domingo, setembro 30, 2007
Menção à sacanice
(Era importante divulgar o que faz esta canalha; sugiro que cada um/a ponha uma menção à sacanice no seu blog)
(Era importante divulgar o que faz esta canalha; sugiro que cada um/a ponha uma menção à sacanice no seu blog)
Etiquetas: Europa, Rússia, União Europeia
Ao que parece, a presidência portuguesa da UE tem sido impressionante. Pessoalmente, não tinha dado por nada mas suponho que o facto de não ser especialista em assuntos europeus e de não fazer parte do Governo tenha contribuído para esta impressão. Aliás, sinto-me até um bocadinho mal por ainda não ter vislumbrado o brilhantismo da presidência portuguesa e de não haver nada neste artigo que me faça pensar o contrário. Tirando os dossiers “quentes” que estão todos por resolver e o “empenho” de Luís Amado não consegui perceber em que é que fomos impressionantes. Também tenho reparado que o Sr. Ministro da Agricultura leva sempre os Comissários Europeus a passear de barco no Douro e a beber vinho do Porto e que é mal-educado para quem o aborda na rua com alguma critica. Lamento, mas não me impressiona.
Nos anos que já levo de vida na UE, sempre ouvi dizer que as presidências gregas são um desastre, nada avança e todos querem que terminem depressa. Não me consta que os gregos vivam pior por causa disso, que recebam menos subsídios europeus ou que tenham um menor crescimento económico. Estou mesmo em crer que se dessem a escolher aos portugueses entre ter um governo “impressionante” na presidência da UE ou um governo que contribuísse para melhorar o seu nível de vida, as pessoas eram capazes de escolher a segunda opção.
Etiquetas: Estados Unidos, Iraque
Se bem que Santana Lopes me proporcione quase sempre bons momentos de humor, a escolher entre o ouvir a ele ou a Mourinho até sou capaz de preferir Mourinho. Mas, caramba, o homem foi convidado pela SIC para falar sobre as trapalhadas da eleição do líder do maior partido da oposição e é interrompido para mostrar a chegada ao aeroporto de um treinador? Que, obviamente, a única coisa que tinha a declarar era que o deixassem em paz e que não tinha nada a dizer.
Parece terem sido critérios editorais que ditaram a interrupção da entrevista e a passagem ao directo do aeroporto. Serão os mesmos critérios que põem telejornais a falar meia hora sobre os dotes boxistas de um outro treinador? Ou que interrompem uma notícia sobre um acontecimento económico que nos pode afectar a todos para anunciar (em primeira mão, claro) a transferência para o estrangeiro de um jogador de futebol?
Será que as escolas de jornalismo passaram a ensinar que o único critério para dar prioridade a uma notícia é se ela está ou não ligada ao futebol?
A selecção de Rugby terminou ontem a sua participação no Mundial de Rugby com uma derrota tangencial contra a Roménia — a quem apenas ganhámos apenas uma vez e que nos derrota, normalmente, por mais de 30 pontos. Obviamente, ninguém gosta de perder mas há derrotas e derrotas. Até agora ouvi calado os (poucos) exageros eufóricos sobre as prestações da equipa portuguesa que não farão muito sentido e os comentários jocosos e/ou depreciativos de que este é apenas um exemplo. Se os primeiros são fruto de alguma falta de realismo que não faz mal a ninguém, já os segundos fazem parte de uma irritante característica bem portuguesa de demolir qualquer iniciativa que não tenha como consequência imediata sermos os melhores do Mundo. Como se colectivamente fossemos os melhores do Mundo no que quer que seja. Chegou o momento de pôr os pontos no y.
— Tirando 2 ou 3 profissionais a meio tempo, a equipa portuguesa é constituída por jogadores que têm uma profissão ou são estudantes, que treinam a partir das 8 da noite, que não recebem absolutamente nada por jogarem Rugby e que sacrificam boa parte da sua vida pessoal pelo desporto de que gostam. Os resultados alcançados neste Mundial, não sendo brilhantes, estão em consonância com a diferença de preparação e profissionalismo das equipas participantes com vantagem para Portugal que conseguiu, apesar de tudo, esconder e reduzir essas diferenças.
— No Rugby, a melhor equipa em campo ganha sempre. As características do jogo não permitem defender com 15 debaixo dos postes, anti jogo ou perdas de tempo. Joga-se da mesma maneira do primeiro ao último minuto. Estas características e as regras de pontuação (discutíveis) podem provocar resultados bastante desnivelados que nem sempre fazem justiça ao esforço relativo de cada equipa.
— Uma equipa como a portuguesa jogar contra a Nova Zelândia é o equivalente a um clube amador de basquetebol jogar contra o “Dream Team” americano. Aceitam-se apostas se o resultado passaria ou não dos 200.
— A equipa portuguesa pratica um jogo estruturado em que as técnicas básicas estão dominadas e são bem utilizadas. Pratica um Rugby atraente com prioridade à circulação de bola. Em relação aos seus adversários neste Mundial, faltou-lhes o ritmo competitivo e a preparação física que só se conseguem participando neste tipo de competições.
— Quando pago para ver um espectáculo desportivo, a única coisa que posso exigir da equipa de que sou adepto é uma entrega total e um esforço para fazer o melhor possível. Se numa representação nacional vir ainda amor pela camisola e jogadores a chorar depois de uma derrota o resultado passa a ser o menos importante.
— Com todo o respeito pelos meus amigos do futebol (desporto que adoro e que também pratiquei – bastante mal, diga-se), também poderia dizer que nunca ganharam nada internacionalmente a nível de selecções. Prefiro não ir por aí porque, apesar de tudo, acho extraordinários os resultados alcançados nos últimos anos por um país relativamente pequeno. Contudo, não consigo evitar a comparação entre a entrega de uma selecção de Rugby modesta e uma selecção de futebol constituída por vedetas, com ordenados mirabolantes, transportados em jactos privados para não se fatigarem e que consideram que num jogo de futebol só é preciso correr durante 15 minutos e que o resto se resolve à estalada no final do jogo.
— Não sei se o Rugby é de esquerda ou de direita. Isto é por modas. Lembro-me que a minha equipa — Económicas — desapareceu em 1972 quando metade da equipa foi presa pela PIDE no seguimento do assassinato de Ribeiro Santos. Com uma modesta participação minha e a ajuda - tão preciosa quanto imprescindível — de uma Associação de Estudantes conotada com o PCP, reconstituímos uma equipa no final dos anos 70. Havia de tudo: estudantes, trabalhadores, betos, queques, gente com dificuldades monetárias, MRPPs, PPDs e tudo o mais que se queira. Pagávamos para jogar (literalmente) e lavávamos os equipamentos (bom, no meu caso, mais a minha mãe). Se agora os jogadores da selecção são apontados como betos e queques, diz mais sobre o que (não) é o desporto em Portugal do que sobre os jogadores.
— Digam os seus detractores o que disserem, o Rugby é uma escola de vida: respeito pelos adversários, pelos colegas, pelo árbitro, pelo público. Não há simulações nem artimanhas. Recebe-se um golpe duro, levantamo-nos e continuamos. Não há queixas, não há lamentações, não há denúncias. Os batoteiros duram pouco no jogo. No Rugby, a batota paga-se cara onde deve ser paga: no terreno de jogo. Os jogadores mais talentosos não são vedetas. Sabem que sem o resto da equipa não durariam 5 minutos em campo. Nas escolas de Rugby não se ensina a impedir, por meios ilegais, o adversário de jogar. Nas escolas de Rugby ensina-se respeito, disciplina, espírito de sacrifício, técnica individual e colectiva. Se estes valores não estão na moda ou se são de “direita”, talvez o problema esteja na sociedade e não no Rugby.
— Por enquanto (e espero que continue) o Rugby ainda é diferente. Que outro desporto consegue encher um estádio de 40000 lugares para assistir ao jogo mais desnivelado da competição ou juntar 45000 pessoas para um encontro entre duas equipas “modestas” e sem público como são Portugal e Roménia?
— Só facto de ganharmos à Espanha de forma consistente nos últimos dez anos deveria incentivar o Governo a promover o Rugby escolar, ajudar os clubes e criar condições para que este desporto tenha o lugar que merece num país de futebol em que as cenas menos edificantes de um treinador ocupam meia hora dos telejornais.
Etiquetas: Ásia, China, Direitos Humanos
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O jogo de sábado entre Portugal e a Nova Zelândia teve o resultado que se esperava entre a melhor equipa do Mundo e a melhor equipa amadora do planeta. Apesar do desnível entre as duas equipas, nem os neozelandeses foram condescendentes ou paternalistas nem os portugueses foram ridículos. Ambiente fantástico, grande festa e algum espanto pelo facto de ainda haver um desporto que consegue pôr 40000 pessoas a assistir a um jogo em que o resultado final é conhecido antecipadamente.
Logo após o final do jogo e como é habitual, os jogadores das duas equipas que não participaram no encontro entraram em campo para fazer alguns exercícios físicos. Também como é habitual, os neozelandeses tinham uma bola de futebol. Foi quanto bastou para que os jogadores portugueses os desafiassem para um jogo.
Para surpresa dos espectadores ainda presentes e certamente para surpresa dos organizadores e jornalistas, um jogo do Campeonato do Mundo de Rugby com a presença da equipa favorita à vitória final e uma das mais profissionais do Mundo, terminou com uma peladinha entre as duas equipas. Resultado final: 2-1 para Portugal.
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Etiquetas: Neoliberalismo, Socialismo Moderno, Trabalho