sexta-feira, dezembro 31, 2004
Bom Ano!
Portanto, desejamos mesmo assim a todos um próspero Ano Novo de 2005!
SOS Crianças da Ásia (Unicef), CGD - NIB: 003501270002824123054
Médicos do Mundo, BPI - NIB: 001000009444999000170
Médicos do Mundo, CGD - NIB: 003505510000772213032
Missão na Ásia da AMI, BES - NIB: 000700150040000000672
Caritas, CGD - NIB: 003506970063091793082
Apelo da Cruz Vermelha, BPI - NIB: 001000001372227000970
É uma loucura gente... primeiro o mar começa a baixar... baixar... baixar... coisa de 50 cm a cada 3 minutos... os peixes pulando no vazio... vai levando tudo exactamente como na beira da praia... a onda recua para mandar outra e de repente lá vem o “mundão” de água... arrastando tudo... e mais em série... são uma 4 seguidas.... e a água invadindo tudo... com uma força por nós nunca vista....Foi assim que João Francisco Sombra, capitão do veleiro Guardian, descreveu por email o acontecimento mais notável da sua viagem à volta do mundo, iniciada em 1996 em San Diego, na Califórnia, e que prevê terminar no Brasil em 2012. O veleiro encontra-se actualmente em Phuket, uma das estâncias turísticas mais atingidas pela catástrofe, mas felizmente em doca seca, para refazer a pintura.
Anunciados já cerca de 30 mil mortos, dos quais quase metade no Sri Lanka, o maremoto asiático está infelizmente ainda longe do seu balanço final. Escrevemos aqui, há pouco mais de uma semana, sobre de que forma uma política activa pode salvar vidas. A este propósito, o jornal Guardian dá-nos agora conta da revolta dos cientistas internacionais, ao denunciarem a total ausência de sistemas de alerta no Oceano Índico que poderiam ter contribuído para salvar milhares de vidas.
No Oceano Pacífico, estão instalados mecanismos que permitem prevenir os riscos de tsunami, entre três e catorze horas antes da chegada das vagas, permitindo assim a evacuação atempada das populações.
A instalação de tais sistemas de prevenção de maremotos, nos países do Sudeste asiático tinha sido evocada em 2003, mas os governos respectivos acabaram por desistir da ideia, por estimarem que este tipo de acontecimentos era demasiado raro para justificar uma tal despesa.
Como aqui mostrámos, findo o tabu dos concursos de beleza e da rejeição dos simbolos da decadência da sociedade capitalista, a China tomou o gosto pelos desfiles de misses, ao ponto de (pasmem!) organizar o primeiro concurso de Miss Beleza Artificial. A ideia da competição surgiu depois de uma candidata ao título de Miss China, em Maio, ter sido desclassificada quando se descobriu que tinha gasto 13 mil dólares em cirurgias plásticas.
Depois de eleita Miss Beleza Artificial, Feng Qian teve que agradecer aos médicos as quatro operações plásticas a que foi submetida: uma que adicionou mais pele às suas pálpebras, uma lipoaspiração, novas bochechas e botox nos músculos da face. Todas as candidatas tiveram que apresentar provas em como tinham sido submetidas a intervenções cirúrgicas.
Mais valem umas dorzitas, é o que se deduz da recente descoberta de que o anti-inflamatório Celebrex seria responsável por um aumento significativo de problemas cardíacos entre os que tomam esta droga. São os mesmos efeitos secundários que levaram à retirada do mercado do Vioxx. Por enquanto a Pfizer Inc. não tenciona retirar este medicamento do mercado.
Depois dos chocolates natalícios proibidos por uma escola do Norte de França, foi a vez do reitor do liceu Van Dongen, em Lagny-sur-Marne, não muito longe de Paris, mandar retirar a árvore de Natal instalada na entrada do liceu, a pedido de um grupo de alunos, ao abrigo da lei sobre a laicidade nas escolas. A árvore de Natal, de quase dois metros de altura, foi retirada perante a incompreensão dos alunos que tinham contribuído para a sua decoração.
Perante as contestações, argumentando que a árvore de Natal não tem nada a ver com religião, que não passa de um símbolo festivo e, como tal, é bem mais antiga que o cristianismo, o reitor mudou de ideias e voltou a instalar a árvore mas, desta vez, no refeitório, onde só os alunos em regime de semi-internato têm acesso.
Com a polémica instalada, por causa de uma lei tão estúpida, como é que querem que aceitemos os turcos, se já nem os nossos valores tradicionais toleramos?
Leia mais aqui.
“Reality is that which, when you stop believing in it, doesn't go away.” – PKD
Faz hoje anos que nasceu um dos maiores escritores de ficção cientifica. Para alguns - entre os quais humildemente me incluo - um dos maiores escritores de sempre, injustamente acantonado num género literário de menor prestigio.
Obsessivo, paranóico, contraditório, meio louco? Talvez. Genial? Seguramente.
Philip K. Dick nasceu em Chicago a 16 de Dezembro de 1928 e morreu em 1982. Bastante desconhecido do grande publico, PKD escreveu cerca de 45 novelas e mais de duas centenas de pequenas histórias. Mesmo aqueles que não o conhecem terão certamente visto, e apreciado, algum filme baseado na sua obra. Desde o famoso Blade Runner (baseado no livro Do Androids dream of electric sheep?) até ao “Pago para esquecer” (Paycheck no original. Mais uma tradução infeliz) passando pelo Relatório Minoritário (uma deliciosa “short story” bastante maltratada pelo Spielberg) e Desafio Total (Total Recall no original, baseado no livro We Can Remember It For You Wholesale).
PDK foi um escritor sem igual pela sua originalidade. Viveu e escreveu obcecado pela percepção da realidade e pela essência do que é a humanidade. Apesar de ter escrito algumas obras menores (em puro estilo marcianos vs terrestres) forçado pela básica necessidade da sobrevivência económica, a maior parte da sua obra ultrapassa largamente os estreitos limites da ficção cientifica para nos interrogar sobre filosofia, sociologia e religião.
Porque a maneira como imaginamos o futuro diz muito sobre o modo como vemos e vivemos o presente, aqui fica uma pequena lista, totalmente subjectiva, dos 5 livros fundamentais de PDK:
- The Man in the High Castle/O Homem do Castelo Alto – Editora: Livros do Brasil
- VALIS/O Mistério de Valis - Livros do Brasil
- Ubik/Ubik Entre Dois Mundos - Presença
- The Three Stigmata of Palmer Eldritch/Os Três Estigmas de Palmer Eldritch : Livros do Brasil
- Flow My Tears, The Policeman Said/Vazio Infinito – Europa-América
"The basic tool for the manipulation of reality is the manipulation of words. If you can control the meaning of words, you can control the people who must use the words."
-- Em How to Build A Universe That Won’t Fall Apart in Two Days
“This, to me, is the ultimately heroic trait of ordinary people; they say no to the tyrant and they calmly take the consequences of this resistance.” PKD