BRITEIROS: setembro 2007 <$BlogRSDUrl$>








domingo, setembro 30, 2007

Menção à sacanice

“Por causa de um inenarrável contrato assinado em 1994, a Lusoponte tem o exclusivo rodoviário na travessia do Tejo a jusante da ponte de Vila Franca de Xira. Quem negociou tão original contrato? O ministro das Obras Públicas, Engº. Joaquim Martins Ferreira do Amaral. E por causa desta exclusividade, a Lusoponte poderá vir a receber uma compensação por causa da construção da terceira ponte sobre o Tejo. Quem é que está contente? O presidente do Conselho de Administração da Lusoponte, Engº. Joaquim Martins Ferreira do Amaral.”

(Era importante divulgar o que faz esta canalha; sugiro que cada um/a ponha uma menção à sacanice no seu blog)


:: enviado por JAM :: 9/30/2007 12:35:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

A questão ucraniana

Vai hoje às urnas um dos mais vastos países do continente europeu e sem dúvida também um dos mais complicados. A bem dizer, a Ucrânia não é um país mas sim dois países em um. Uma Ucrânia ocidental com os olhos voltados para Oeste, que fala ucraniano e onde predomina a igreja “uniate”, ligada a Roma, e a Ucrânia oriental, russófona, ortodoxa, ligada ao patriarcado de Moscovo e que não pretende cortar as relações seculares que tem com a Rússia.
Como não podia deixar de ser, o xadrez político reflecte essa divisão. Por um lado, o partido pró-russo de Viktor Yanukovitch e, por outro lado, o campo pró-ocidental, o da revolução laranja de 2004, que já foi unido, mas que está hoje dividido entre os partidários de Viktor Yuchenko e os da ex-primeira ministra, Yulia Timochenko. As sondagens não prognosticam para nenhum dos três uma maioria suficiente para governar sozinho. Os irmãos inimigos da revolução laranja já prometeram unir-se para formar governo mas tudo dependerá, como é evidente, dos resultados. A confusão é tanto maior que os verdadeiros mestres do jogo são os grandes patrões dos conglomerados privados, financiadores das campanhas e reis da corrupção.
Praticamente todos os ucranianos, tanto do Oeste como do Leste, desejam juntar-se à União Europeia. Todos sabem que, tão depressa, não têm quaisquer hipóteses de chegar a membros e que a União nem de longe está pronta para integrar um país tão grande e desconjuntado por tão grandes problemas. Mas todos estão dispostos a percorrer o caminho por etapas, de acordo em acordo, e a contentar-se, mesmo que por muitas décadas, com uma parceria privilegiada que não chegaria à adesão. Todos o desejam porque a Ucrânia é sem dúvida um país europeu e os seus interesses económicos estão na Europa.
Em contrapartida, os ucranianos estão fortemente divididos pela questão da entrada na NATO. A Ucrânia ocidental deseja-a por desconfiar da Rússia. A Ucrânia oriental recusa-a porque não quer romper com a Rússia que, por sua vez, também não quer ver a Aliança Atlântica do outro lado da sua fronteira.
A Ucrânia poderia facilmente encontrar um consenso, se a UE lhe estendesse a mão, opondo-se ao mesmo tempo a que ela entrasse para a NATO, para o seio da qual os Estados Unidos a empurram. A Ucrânia poderia então tornar-se uma ponte entre as duas Europas, um factor de estabilidade em vez de instabilidade.
O problema é que a União Europeia ainda não tem política estrangeira, ainda não é um actor da cena internacional, nem sequer da europeia. A União Europeia não sabe decidir e corre o risco de o vir a pagar bem caro nas suas próprias fronteiras.

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:: enviado por JAM :: 9/30/2007 12:22:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

sábado, setembro 29, 2007

Dêem-lhe as voltas que derem...

É verdade que as directas são, do ponto de vista interno, mais democráticas e mais transparentes. Mas fecham ainda mais os partidos em si mesmos, beneficiam o populismo e fragilizam quem está na oposição. E mais democracia nos partidos nem sempre se traduz em mais democracia no país. Todo o poder para o militante pode mesmo querer dizer menos poder para o eleitor.
O que seria verdadeiramente democrático: directas com o voto do eleitorado. Mas é viável? Se não é, mais valia voltar aos velhos congressos, sem lugares por inerência e com regras mais claras.

Daniel Oliveira: Indirectas, já!

:: enviado por JAM :: 9/29/2007 06:48:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

O choque tecnológico na China

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:: enviado por JAM :: 9/29/2007 03:00:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

sexta-feira, setembro 28, 2007

Impressionante?

Ao que parece, a presidência portuguesa da UE tem sido impressionante. Pessoalmente, não tinha dado por nada mas suponho que o facto de não ser especialista em assuntos europeus e de não fazer parte do Governo tenha contribuído para esta impressão. Aliás, sinto-me até um bocadinho mal por ainda não ter vislumbrado o brilhantismo da presidência portuguesa e de não haver nada neste artigo que me faça pensar o contrário. Tirando os dossiers “quentes” que estão todos por resolver e o “empenho” de Luís Amado não consegui perceber em que é que fomos impressionantes. Também tenho reparado que o Sr. Ministro da Agricultura leva sempre os Comissários Europeus a passear de barco no Douro e a beber vinho do Porto e que é mal-educado para quem o aborda na rua com alguma critica. Lamento, mas não me impressiona.
Nos anos que já levo de vida na UE, sempre ouvi dizer que as presidências gregas são um desastre, nada avança e todos querem que terminem depressa. Não me consta que os gregos vivam pior por causa disso, que recebam menos subsídios europeus ou que tenham um menor crescimento económico. Estou mesmo em crer que se dessem a escolher aos portugueses entre ter um governo “impressionante” na presidência da UE ou um governo que contribuísse para melhorar o seu nível de vida, as pessoas eram capazes de escolher a segunda opção.


:: enviado por U18 Team :: 9/28/2007 03:15:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

quinta-feira, setembro 27, 2007

Quem parte e reparte...

Ganha cada vez mais forma a ideia da partição do Iraque. Ontem, 75 senadores votaram um documento que recomenda a criação de três províncias semi-autónomas (plano Gelb-Biden: Plan for Iraq). É a primeira vez que uma ideia consegue o apoio generalizado de tantos democratas e republicanos e põe no mesmo barco analistas tão díspares como David Brooks e Charles Krauthammer.

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:: enviado por JAM :: 9/27/2007 10:24:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

O País do futebol

Se bem que Santana Lopes me proporcione quase sempre bons momentos de humor, a escolher entre o ouvir a ele ou a Mourinho até sou capaz de preferir Mourinho. Mas, caramba, o homem foi convidado pela SIC para falar sobre as trapalhadas da eleição do líder do maior partido da oposição e é interrompido para mostrar a chegada ao aeroporto de um treinador? Que, obviamente, a única coisa que tinha a declarar era que o deixassem em paz e que não tinha nada a dizer.
Parece terem sido critérios editorais que ditaram a interrupção da entrevista e a passagem ao directo do aeroporto. Serão os mesmos critérios que põem telejornais a falar meia hora sobre os dotes boxistas de um outro treinador? Ou que interrompem uma notícia sobre um acontecimento económico que nos pode afectar a todos para anunciar (em primeira mão, claro) a transferência para o estrangeiro de um jogador de futebol?
Será que as escolas de jornalismo passaram a ensinar que o único critério para dar prioridade a uma notícia é se ela está ou não ligada ao futebol?


:: enviado por U18 Team :: 9/27/2007 12:40:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

quarta-feira, setembro 26, 2007

É preciso menos cautela por parte da União Europeia

Em 2003, nas vésperas da guerra do Iraque, a “velha Europa” espantava-se com o seguidismo da “nova Europa” em relação aos Estados Unidos. Não conseguia perceber como era que nações ex-comunistas podiam conceder mais confiança a Washington do que a Bruxelas.
É claro que as razões dessa “American Connexion” na Europa de Leste são múltiplas, mas entre elas há uma que sobressai sem equívocos: os antigos dissidentes e opositores achavam que o “apoio dos Estados Unidos à democratização” do antigo bloco soviético tinha sido muito mais expedito do que o dos europeus do Oeste. Enquanto que as organizações americanas, oficiais ou não-governamentais, guardavam nitidamente as distancias em relação às instituições comunistas, as formações políticas e sindicais europeias defendiam mais o diálogo e o desanuviamento e procuravam não aparecer abertamente ao lado das forças dissidentes.

Os democratas birmanes correm o risco de seguir o mesmo caminho dos europeus de Leste, se a União Europeia deixar, mais uma vez a iniciativa e a boa mercê aos Estados Unidos. Ontem, o presidente Bush mostrou-se particularmente severo perante a junta militar birmane e fez da democratização da Birmânia um dos pontos-chave do seu discurso nas Nações Unidas.
A Grã-Bretanha, cuja diplomacia é dirigida por um jovem particularmente empenhado na defesa dos direitos humanos, elevou o tom de voz para tomar o partido de Aung San Suu Kyi. O presidente Sarkozy recebeu em Paris o líder da oposição no exílio, Sein Win.
E a União Europeia? Qual foi a reacção da União Europeia, na pessoa do seu presidente em exercício, José Sócrates? Apelou às autoridades de Myanmar para “respeitarem os direitos humanos e especialmente para não exercerem qualquer forma de violência sobre os cidadãos”. É o que se chama “reagir com cautela”.
Enquanto isso, o exército birmanês já começou a agir sem cautela...


:: enviado por JAM :: 9/26/2007 08:49:00 da tarde :: 4 comentário(s) início ::

Perguntar não ofende (58)

O BE denunciou o negócio da expansão da actividade das pedreiras da Arrábida, que irá permitir a sua duplicação até 2044. O governo diz que é mentira e afirma que a concessão da SECIL na Arrábida “não é feita numa base temporal mas de volume de extracção”.
Pergunto: Quem é que, em 2044, se vai lembrar de quem tinha razão em 2007? Se era Francisco Louçã ou o Ministério do Ambiente de José Sócrates?

PS: Não sei qual dos dois terá razão em 2044, em termos de impacto ambiental. O que é certo é que, em termos de impacto visual, não vai ser preciso esperarmos 37 anos. As imagens em 2007 do “Parque Natural da Arrábida” são já bastante significativas:


:: enviado por JAM :: 9/26/2007 11:14:00 da manhã :: 2 comentário(s) início ::

Os pontos no y

A selecção de Rugby terminou ontem a sua participação no Mundial de Rugby com uma derrota tangencial contra a Roménia — a quem apenas ganhámos apenas uma vez e que nos derrota, normalmente, por mais de 30 pontos. Obviamente, ninguém gosta de perder mas há derrotas e derrotas. Até agora ouvi calado os (poucos) exageros eufóricos sobre as prestações da equipa portuguesa que não farão muito sentido e os comentários jocosos e/ou depreciativos de que este é apenas um exemplo. Se os primeiros são fruto de alguma falta de realismo que não faz mal a ninguém, já os segundos fazem parte de uma irritante característica bem portuguesa de demolir qualquer iniciativa que não tenha como consequência imediata sermos os melhores do Mundo. Como se colectivamente fossemos os melhores do Mundo no que quer que seja. Chegou o momento de pôr os pontos no y.

— Portugal não foi convidado para entrar no Mundial. Qualificou-se, segundo as regras da IRB, após um percurso complicadíssimo em que jogámos com equipas de três continentes. Este Mundial é o 3° evento desportivo em número de espectadores, logo a seguir ao Mundial de Futebol e aos Jogos Olímpicos.
— Tirando 2 ou 3 profissionais a meio tempo, a equipa portuguesa é constituída por jogadores que têm uma profissão ou são estudantes, que treinam a partir das 8 da noite, que não recebem absolutamente nada por jogarem Rugby e que sacrificam boa parte da sua vida pessoal pelo desporto de que gostam. Os resultados alcançados neste Mundial, não sendo brilhantes, estão em consonância com a diferença de preparação e profissionalismo das equipas participantes com vantagem para Portugal que conseguiu, apesar de tudo, esconder e reduzir essas diferenças.
— No Rugby, a melhor equipa em campo ganha sempre. As características do jogo não permitem defender com 15 debaixo dos postes, anti jogo ou perdas de tempo. Joga-se da mesma maneira do primeiro ao último minuto. Estas características e as regras de pontuação (discutíveis) podem provocar resultados bastante desnivelados que nem sempre fazem justiça ao esforço relativo de cada equipa.
— Uma equipa como a portuguesa jogar contra a Nova Zelândia é o equivalente a um clube amador de basquetebol jogar contra o “Dream Team” americano. Aceitam-se apostas se o resultado passaria ou não dos 200.
— A equipa portuguesa pratica um jogo estruturado em que as técnicas básicas estão dominadas e são bem utilizadas. Pratica um Rugby atraente com prioridade à circulação de bola. Em relação aos seus adversários neste Mundial, faltou-lhes o ritmo competitivo e a preparação física que só se conseguem participando neste tipo de competições.
— Quando pago para ver um espectáculo desportivo, a única coisa que posso exigir da equipa de que sou adepto é uma entrega total e um esforço para fazer o melhor possível. Se numa representação nacional vir ainda amor pela camisola e jogadores a chorar depois de uma derrota o resultado passa a ser o menos importante.
— Com todo o respeito pelos meus amigos do futebol (desporto que adoro e que também pratiquei – bastante mal, diga-se), também poderia dizer que nunca ganharam nada internacionalmente a nível de selecções. Prefiro não ir por aí porque, apesar de tudo, acho extraordinários os resultados alcançados nos últimos anos por um país relativamente pequeno. Contudo, não consigo evitar a comparação entre a entrega de uma selecção de Rugby modesta e uma selecção de futebol constituída por vedetas, com ordenados mirabolantes, transportados em jactos privados para não se fatigarem e que consideram que num jogo de futebol só é preciso correr durante 15 minutos e que o resto se resolve à estalada no final do jogo.
— Não sei se o Rugby é de esquerda ou de direita. Isto é por modas. Lembro-me que a minha equipa — Económicas — desapareceu em 1972 quando metade da equipa foi presa pela PIDE no seguimento do assassinato de Ribeiro Santos. Com uma modesta participação minha e a ajuda - tão preciosa quanto imprescindível — de uma Associação de Estudantes conotada com o PCP, reconstituímos uma equipa no final dos anos 70. Havia de tudo: estudantes, trabalhadores, betos, queques, gente com dificuldades monetárias, MRPPs, PPDs e tudo o mais que se queira. Pagávamos para jogar (literalmente) e lavávamos os equipamentos (bom, no meu caso, mais a minha mãe). Se agora os jogadores da selecção são apontados como betos e queques, diz mais sobre o que (não) é o desporto em Portugal do que sobre os jogadores.
— Digam os seus detractores o que disserem, o Rugby é uma escola de vida: respeito pelos adversários, pelos colegas, pelo árbitro, pelo público. Não há simulações nem artimanhas. Recebe-se um golpe duro, levantamo-nos e continuamos. Não há queixas, não há lamentações, não há denúncias. Os batoteiros duram pouco no jogo. No Rugby, a batota paga-se cara onde deve ser paga: no terreno de jogo. Os jogadores mais talentosos não são vedetas. Sabem que sem o resto da equipa não durariam 5 minutos em campo. Nas escolas de Rugby não se ensina a impedir, por meios ilegais, o adversário de jogar. Nas escolas de Rugby ensina-se respeito, disciplina, espírito de sacrifício, técnica individual e colectiva. Se estes valores não estão na moda ou se são de “direita”, talvez o problema esteja na sociedade e não no Rugby.
— Por enquanto (e espero que continue) o Rugby ainda é diferente. Que outro desporto consegue encher um estádio de 40000 lugares para assistir ao jogo mais desnivelado da competição ou juntar 45000 pessoas para um encontro entre duas equipas “modestas” e sem público como são Portugal e Roménia?
— Só facto de ganharmos à Espanha de forma consistente nos últimos dez anos deveria incentivar o Governo a promover o Rugby escolar, ajudar os clubes e criar condições para que este desporto tenha o lugar que merece num país de futebol em que as cenas menos edificantes de um treinador ocupam meia hora dos telejornais.

Para finalizar, que o post já vai longo, apenas duas palavras para os que se entretiveram a gozar com a selecção nas últimas semanas: tenho pena. Não perceberam nada do jogo e temo que nunca venham a perceber. Mas como dizia o nosso talonador após marcar um ensaio no último minuto que nos deu uma vitória “histórica” e que lhe valeram 5 pontos no sobrolho, um olho negro e 2 dias sem poder trabalhar: é a vida.


:: enviado por U18 Team :: 9/26/2007 11:08:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

terça-feira, setembro 25, 2007

Quando os monges fazem a revolução

No conforto do terror e dos plenos poderes, os ditadores acabam sempre por cometer os mesmos erros. Os generais birmanes resolveram aumentar 66% o preço da gasolina, 100% o do gasóleo e 54% o do gás. Todos os outros preços subiram rapidamente em flecha, sobretudo os dos transportes públicos, num país que é um dos vinte mais pobres do mundo. Para muita gente, ficou mais caro ir para o trabalho do que parar de trabalhar de vez e ficar em casa.
A junta militar achou que o país, habituado à negação de todas as liberdades, baixaria de novo a cabeça, por receio de uma resposta sangrenta das forças armadas. Mas, inesperadamente, o povo saiu para as ruas.
No dia 6 de Setembro, monges budistas de Pakokku tomaram como reféns os milicianos que os maltrataram na altura em que eles pretendiam juntar-se aos manifestantes. Desde a semana passada, é na própria capital do país que dezenas de milhares de monges, descalços e nos seus hábitos cor de canela e açafrão, desfilam pelas ruas. Cada dia mais numerosos, juntando à sua volta cada vez mais gente. “Marchamos pelo povo!”, gritam eles.
Os ditadores da Birmânia não sabem como reagir a esta vaga. Até a China, que é o único país do mundo que os apoia, multiplica os conselhos de moderação aos militares birmaneses. Por receio de uma condenação por parte da Assembleia-geral das Nações Unidas, a junta militar mantém-se singularmente calma. Até quando... não se sabe. Por enquanto, não ousa atacar os monges, mas nada é mais perigoso para uma ditadura do que deixar aparecer a sua fragilidade.
A liberdade e a democracia poderão marcar alguns pontos neste braço de ferro e a China poderá perder um dos peões do seu dispositivo asiático. Para eles, a Birmânia é, por um lado, um bom fornecedor de matérias-primas e, por outro lado, uma excelente barreira contra a Índia limítrofe. Se os generais caíssem, isso seria uma ameaça para a unidade do país que só a ditadura tem conseguido manter.
Percebe-se agora melhor porque é que o PCP de Jerónimo de Sousa não gosta do Dalai Lama nem de monges revolucionários.

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:: enviado por JAM :: 9/25/2007 10:20:00 da manhã :: 7 comentário(s) início ::

segunda-feira, setembro 24, 2007

Bush: “Mato Mandelas todos os dias no Iraque!”

É o que a consciência do presidente americano teria respondido ao jornalista que o interrogou sobre a ausência de um Mandela milagroso no Iraque. Mas, da boca de Bush saiu o contrário: disse que o culpado foi Saddam Hussein. Que foi ele quem eliminou todos os Mandelas iraquianos!
Ficamos siderados perante tanta pobreza de espírito, tanta má fé e tanto cinismo. O presidente da mais poderosa nação do mundo, figura de destaque de todos os jornais escritos, falados e televisivos do planeta, continua, com a insolência tosca que todos lhe conhecemos, a defender a ocupação de um país, onde mata directamente (os seus soldados) e indirectamente (ao atiçar os ódios étnico-religiosos) seres humanos pacíficos. Muitos desses seres humanos teriam aliás sido — cruel paradoxo — poupados precisamente por... Saddam Hussein.
Veja o vídeo na íntegra e... julgue por si mesmo(a). Como escreve o conceituado Dana Milbank, no Washington Post, os Mandelas iraquianos devem estar a rebolar-se nas respectivas tumbas.

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:: enviado por JAM :: 9/24/2007 08:30:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

domingo, setembro 23, 2007

Como funciona um embargo internacional

O miúdo na foto chama-se Raysel Sosa Rojas e personificou um dos casos mais paradigmáticos da obsessão que, há 45 anos, alastra nos Estados Unidos. Raysel, um jovem cubano de 13 anos, esteve na Argélia no ano passado para participar, com outras crianças do mundo inteiro, no XV Concurso Internacional Infantil sobre o Meio Ambiente, uma competição artística promovida por um organismo da ONU. Depois de vários dias a exibir os seus desenhos, Raysel foi seleccionado e ganhou um prémio: uma máquina fotográfica Nikkon. Na cerimónia final, o jovem cubano apresentou-se, como os outros vencedores, mas foi o único que não recebeu o seu prémio. No meio da cerimónia, um representante da empresa japonesa veio pedir imensas desculpas e explicar que não podiam entregar-lhe o aparelho porque ele continha componentes americanos e isso violaria o embargo comercial infligido sobre o seu país.
Imposto formalmente em Fevereiro de 1962, o embargo inicialmente só implicava uma suspensão do comércio entre os Estados Unidos e Cuba. Mas nesse mesmo ano começou a parecer-se mais com um bloqueio, com a lei para a “Democracia Cubana”, mais conhecida por Lei Torricelli. Através dela, Washington expandia o “embargo” a todas as filiais das empresas americanas no mundo. Até ao princípio dos anos noventa, o comércio entre a ilha e as empresas relacionadas com companhias americanas ascendia a mais de 700 milhões de dólares anuais, dos quais 90% diziam respeito a alimentos e medicamentos. Quatro anos depois, o “embargo” foi ampliado e deixou de ser apenas americano: a chamada Lei Helms-Burton passou a aplicar sanções a todas as empresas estrangeiras que mantinham negócios nos EUA e em Cuba ao mesmo tempo. A sanção mais comum consiste simplesmente em proibir os dirigentes dessas empresas de entrarem nos Estados Unidos.
Graças ao bloqueio, Cuba tem perdido anualmente centenas de milhões de dólares, com impacto negativo no desenvolvimento do turismo e na situação sanitária e tecnológica, provocado pelos repetidos freios nas importações. Mas a ameaça — quantas vezes ridícula — vai mais longe: por exemplo, em Fevereiro passado uma cadeia nórdica de hotéis, comprada recentemente pelo grupo Hilton, negou-se a hospedar a delegação cubana que se tinha deslocado à Noruega para participar num congresso de turismo. Situação idêntica ocorrera no ano anterior no hotel Sheraton da Cidade do México: 16 empresários do sector energético cubano foram expulsos do átrio do hotel. Foram proibidos de entrar na sala de conferências onde decorria um seminário... ironicamente organizado por empresários americanos.

Agora que percebeu como funciona um embargo internacional... leia esta notícia.

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:: enviado por JAM :: 9/23/2007 02:32:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

sábado, setembro 22, 2007

Porque hoje é Sábado e... o Verão acabou


:: enviado por JAM :: 9/22/2007 09:38:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

sexta-feira, setembro 21, 2007

As dez etapas para chegar ao fascismo

Para saber mais sobre o livro de Naomi Wolf, The End of America: A Letter of Warning to a Young Patriot >>>


:: enviado por JAM :: 9/21/2007 09:51:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Congelamento das culturas transgénicas em França

O jornal Le Monde referiu ontem que o governo francês — de direita — se prepara para interditar as culturas transgénicas no próximo ano, até que seja adoptada uma nova lei sobre a matéria. Foi o ministro da Ecologia, Jean-Louis Borloo, quem o «deu a saber a um grupo de deputados da maioria que recebeu na 2ªfeira 17 de Setembro». A notícia surge numa altura em que vários grupos de estudos criados em França para as questões ambientais parecem unânimes sobre a incapacidade em garantir a não contaminação dos campos não transgénicos pelas culturas geneticamente modificadas.
Ao contrário, cá em Portugal, um ministro da Agricultura de um governo de “esquerda” não hesitou em classificar uma acção de protesto que destruiu uma leira de milho transgénico como um acto de “vandalismo” baseado na “ignorância”.

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:: enviado por JAM :: 9/21/2007 12:02:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

quinta-feira, setembro 20, 2007

Afinal queremos ou não queremos o nuclear no “Middle West”?

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) adoptou hoje uma resolução visando o estabelecimento de uma zona desnuclearizada no Médio Oriente. Israel e os Estados Unidos votaram contra. A União Europeia absteve-se.

Depois das polémicas declarações do ex-french doctor, não seria agora de agarrar, com unhas e dentes, a oportunidade de poder varrer definitivamente as armas nucleares da região? Não, a União Europeia absteve-se. Afinal em que é que ficamos?

Ler também: Does Anti-Nuke Mean Anti-Israel?

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:: enviado por JAM :: 9/20/2007 08:26:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Mais uma história belga

É sabido que, se tentarmos vender um objecto partido em pedaços, receberemos muito menos do que receberíamos se o mesmo objecto estivesse em bom estado. Também não se trata da mesma maneira o velho cântaro da avó e um jarrão da dinastia Ming. Mas o que fazer no caso dos objectos antigos de valor e em risco de deterioração? É conforme. Vejam, por exemplo: um ex-jornalista, Gerrit Six, tentou vender a Bélgica, em leilão, no e-Bay. Como todos sabem, o país não está nos seus tempos mais felizes. Está mesmo prestes a rebentar, como a rã de La Fontaine ou, mais prosaicamente, como a velha Checoslováquia.
Pois bem, ficámos a saber que a Bélgica ainda não é de deitar fora! Após 26 lanços, chegou aos 10 milhões de euros. A compra podia ser feita em bloco ou em três partes separadas. Os interessados deveriam também ter em conta a dívida do Estado, orçada em 300 milhões.
Seja como for, não será possível conhecer o resultado final. A venda foi retirada.
Não foi a primeira vez que o e-Bay teve em venda o país das gaufres e das batatas fritas. Devemos por isso concluir que não passava de mais uma venda... em segunda mão.

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:: enviado por JAM :: 9/20/2007 01:43:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

quarta-feira, setembro 19, 2007

Tempos modernos

Pela enésima vez, o presidente da Associação Empresarial de Portugal veio prescrever que o Governo deverá avançar quanto antes com um modelo de flexibilização dos despedimentos para salvar as empresas.
Este último assalto dos patrões portugueses coincide com a publicação do relatório da Confederação Sindical Internacional (CSI) sobre os direitos laborais no mundo, que traça um quadro de continuado atropelo na sua observância. O relatório denuncia uma série lúgubre de violações, que vão desde a eliminação física de sindicalistas aos despedimentos injustificados, passando por detenções, torturas, espancamentos e ameaças de morte. Tudo isso para tentar travar todos os esforços feitos em defesa dos direitos laborais.
O país que, segundo o relatório, aparece como o mais perigoso para a luta sindical é a Colômbia — onde a CSI pretende pôr em prática um plano de acção específica — e, em geral, é nos países em vias de desenvolvimento que o capital parece ter menos obstáculos para impor os seus atropelos aos direitos laborais.
Mas, também em países do Ocidente, rico e “civilizado”, onde as lutas travadas pelos trabalhadores conseguiram, com muito esforço, produzir legislações que permitem fazer respeitar os seus direitos, a sua observância está em franco retrocesso. As declarações sucessivas e arrogantes das confederações patronais são disso testemunho.
Os dados publicados pela CSI apontam o dedo tanto aos estados como às empresas, cujos responsáveis aumentam de dia para dia as pressões sobre os trabalhadores para que inclusivamente estes renunciem a lutar por melhores condições de trabalho. É nas práticas mafiosas quotidianas das grandes empresas contra aqueles que nelas trabalham que se torna cada dia mais real o dito de que o capital nada percebe de pátrias nem de direitos.
São os poderes públicos, quer estatais, quer supranacionais, que afinal permitem essas práticas. Umas vezes fazendo orelhas moucas às denúncias sindicais, outras vezes aprovando leis que são autênticos ataques sobre a linha de flutuação dos direitos laborais.

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:: enviado por JAM :: 9/19/2007 09:56:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

terça-feira, setembro 18, 2007

Afinal sempre ganhámos à Nova Zelândia

O jogo de sábado entre Portugal e a Nova Zelândia teve o resultado que se esperava entre a melhor equipa do Mundo e a melhor equipa amadora do planeta. Apesar do desnível entre as duas equipas, nem os neozelandeses foram condescendentes ou paternalistas nem os portugueses foram ridículos. Ambiente fantástico, grande festa e algum espanto pelo facto de ainda haver um desporto que consegue pôr 40000 pessoas a assistir a um jogo em que o resultado final é conhecido antecipadamente.

Logo após o final do jogo e como é habitual, os jogadores das duas equipas que não
participaram no encontro entraram em campo para fazer alguns exercícios físicos. Também como é habitual, os neozelandeses tinham uma bola de futebol. Foi quanto bastou para que os jogadores portugueses os desafiassem para um jogo.

Para surpresa dos espectadores ainda presentes
e certamente para surpresa dos organizadores e jornalistas, um jogo do Campeonato do Mundo de Rugby com a presença da equipa favorita à vitória final e uma das mais profissionais do Mundo, terminou com uma peladinha entre as duas equipas. Resultado final: 2-1 para Portugal. Eu vi. Estava lá e não irei esquecer tão depressa a festa que foi este jogo.

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:: enviado por U18 Team :: 9/18/2007 12:56:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

segunda-feira, setembro 17, 2007

Agora já se percebe a pressa...

Diz o Procurador Geral da República:

"O que mais me preocupa é que, ou é alterada alguma coisa [no código de processo penal], ou há determinados tipos de crimes, designadamente os crimes económicos, que serão difíceis de investigar, porque não é possível investigar a curto prazo", afirmou o Procurador-Geral aos jornalistas antes da cerimónia da abertura oficial do ano lectivo do Centro de Estudos Judiciários.
"Imagine só que eu necessito de recorrer a um país estrangeiro para recolher elementos e o país demora. Ou imagine que é preciso fazer análise a um milhão de documentos como acontece com estes crimes económicos. Estes crimes, complexos e difíceis, são muito difíceis de investigar com este novo código de processo penal", acrescentou, apontando este como um dos motivos que preocupa a Procuradoria-Geral da República.
(o sublinhado é meu!)
Porquê tanta pressa em aplicar o novo código (quando o tempo de transição entre códigos é de 90 a 180 dias)?
E a pequena criminalidade também acaba por escapar - quem estará disposto a gastar 200 € de taxa de justiça para ser ressarcido de um furto de 50€???
E naturalmente, também ficou muito mais complicado combater a corrupção! Seria isto que o Eng. Cravinho tinha em mente antes de ir para a reforma dourada?

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:: enviado por touaki :: 9/17/2007 12:47:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

O lugar do Orçamento de 2008



:: enviado por touaki :: 9/17/2007 08:50:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

sábado, setembro 15, 2007

Já 30 anos!

Maria Callas morreu há trinta anos, em 16 de Setembro de 1977. Não se sabe exactamente quando nasceu — 2, 3 ou 4 de Dezembro de 1923 — e também não se sabe bem de que é que morreu. Maria Callas é um verdadeiro mistério que resmas de livros, paletes de revistas e montes de emissões a ela dedicadas não conseguiram elucidar completamente. Filha de pais gregos, nascida em Nova Iorque, Mary Ann Kalogeropoulos tornou-se Maria Callas quando o pai decidiu mudar para um apelido mais fácil de pronunciar na grande metrópole americana. Grande senhora de raros dotes vocais e interpretativos, Maria Callas revolucionou o mundo da Ópera e trouxe-o de volta às suas origens.
Por ocasião do trigésimo aniversário da sua morte, a EMI reedita uma grande parte da sua obra: Uma colectânea de 70 CDs agrupando as suas gravações de 1949 a 1969. O canal Arte passa este Domingo, às 8h00, o programa “Maria Callas – Conversations” — uma entrevista com Pierre Desgraupes realizada em 20 de Abril de 1969 — e, às 18h00, “Maria Callas à Paris” — gala de 19 de Dezembro de 1958, na Opera de Paris, e recital com a Orquestra Nacional da ORTF, em 2 de Maio de 1965.
A RTP transmite hoje, às 22h55, o telefilme de Giorgio Capitani Callas & Onassis. A magia de Maria Callas é ainda recordada na RTP2, na 2ªfeira, às 23h30, através de um documentário de Tony Palmer sobre a carreira brilhante e a vida trágica da diva, desde os tempos de estudante ateniense até à solidão dos últimos dias, em Paris.
Deixo-vos uma das minhas preferidas:


:: enviado por JAM :: 9/15/2007 09:08:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Questões

Por que razão o PR consideraria "lastimável" a tentativa de agressão de Scolari e decidiu ignorar o Dalai Lama?
***
Os alemães deixaram de custear o ensino de Língua e Cultura Portuguesas, como vinham fazendo há mais de vinte anos. Interrogo-me por que razão os tentaríamos demover e nos esquecemos de dizer obrigado?

***



O Governo deveria ser um pouco mais rigoroso com os princípios. Desde logo, com os princípios constitucionais; depois, com os princípios básicos do Partido Socialista.
A ignorância dos princípios gera o oportunismo político. "Oportunismo político" poderia ser, aliás, a legenda desta imagem...


Trata-se da inauguração de uma escola e na placa ficamos a saber que o licenciado em engenharia é Engº. e a Doutora passou a dra.

Será o rigor da modernidade?

***

Por que é que Sócrates não recebe o Dalai Lama, mas oferece guitarra portuguesa a Bob Geldof:

"No final da visita, Bob Geldof, que está em Portugal para participar na Conferência Europeia de Alto Nível sobre Imigração Legal, recebeu uma prenda do primeiro-ministro: uma guitarra portuguesa, mas com uma recomendação expressa. «Ele disse-me para não abrir já a caixa. Se calhar a guitarra é de plástico». Perante os risos dos jornalistas, Geldof insistiu: «Eu conheço este primeiro-ministro...»."



:: enviado por RC :: 9/15/2007 04:23:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Porque hoje é Sábado... e o Verão está a acabar


:: enviado por JAM :: 9/15/2007 09:05:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

quinta-feira, setembro 13, 2007

O sonho do primeiro-ministro

Em Novembro de 2001, o então ministro do ambiente, José Sócrates, sonhou com uma lei inexistente. E, ao chegar ao seu gabinete, escreveu uma carta a um jornalista do PÚBLICO. Queria avisá-lo de que a «invocação pública» de uma escuta telefónica feita pela Judiciária a uma conversa em que ele intervinha «constitui a prática de um crime». A advertência, feita com o intuito de travar a publicação de uma notícia referente a essa escuta, não tinha qualquer fundamento legal. Na semana passada, porém, o sonho de José Sócrates tornou-se realidade.

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:: enviado por JAM :: 9/13/2007 01:14:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

É por estas e por outras...


© Desenho de Bandeira - Diário de Notícias

Ainda a propósito de quem, no nosso país, recebe ou se nega a receber o Dalai Lama, é muito triste verificar a posição do PCP, e particularmente a de Jerónimo de Sousa que, longe de terem aprendido a tristemente célebre lição da União Soviética, continuam a cometer o mesmo erro com a China — com quem mantêm relações de amizade e cooperação — só porque esta se diz governada por um partido comunista.
Será o modelo chinês, com o seu paradoxal regime capitalista, a pena de morte que bate todos os recordes, os atropelos constantes aos direitos humanos fundamentais, que os comunistas portugueses querem para Portugal? De que modo é que, num Portugal à chinesa, tal como conhecemos hoje a China, jamais vai ser preciso mobilizar os trabalhadores contra as injustiças sociais?
São contra-sensos como esses que acabam por tirar a já pouca credibilidade que ainda resta às ideologias das esquerdas e nos fazem cair em perigosos vazios ideológicos que, como é evidente, só aproveitam àqueles que multiplicam diariamente as suas riquezas adicionando mais pobres em cada fim de mês.

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:: enviado por JAM :: 9/13/2007 10:43:00 da manhã :: 5 comentário(s) início ::

quarta-feira, setembro 12, 2007

Por isso eles não querem receber o Dalai Lama

Esta imagem (Público de hoje) devia ser impossível. A inserção de actos religiosos em cerimónias oficiais — ainda por cima com a participação do Primeiro-Ministro em ambos — não é somente uma violação qualificada da laicidade e da neutralidade religiosa do Estado, mas também da liberdade religiosa, visto que traduz o favorecimento oficial de uma religião em relação às outras.
O Governo deveria ser um pouco mais rigoroso com os princípios. Desde logo, com os princípios constitucionais; depois, com os princípios básicos do Partido Socialista.
A ignorância dos princípios gera o oportunismo político.
"Oportunismo político" poderia ser, aliás, a legenda desta imagem...
(Vinda de quem vem, mais do que uma critica, é um verdadeiro puxão de orelhas)

É que, para além do mais, o desígnio está a fazer cair os santos do altar:
Esta foto diz quase tudo sobre a cobardia de quem, desgraçadamente, nos governa. José Sócrates, mesmo aparentemente persignando-se, devia estar de joelhos ou de rastos e levar com o hissope na cabeça, para aprender a respeitar e a servir a igreja católica. O primeiro-ministro envergonhou-me e envergonhou-nos a todos e eu não lhe perdoo. A Constituição que ele jurou cumprir... rasgou-a ontem diante do país. Perdeu, por isso, a minha confiança e o meu respeito...

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:: enviado por JAM :: 9/12/2007 04:01:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Briteiros - Noticias Fracturantes

All Blacks dão jogo como perdido

Depois da formidável prestação do Rugby português contra a Escócia, o treinador da equipa da Nova Zelândia decidiu fazer alinhar 11 jogadores substitutos no jogo do próximo sábado contra Portugal. Na sua versão oficial, as razões desta espectacular alteração na equipa dos All Blacks prendem-se com a necessidade de colocar em campo jogadores menos utilizados e assim proporcionar-lhes tempo e ritmo de jogo. No entanto, em exclusivo mundial, o Briteiros está em condições de divulgar o verdadeiro motivo destas surpreendentes alterações.
Um emigrante português que trabalha na cozinha do hotel onde estão alojados os All Blacks e que é casado com a prima de uma vizinha amiga de uma pessoa conhecida do Briteiros, ouviu o treinador neozelandês desabafar para o seu treinador adjunto (a responsabilidade da tradução é do dito emigrante): “Viste como eles jogaram contra a Escócia!? Tamos f… já perdemos isto. O melhor é meter os gajos que nunca jogam e poupar os outros. Mais ponto menos ponto, tanto faz”.
Assim, no próximo sábado, a Nova Zelândia alinhará contra Portugal uma equipa constituída por alguns jogadores a recuperar de lesões recentes, outros sem grande ritmo de jogo e apenas 4 habituais titulares.
Algumas vozes da Federação Internacional e da Organização manifestaram preocupação pela integridade física dos jogadores. Graham Henry, treinador da Nova Zelândia, declarou, em conferência de imprensa, ter receio de lesões e esperar contar com a equipa na sua máxima força para o jogo seguinte contra os escoceses. Acrescentou ainda que é em jogos como este que as equipas menos competitivas podem progredir e estar muito contente por ter esta oportunidade de jogar contra Portugal. A seguir, tentou minimizar a questão das lesões declarando “Os jogadores são profissionais e estão habituados a estes confrontos. Não creio que haja problemas.”
Contudo, o Briteiros está em condições de informar que as preocupações do treinador neozelandês são bastante mais sérias do que quis deixar transparecer. Pessoa amiga ouviu-o dizer: “um país onde se pegam touros pelos cornos não devia ser autorizado a entrar no Mundial. Se conseguem parar uma besta de 500Kg, imaginem o que farão a jogadores que pesam, no máximo, 130!? É muito perigoso!”.

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:: enviado por U18 Team :: 9/12/2007 01:54:00 da tarde :: 3 comentário(s) início ::

O Michael Moore italiano

Beppe Grillo está a tornar-se um fenómeno impressionante. Actor cómico notabilizado no teatro, no cinema e na televisão, tem vindo, com o passar do tempo, a endurecer o seu discurso, cada vez mais satírico e contestatário. No passado, dirigiu várias lutas em prol da defesa do ambiente e contra os grandes monopólios. Hoje é considerado um verdadeiro militante que se indigna com a maneira como o Estado gere os seus negócios em toda uma série de domínios na Itália.
Beppe Grillo é também o animador de um blogue que é o mais visitado de Itália e um dos 20 mais visitados em todo o mundo, segundo o Technorati. A sua iniciativa de organizar uma jornada de protesto no Sábado passado foi um sucesso. Em dezenas de cidades, o V-Day ou Vaffanculo Day — uma expressão que diz tudo e que não precisa de tradução — reclamou a “limpeza” do Parlamento. Para tal foram recolhidas 300.000 assinaturas.
No seu blogue ele explica que há actualmente no parlamento 25 deputados condenados pela justiça. Os jornais italianos dizem que a direita critica abertamente Beppe Grillo, mas à esquerda, o entusiasmo que ele suscita é mais embaraçante, tanto mais que dois ministros da esquerda, um magistrado anti-corrupção e o chefe dos Verdes, o apoiam.

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:: enviado por JAM :: 9/12/2007 10:08:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

terça-feira, setembro 11, 2007

Mas que las hay, las hay

A propósito das teorias da conspiração sobre o 11-S, que invariavelmente ressurgem todos os anos por esta altura, Robert Fisk colocava, há dias, as seguintes questões: como pode alguém acreditar que o governo da parelha Bush-Cheney tivesse sido capaz de organizar um conluio para executar os atentados do 11-S? Essa parelha, que não tem feito mais nada senão arruinar tudo e que está farta de meter a pata na poça, como pode alguém pensar, insiste Fisk, que tivesse podido organizar os crimes contra a humanidade perpetrados nos EU no dia 11 de Setembro de 2001?
Mas, quem foi que disse que eles têm arruinado tudo? A agenda da Administração Bush-Cheney procurava, entre outras coisas, o contínuo desenvolvimento dos arsenais nucleares americanos, a destruição da Convenção de Genebra em matéria de tortura, a limitação severa dos direitos cívicos e das liberdades fundamentais nos Estados Unidos... Quem foi que disse que eles não alcançaram esses objectivos? Além disso, o triunfo mais importante do duo Bush-Cheney é a manipulação da opinião pública americana após o 11-S. É isso que explica a reeleição de Bush, um político que interrompe as suas frases, que não sabe nada e que titubeia ante cada sílaba.
É certo que o ilustre correspondente do Independent para o Médio Oriente se refere ao desastre do Iraque. Mas, mesmo esse imbróglio nunca deixou de estar nos planos nefastos dessas personagens como forma de perpetuar a presença invasora na região. No fim de contas, a noção absurda de que “não podemos sair do Iraque, porque isso provocaria uma guerra civil”, está cimentada precisamente nesse caos e nessa desordem. Mais ainda, hoje o Irão está a ser acusado pela Casa Branca de ser o responsável pelo fiasco no Iraque. Desse modo, o desastre no Iraque serviria para justificar o ataque ao Irão num futuro não muito distante.
O erro de Fisk foi ter caído na armadilha de Bush-Cheney. Vamos por partes...

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:: enviado por JAM :: 9/11/2007 01:37:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

segunda-feira, setembro 10, 2007

Se não podemos dar-lhes o homem, damos-lhes o vídeo

Faz agora um ano, um relatório dos serviços secretos franceses, citando os seus homólogos sauditas, anunciavam que Bin Laden teria sucumbido a uma crise de febre tifóide, no Paquistão, embora a própria Arábia Saudita tenha admitido na altura que poderia tratar-se de mera especulação. Agora, o homem cuja cabeça vale 50 milhões de dólares volta a aparecer, na sua indumentária habitual, com a barba bem cuidada, na boa tradição árabe, e aparentando uma saúde razoável apesar das olheiras. Nesta reaparição, que pretende marcar mais um aniversário do 11-S, Ben Laden denuncia Bush e Blair e evoca – para mostrar até que ponto a gravação é actual – o novo presidente francês Sarkozy e o novo primeiro-ministro britânico Gordon Brown.

Lembra o semanário Newsweek que as forças americanas no Afeganistão estiveram tão perto de descobrir Bin Laden no Inverno de 2004-2005 que os seus partidários estiveram quase a abatê-lo só para evitar que ele fosse capturado. O mesmo número da revista acrescenta que os intensos esforços de Washington para o encontrar não produziram resultado em seis anos: “Não houve nenhum indício sério sobre Osama Bin Laden desde 2002”, são palavras de Bruce Reidel, um agente da CIA na reforma.
Vincent Marissal extrai desta análise o falhanço da captura de Bin Laden: a Newsweek narra a reacção de George Bush, em 2005, quando os dirigentes da CIA lhe deram conta dos fracos progressos alcançados na caça a Bin Laden no Afeganistão e no Paquistão. “Mas vocês não dispõem de mais recursos no terreno?”, espantou-se Bush. “Não, senhor presidente, o Iraque está a consumir-nos quase todos os recursos”, terão respondido os esbirros da CIA. Os Americanos, depois de terem carregado em força sobre o Afeganistão, desviaram-se dele, como uma criança que deita fora um brinquedo cujas pilhas se descarregaram, e voltaram-se para o Iraque. E agora, é o pequeno Canadá quem vai ter que conseguir o milagre em pouco tempo? Missão impossível”.

O vídeo legendado em inglês:

O vídeo legendado em francês:

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:: enviado por JAM :: 9/10/2007 10:28:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

Em vez de debate, podiam chamar-lhe abate

Estou a assistir ao Prós e Contras sobre o caso McCann e, depois do que vi até agora, não resisto a reproduzir aqui o que o Pedro Picoito escreveu esta manhã:
Um Prós e Contras, como o nome indica, requer alguém que esteja por qualquer coisa e alguém que esteja contra qualquer coisa. Ora, pergunto eu, os “especialistas” na matéria (que hoje são mais ou menos dez milhões de portugueses) vão estar por e contra o quê?
Haverá um representante dos assassinos e raptores de criancinhas? E outro das próprias criancinhas? E os cães, senhores, os cães? E o turismo do ALLGARVE, please don’t forget.
Deve ser a isto que chamam serviço público.


:: enviado por JAM :: 9/10/2007 10:13:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

Perguntar não ofende (57)

Uma ideia para a equipa de Scolari?


:: enviado por U18 Team :: 9/10/2007 08:55:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

domingo, setembro 09, 2007

Matemática ... a sorrir

Uma mãe é 21 anos mais velha que o filho.
Daqui a seis anos a mãe terá uma idade 5 vezes maior que o filho.
Pergunta : Onde está o pai agora? Justifique.
..............................................
PS: A sorrir também se aprende!!!

:: enviado por ja :: 9/09/2007 03:17:00 da tarde :: 4 comentário(s) início ::

sábado, setembro 08, 2007

Porque hoje é Sábado... e Verão


:: enviado por JAM :: 9/08/2007 01:51:00 da tarde :: 1 comentário(s) início ::

sexta-feira, setembro 07, 2007

Avançada islamista em Marrocos

Tudo indica que hoje a Bolsa de Casablanca deveria desmoronar-se, o dirham afundar-se... mas tal não vai certamente acontecer. Muito embora as sondagens anunciem a vitória dos islamistas nas legislativas de hoje, fazendo com que o PJD — Partido da Justiça e do Desenvolvimento — venha a tornar-se a primeira formação do país, nenhum vento de pânico sopra sobre o reino alauita. Ninguém espera, nem uma guerra civil à argelina, nem um novo Afeganistão talibã, nem um Irão dos mollahs, pois os islamistas, mesmo tendo a maioria dos votos, serão facilmente absorvidos por um sistema político suficientemente forte para canalizar a vantagem por eles alcançada.
É ao Rei, apoiado pelas forças armadas, que a Constituição confere o essencial dos poderes. Nesta monarquia parlamentar, mas sobretudo autoritária, é o soberano que nomeia o primeiro ministro e a margem de manobra do Palácio é tanto maior que os 325 deputados são eleitos pela proporcional que, atendendo ao número de partidos em liça (trinta e três), induz uma tal dispersão de forças que só uma coligação de partidos poderá vir a formar governo.
Se Mohammed VI decidir escolher um primeiro-ministro oriundo do PJD, os islamistas terão que procurar aliados e entender-se com eles. Se, pelo contrário, o Rei escolher um tecnocrata, um socialista ou um nacionalista do Istiqlal, os islamistas não terão outro remédio senão ficar na oposição ou de ser apenas um partido subalterno. Não haverá portanto terreno para a instauração da charia, mas isso quer dizer o quê? Que não vai acontecer nada? Que, se eles ganharem, ficará tudo na mesma?
É claro que não. Esta avançada dos islamistas em Marrocos não fará mais do que confirmar a sua progressão no mundo arabo-muçulmano em geral. De Marrocos ao Paquistão, o islão político está em franca progressão porque se trata da única ideologia que se opõe, não só à corrupção dos regimes que estão no poder, mas também ao desgaste e ao falhanço das correntes nacionalistas procedentes da descolonização. Face ao atraso em relação ao Ocidente e à Ásia, o jovem e efervescente mundo árabe procura a sua renascença, numa sede de identidade que tão cedo não será saciada.
É um problema crucial deste início de século e, se as eleições de hoje em Marrocos são tão importantes é também porque elas poderão igualmente confirmar que o islamismo é solúvel na democracia. Tal como os islamistas turcos, que tiveram que renunciar à violência para chegarem ao poder e se transformarem em governo — conservador e religioso, mas bom gestor e respeitador do sufrágio universal — o PJD marroquino teve que moderar-se bastante para conquistar a confiança do eleitorado.
Compreendeu que Marrocos não deseja nem vestir o véu, nem isolar-se do mundo, nem privar-se do turismo, que é a sua principal riqueza. Quer fiquem no governo, quer na antecâmara do poder, poderão moderar-se ainda mais e é esse o grande desafio da monarquia marroquina.

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:: enviado por JAM :: 9/07/2007 12:03:00 da manhã :: 1 comentário(s) início ::

quinta-feira, setembro 06, 2007

Era uma vez um tenor pop

Com a sua característica barba negra, o seu sorriso e a sua generosa corpulência, Luciano Pavarotti impôs-se nos palcos de todo o mundo, desde a Scala de Milão à Metropolitan Opera de Nova Iorque, passando por muitos palcos atípicos como a Torre Eiffel, a Praça Vermelha ou a Cidade Proibida.
Quando nasceu, em 12 de Outubro de 1935, em Modena, o pequeno Luciano gritava com tanta força que o médico disse aos pais que o menino daria um “excelente tenor”. Enquanto esperava que se cumprisse a profecia do médico, Pavarotti começou a cantar nos coros do teatro da ópera local e preparou-se para ser professor.
Ao ganhar um concurso em 1961, Pavarotti entrou na ópera interpretando o papel de Rodolfo, na Bohème de Puccini. Nesse mesmo ano, cantou a Traviata em Belgrado. Depressa actuaria em numerosas outras salas europeias, em Amsterdão, Viena, Zurique, Londres...
Exigente consigo mesmo, Pavarotti — que decidiu limitar a sua actividade a uma centena de concertos por ano — foi acompanhado inúmeras vezes por divas da ópera, como a espanhola Montserrat Caballé. Juntamente com os espanhóis José Carreras e Plácido Domingo formou a famosa equipa dos “Três Tenores” que, em ocasiões excepcionais, apresentavam macroconcertos transmitidos no mundo inteiro.
Alegre e às vezes colérico, voluntarista ao ponto de ter perdido 35 quilos em poucas semanas só para cantar Werther, o tenor gravou dezenas de discos desde 1964. Capaz de cantar em todos os registos, desde o clássico à música ligeira, passando pelo canto napolitano, Pavarotti não hesitou em formar duos com Sting, Joe Cocker, Mariah Carey e muitos outros, em prol de causas humanitárias.
O tenor, que foi galardoado com vários Grammys, tinha iniciado em Maio de 2004 uma digressão de despedida — pouco antes de festejar 70 anos — que teve que interromper em Julho de 2006 para ser operado a um cancro no pâncreas...

A ler e ver ainda:
VÍDEO: Ave Maria (Schubert)
VÍDEO: Nessun Dorma (Puccini)
VÍDEO: Una Furtiva Lagrima (Donizetti)
VÍDEO: O sole mio
VÍDEO: Pavarotti e Barry White (You are the First, the Last, My Everything)
Filmografia de Luciano Pavarotti (IMDB)


:: enviado por JAM :: 9/06/2007 11:11:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

terça-feira, setembro 04, 2007

Corrupção a quanto obrigas....

No Bangladesh por suspeitas de corrupção metem na grelha um ex-primeiro-ministro.
E cá o que é que acontece? Nem chegam a ser suspeitos!!!
Vai mesmo ser necessário pedir-lhes autorização para transcrever e publicar as escutas....

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:: enviado por touaki :: 9/04/2007 09:32:00 da tarde :: 2 comentário(s) início ::

segunda-feira, setembro 03, 2007

A coerência de Louçã e o carácter de Sócrates

No caso da licenciatura de José Sócrates, depois de Marques Mendes ter exigido esclarecimentos sobre a verdade que poderia ter sido escondida, Francisco Louçã apressou-se a dizer que não participava em «julgamentos de carácter». Homem que é homem não anda na política a avaliar o carácter dos outros. A política faz-se de coisas mais nobres.
Ontem, porém, Louçã diz que se não houver referendo ao Tratado Europeu, isso só pode ser «uma prova de mau carácter» do Primeiro-Ministro. Não disse só que estava errado, que era mau para o país, que devia ser contestado. Era sobretudo prova de mau carácter.

Filipe Anacoreta, O Cachimbo de Magritte


:: enviado por JAM :: 9/03/2007 09:33:00 da tarde :: 0 comentário(s) início ::

sábado, setembro 01, 2007

Porque hoje é Sábado... e Verão


:: enviado por JAM :: 9/01/2007 11:28:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::

Michelle Bachelet e José Sócrates, o mesmo combate

Centenas de milhares de chilenos tentaram manifestar na Quarta-feira para protestar contra o modelo económico neoliberal levado a cabo pela presidente socialista Michelle Bachelet. Mas as manifestações foram severamente reprimidas pela polícia de choque, que não hesitou em utilizar gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar a multidão que manifestava pacificamente.
O senador socialista Alejandro Navarro, que se encontrava entre os manifestantes na Plaza Itália, no centro de Santiago, foi traiçoeiramente atingido na cabeça com um objecto contundente, como mostram as imagens difundidas pela televisão chilena:

A presidente explicou recentemente que “não compreendia que alguém pudesse pôr em causa a vocação social do seu governo, nem as melhorias que ela já obteve”. Mas os manifestantes, entre os quais muitos daqueles que votaram nela, exigem um Estado mais justo e mais social e imputam a falta ao seu modelo neoliberal. Dizem por exemplo que “é inaceitável que quando se faz uma greve os patrões tenham o direito de contratar trabalhadores substitutos para ocupar o lugar dos grevistas”.
Por todo o lado, é cada vez mais patente que o sistema capitalista nunca foi capaz de construir uma tabela de valores e que a única que vem usando é uma escala de valores inspirada na da Idade Média. Mas mesmo essa está a ser desfeita à medida que o capitalismo se vai desenvolvendo.

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:: enviado por JAM :: 9/01/2007 09:25:00 da manhã :: 0 comentário(s) início ::