mar) porque infelizmente o Four Seasons é um pouco caro ($720), que há bastantes actividades culturais asseguradas por bailarinas locais, que há Internet grátis, que os discursos são feitos por senhores com camisas havaianas e que há bastantes excursões (opcionais) à disposição.
Temo apenas que seja um pouco tarde para integrar a modesta comitiva que o governo português irá enviar e para me juntar ao amigo da Quercus que já lá está desde o dia 1. Por isso, acabo de criar a Associação dos Amigos da Armeniaca vulgaris (sim, apesar do nome está quase extinta) e espero ainda ir a tempo para a 14ª. Conferência. Só peço que seja nas Seicheles. E que me arranjem um lugar no North Island. Se é para salvar o Planeta, que seja com classe.


:: enviado por U18 Team :: 12/05/2007 10:55:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Ingrid

O canal France5 dedicou ontem uma emissão especial ao inconcebível caso da ex-senadora e ex-candidata presidencial, Ingrid Betancourt, que no próximo mês de Fevereiro cumprirá seis anos de cativeiro às mãos das FARC, em plena selva colombiana. Uma emissão que veio a propósito dos recentes envolvimentos no sentido de encontrar uma solução, por parte de figuras tão díspares como Nicolas Sarkozy ou Hugo Chavez e pela divulgação de um vídeo encontrado na posse de três elementos da rede urbana das FARC, em Bogotá, detidos na semana passada.

Aos mesmos guerrilheiros detidos foi ainda apreendida uma carta enviada por Ingrid a sua mãe, escrita num misto de lucidez e de desespero. Uma carta eloquente, profunda e lancinante, apesar de nela se confessar sem vontade de fazer nada, com a alma destroçada, a esperança perdida, despojada das fotos dos filhos, do escapulário do pai, de uma carta da mãe e do dicionário que continua insistentemente a pedir aos raptores. Uma carta dirigida à sua mãe, mas que é um documento para todos os colombianos e mesmo para todos os seres humanos do planeta. Uma carta para pôr a pensar toda esta sociedade em que hoje vivemos.
A pergunta que surge na carta de Ingrid é simples: O que faz esta sociedade para que os reféns possam recuperar a liberdade? “Não somos um tema 'politicamente correcto'. Soa melhor dizer que temos que ser fortes face à guerrilha, mesmo que tenham que ser sacrificadas algumas vidas humanas”, diz Ingrid, desejando que ao menos o tempo possa “abrir as consciências e elevar os espíritos”.
A carta menciona e agradece a muita gente, mas não tem uma única palavra sobre o presidente Álvaro Uribe. Fala da generosidade da França e da grandeza de Lincoln quando libertou os escravos. Fala da “falta de grandeza” e dos “corações endurecidos” da Colômbia e condena as FARC pelo uso do sequestro como arma de guerra.
Sarkozy continua à procura da “fórmula eficaz e discreta” para soltar os prisioneiros. Chávez insistiu que, por seu lado, continuará a fazer tudo o que puder. Até Bush, o único realmente capaz de convencer Uribe, o chamou à pedra para o convencer a aceitar o acordo humanitário. Contra a inépcia de todos eles, talvez só a profundidade da carta de Ingrid Betancourt e sobretudo a sua lúcida pergunta: “Quantos anos mais terão que passar, ela e os seus companheiros, a esperar pela grandeza desta sociedade e dos seus líderes?"


:: enviado por JAM :: 12/05/2007 10:31:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Primeiro o socialismo, depois as eleições

Hugo Chávez acha que perdeu o referendo de domingo porque o povo ainda não está suficiente maduro e preparado politicamente para abraçar o socialismo.
Uma grande chatice a via eleitoral para o socialismo. Como o amigo Fidel Castro lhe podia ter explicado antes, não é assim que se fazem as coisas. Primeiro faz-se o socialismo, depois fazem-se eleições.


:: enviado por U18 Team :: 12/05/2007 08:32:00 da manhã :: 2 comentário(s) início ::

terça-feira, dezembro 04, 2007

O bloco central

A existência de um bloco central na cena politica portuguesa é um facto indesmentível.
Até já o professor Marcelo falou disso – quando disse que o grupo à volta de Luís Filipe Meneses fazia parte de um “bloco central de interesses”, expressão esta que, mais tarde, substituiu (vá lá saber-se porquê…) por outra mais politicamente correcta: “bloco central de interesses políticos”.
Também Pacheco Pereira fala/escreve sobre a existência desse bloco central, sublinhando, inclusive, que este está cada vez mais forte (cfr. revista Sábado de 8.11.2007).
O arquétipo do passado do bloco central foi a cena comovedora em que Almeida Santos, do PS, e Ângelo Correia, do PSD, no tempo do governo precisamente dito do Bloco Central, dividiram entre os dois partidos os lugares de gestores públicos.
Actualmente, com o PS a ocupar quase todo o espaço politico do PSD, dir-se-ia que o bloco central não existe, pelo menos formalmente.
Mas Luís Filipe Meneses (um dos senhores deputados associados ao caso das viagens-fantasmas do Parlamento, não esqueçamos!) já propôs ao PS “entendimentos alargados” em áreas como a regionalização, as leis eleitorais, a segurança interna e, the last but not the least, as grandes obras públicas…Isto, curiosamente, numa altura em que o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirma, no debate na especialidade do Orçamento de Estado/2008, que, ao contrário do que se pensa, as grandes empresas também cometem fraude(s) fiscal(is), e, logo a seguir, o presidente da CIP diz que a construção civil (das grandes obras…) é dos sectores mais fraudulentos.
Poderíamos também falar do pacto sobre a justiça, entre o PS e o PSD. E poderíamos (?) logo começar, a propósito, pelo caso Casa Pia (o caso Casa Pia I, depois o II…). Mas bastará lembrarmo-nos das recentes declarações do PGR, Pinto Monteiro, à Visão.
O PGR denuncia a ameaça do Governo de tornar os magistrados dependentes de tutela ministerial, denuncia as ameaças à autonomia do Ministério Público e denuncia a apressada entrada em vigor dos novos Códigos. Por causa destes, afirma, preto no branco, que, por ex., no caso da “Operação Furacão”, que envolve 400 sociedades, 2 milhões de documentos para analisar e 25 computadores para investigar, tudo corre o risco de “ir ao ar”, ou seja, que está, a partir de agora facilitada a vida (ainda mais, digo eu) aos criminosos “de colarinho branco”.
Só não vê quem não quer ver, só não ouve quem não quer ouvir. E, ainda assim, aposto, dobrado contra singelo, que, nas próximas eleições legislativas, os partidos mais votados vão ser …os dois partidos do bloco central.

:: enviado por Manolo :: 12/04/2007 10:31:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Back in the U.S.S.R.

Votações no partido “Rússia Unida” de Vladimir Putin, nalgumas repúblicas russas:

Bashkortostan/Birskaya - 89,44%
Daguestão - 89,47%
Inguchétia - 98,72%
Kabardino/Balcária - 96,12%
Chechénia - 99,36%
Mordóvia - 93,41%

Back in the U.S.S.R.?


:: enviado por U18 Team :: 12/04/2007 09:31:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Ainda as eleições na Rússia

Fazendo fé nas versões dos observadores estrangeiros e nas oposições locais, as eleições legislativas de Domingo passado foram um claro exemplo de libertinagem antidemocrática.
Por exemplo, Goran Lennmarker, presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE, assinalou que na Rússia não existe nenhuma separação real entre os poderes. Pelo contrário, disse que há uma fusão entre o Estado e as forças políticas, o que constitui uma violação inadmissível das normas internacionais. Destacou também que “os meios de comunicação não foram imparciais e deram clara preferência ao partido do governo, Rússia Unida”, liderado por Vladimir Putin. Outro observador europeu, Luc van den Brande, constatou que, no decurso do processo electoral, houve pressão sobre os eleitores para que votassem pelo partido governante.
No próprio dia das eleições, o dirigente do Partido Comunista, Guennadi Ziouganov, cuja organização obteve cerca de 12 por cento dos sufrágios, denunciou que teria havido uma torrente de infracções que superou todos os limites possíveis, e assegurou que lhes teriam sido subtraídos, por métodos fraudulentos, uma décima parte dos votos totais para favorecer outros partidos. Quanto ao antigo campeão mundial de Xadrez, Garry Kasparov, que milita num pequeno partido da oposição, qualificou estas eleições como as mais desonestas e as mais sujas da História moderna da Rússia.
O problema é que, desde há pelo menos quinze anos, quer a Europa Ocidental, quer os Estados Unidos, consideram a Rússia como uma democracia, numa lufa-lufa para vincularem esse enorme país ao mercado mundial (também têm feito a mesma coisa com a China, mas isso é ainda outra história). No meio de toda essa hipocrisia, resolveram elogiar o espírito democrático de Iéltsin e de Putin, não porque eles realmente o tenham, mas sim porque foram eles que converteram a Rússia num conjunto de oportunidades de negócio para os capitais multinacionais.
Agora, é muito difícil para esses mesmos europeus e americanos, convencerem-nos a todos nós de que estão verdadeiramente surpreendidos com a evidente sujeira que caracterizou estas eleições legislativas. Tanto mais que o actual governo dos Estados Unidos não conta com suficiente autoridade moral para reclamar eleições limpas e regulares no território russo, tendo em conta que tanto a eleição do actual presidente Bush, em 2000, como a sua reeleição, em 2004, ficaram marcadas pela suspeita de fraudes cometidas pelos republicanos, em detrimento da oposição democrata.

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:: enviado por JAM :: 12/04/2007 04:00:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Dialogar é preciso

A senhora Gibbons é uma mulher com sorte. Não só foi condenada apenas a 15 dias de prisão em vez das 40 chibatadas que seriam a pena normal, como foi agora “perdoada”, ao fim de 8 dias de prisão, pelo presidente do Sudão e já está a caminho da sua casa em Inglaterra. Para cúmulo da sorte, as bondosas autoridades sudanesas nem sequer a entregaram à multidão ululante que reclamava a sua execução.
A senhora Gibbons tinha saído de casa para ensinar inglês a crianças no Sudão. Cometeu o crime horrendo de insultar o Islão ao permitir que os seus alunos de 6 e 7 anos baptizassem um urso de peluche com o nome de Maomé.
Eu acho que devemos dialogar com esta gente o mais depressa possível. Se mandarmos conjuntamente o Dr. Mário Soares e o Dr. Freitas do Amaral, estou certo que algum compromisso será alcançado e que, no futuro, casos como este apenas estarão sujeitos a uma pena máxima de 20 chibatadas.

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:: enviado por U18 Team :: 12/03/2007 09:43:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Os bounty hunters do século XXI

Afazeres profissionais têm-me mantido afastado deste blog. Não é que alguém tenha dado por isso ou que tenha muita importância. Digo isto apenas para abrir caminho a um pedido.
Durante uma audiência num tribunal londrino sobre a eventual extradição de um cidadão britânico para os EUA, o representante do governo americano declarou que, perante a lei americana, era aceitável o rapto de cidadãos estrangeiros procurados pela justiça do seu país. Explicou ainda que se uma pessoa for raptada pelas autoridades americanas noutro país para ser apresentada à justiça americana, nenhum Tribunal dos EUA pode considerar o rapto ilegal e libertá-la. Parece que a lei vem do tempo dos caçadores de recompensas nos anos de 1860. Perante a perplexidade dos juízes, citou o caso de um cidadão mexicano raptado no México e levado para o Texas para ser julgado e onde o Supremo Tribunal declarou a “captura” legal.
Por isso, meus amigos, aqui fica o pedido: sabendo da tendência litigiosa dos americanos e temendo que algum post meu ofenda o governo americano ou algum dos seus cidadãos, se eu não der sinais de vida durante um ou dois meses, por favor, procurem-me numa prisão americana.
Sabia que os americanos têm alguma dificuldade em sair da infância. Não sabia que ainda brincam aos bounty hunters.

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:: enviado por U18 Team :: 12/03/2007 09:14:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

domingo, dezembro 02, 2007

Anedota pós-eleitoral

É sabido que o Ocidente acusa Putin de não ter feito a rotura com o passado, de não reconhecer a nova realidade dos antigos países do leste europeu, de continuar a comportar-se como depositário de um poder imperial, de não respeitar as regras do sistema democrático e de utilizar os velhos instrumentos de dominação soviética sobre os países vizinhos, como por exemplo com o petróleo e o gás.
Os húngaros recuperaram da guerra-fria uma anedota que explica a situação. Conta essa chalaça que, certo dia, os húngaros, depois de terem ganho à Rússia num jogo de futebol, receberam do Kremlin um telegrama que dizia: “Felicitações pela vossa vitória Stop. Petróleo Stop. Gás Stop”.

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:: enviado por JAM :: 12/02/2007 09:00:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Votar pelo seguro... e pelo orgulho


© Desenho de Petar Pismestrovic, Kleine Zeitung, Áustria

A lógica que explica as eleições legislativas de hoje na Rússia tem muito pouco a ver com o sentimento generalizado no Ocidente de que deveria bastar só por si a lembrança da ditadura soviética para empurrar automaticamente os russos para os braços da senhora Dona Democracia. Só que, em vez de se entusiasmarem pelos desvelos da democracia burguesa, que afinal nunca conheceram, os russos vão hoje às urnas votar simplesmente pela estabilidade económica.
Nos últimos oito anos, os “campeões nacionais” criados por Vladimir Putin permitiram angariar rendosos lucros do petróleo e do gás. Apesar de sofrer de uma demasiado grande dependência dos hidrocarbonetos e de não conseguir resolver os graves problemas demográficos de que o país sofre, tem sido uma estratégia tranquilizadora. Pelo menos, a médio prazo. Daí a deslumbrante popularidade do mestre do Kremlin.
Através da tónica anti-ocidental veiculada pela juventude putiniana, a campanha eleitoral demonstrou que o plebiscito de Putin tem também uma outra função: é uma maneira de reabilitar o orgulho nacional no cenário internacional. E é também uma forma de se precaverem contra o regresso aos anos 90, a era da humilhação, o risco do Estado decrépito e de um cabaz menos repleto.
Resta só uma constatação: Putin podia muito bem ganhar sem reprimir. A brutalidade da campanha denuncia um nervosismo que testemunha bem dos desafios que se colocam à futura transição na chefia do Estado: a redistribuição do poder e das riquezas do país... pelos amigos de Putin.

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:: enviado por JAM :: 12/02/2007 12:51:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::