Cristina Kirchner, esposa do actual presidente argentino, sucederá ao marido.
Tenha esperança. Impossible is nothing.
Os trabalhadores do BCP e do BPI estão surpreendidos porque nunca se fala deles neste carrossel de notícias, comentários e comunicados sobre a eventual fusão dos dois bancos.
A mim surpreende-me a surpresa. Obviamente, nos almoços, encontros e reuniões em que estas coisas são decididas, nunca se falou de trabalhadores. Os empregados (como preferem chamar-lhes) são um recurso como qualquer outro que deve ser rentabilizado ao máximo e custar o menos possível. Quanto muito poderão ter uma palavra de agradecimento (sem consequências) na apresentação de resultados ou uma palavra amigável por ocasião da festa de Natal.
Qualquer noção de responsabilidade social é estrangeira nestas negociações. Como sempre foi.
Para os que não eram nascidos ou para quem tenha a memória mais curta, recordo que o BCP foi criado e cresceu com pessoas a trabalhar 14 e 16 horas por dia sem qualquer compensação monetária, recusando mulheres porque tinham que cuidar dos filhos ou podiam engravidar, contratos a prazo e ligando muito pouco a esses pequenos detalhes que são os contratos colectivos. Isto nunca pareceu incomodar a consciência do Sr. Jardim Gonçalves, católico praticante e piedoso. Não creio que o despedimento de 2 ou 3 mil pessoas o incomode agora.
Vai então nascer o maior banco português para felicidade dos seus administradores e accionistas. Mais uns quantos juntar-se-ão às estatísticas do desemprego, a maioria das pessoas será ainda mais frágil na sua relação com a banca, haverá mais umas “minudências técnicas” do estilo dos arredondamentos de juros, os lucros serão impressionantes e o Sr. Jardim Gonçalves poderá recuperar o dinheiro que gastou com as traquinices do filho.
Só temos motivos para nos alegrarmos.
Segundo estas sondagens, o PSD subiu nas intenções de voto e está agora muito próximo do PS. Por outro lado, esta sondagem diz que 46,9% dos inquiridos não sabem que Filipe Menezes é o presidente do PSD.
Estarão os portugueses de tal maneira desesperados que preferem um desconhecido a Sócrates? ou só os que não sabem que Menezes é o presidente é que têm intenção de votar no PSD?
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Acabo de pedir humildemente desculpa ao meu filho. É que o rapaz perdeu umas botas de futebol que tinham custado 55 euros o que me deixou um bocado irritado. Lendo as notícias de hoje, relativizei as coisas.
Felipe Gonçalves, filho do Sr. Jardim Gonçalves, conseguiu estoirar com 12 milhões de euros que agora o pai teve de pagar. É certo que demorou algum tempo e só depois de o assunto vir a público mas a honradez não tem datas nem critérios de audiência.
Estou até a ouvir o Sr. Gonçalves a dizer para o filho “Eh pá! vê lá se para a próxima tens mais cuidado. Que isto não torne a acontecer.”, naquele tom entre a reprimenda e o carinho que só um pai pode ter. E, se calhar, nem sequer disse ao filho que, devido a este esforço financeiro, não vai poder trocar de carro este ano ou vai ter que reduzir a 5 dias a semana de ski em Gstaad. Segundo as últimas noticias, até vai ter que continuar a trabalhar, quem sabe, se para poder viver decentemente.
Quero também agradecer publicamente ao Sr. Gonçalves o facto de, com este gesto, ter devolvido ao banco os juros que lhe paguei pelo apartamento. Deve-lhe ter custado porque, na altura, me pediram uma série de garantias e, coitado, já devia pensar que o dinheiro era dele.
Estou com o Sr. Jardim Gonçalves. Os rebentos, por vezes, são tramados mas não é por isso que deixam de ser nossos filhos. Felizmente para o Felipe, quem tem um pai tem tudo.
Etiquetas: União Europeia
E a África do Sul é campeã mundial de Rugby.
Como em qualquer campeonato de qualquer modalidade, ficarão sempre algumas interrogações sobre o mérito dos campeões: se tivessem jogado contra a Austrália ou a Nova Zelândia (com quem perderam nas Três Nações deste ano) teriam chegado à final? Se a arbitragem da final não tivesse tido algumas decisões infelizes, teriam ganho na mesma (atenção, não há aqui qualquer insinuação. Foi só isso mesmo, decisões infelizes)?
De qualquer maneira, a África do Sul foi das equipas mais regulares do princípio ao fim do campeonato, apresentou uma equipa impressionante quer individual quer colectivamente e… ganhou a final. Não há que lhes retirar uma gota de mérito nesta vitória.
A final foi mais ou menos o que se esperava: um espectáculo de alto nível a que só faltaram os ensaios para ser memorável. Um combate de avançados em que os ingleses encontraram (finalmente) um pack à sua altura. Ganhou quem soube aproveitar melhor as faltas do adversário e quem soube controlar melhor o jogo. Parabéns à África do Sul.
A questão que se coloca agora é o que vão fazer com esta vitória. Há já algum tempo que a polémica corre no país, com dirigentes do ANC a fazerem sucessivas declarações sobre a falta de representatividade da equipa nacional. Tradicionalmente, na A. do Sul o rugby sempre foi o desporto dos brancos enquanto o futebol é o desporto dos negros. Não tem que ser assim mas é assim. Como consequência, ontem, na equipa inicial, havia 13 brancos e 2 mulatos. Até agora, o treinador Jake White resistiu a todas as pressões e fez o que qualquer treinador deve fazer, ou seja, escolher o que considera serem os melhores jogadores para ganhar. Os resultados dão-lhe razão. Com a saída de White, as portas estão abertas para instituir uma espécie de sistema de quotas em que um maior número de jogadores negros entrará na equipa.
Em vez de aproveitar todo o dinheiro que, graças a esta equipa, tem entrado (e vai entrar) na Federação sul-africana para promover o rugby nos bairros negros e nas escolas e esperar pacientemente que uma politica de fundo e a demografia acabe por dar resultados, os dirigentes do ANC parecem preferir a solução fácil de impor uma maioria de jogadores negros na equipa independentemente da sua qualidade comparativa em relação aos brancos.
Ontem, como qualquer politico que se preze, Thabo Mbeki apropriou-se da vitória. Ele que também já mostrou o seu desagrado pela presença de tantos brancos na equipa nacional e que dá cobertura, implicitamente, ao sistema de quotas. Que aproveite bem este momento porque, a confirmar-se o que está anunciado, não se repetirá por muitos anos.
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Com uma exibição feita de paixão, a Argentina conquistou o 3° lugar no Mundial de Rugby e deixou a França inteira a matutar como é que alguma vez lhes passou pela cabeça que podiam ser campeões do mundo.
Os argentinos pareciam contentes por estar na “final dos perdedores”. Pudera, fizeram o melhor Mundial de sempre com uma equipa de amigos e que soube ultrapassar os enormes problemas que o seu próprio país lhes colocou e que foram desde a falta de verbas até uma certa indiferença inicial do resto da Argentina.
Os franceses não. Passados os primeiros 25 minutos, quando a Argentina marcou o primeiro ensaio, os jogadores franceses pareciam não querer estar em campo, como se o sacrifício de jogar para o 3° lugar se tivesse tornado insuportável. O pesado resultado final de 34-10 é a consequência lógica destes estados de espírito.
Comandados por um Pichot imperial, com um Hernandez magistral, um Contepomi quase infalível e uns avançados que foram buscar bolas onde os franceses nem sequer poriam os pés, reduziram a estilhaços o “querer” francês de acabar bem o “seu” Mundial e que se provou estar muito mais nas declarações antes do jogo do que na cabeça dos jogadores.
O rugby francês vale muito mais do que mostrou. Se acabarem com os delírios psicológicos à Laporte, se o novo treinador perceber quais são as verdadeiras virtudes dos seus jogadores e se não fizerem de um jogo de Rugby um drama nacional, poderemos voltar a ter o prazer de ver a França a jogar espectacularmente como já o fez no passado.
Esperemos também que o mundo do Rugby perceba finalmente que precisa da Argentina a jogar em mais competições internacionais (o três nações do hemisfério sul, por exemplo) e que o Rugby argentino resolva os seus problemas com o país. Para que esta exibição não seja um último tango em Paris.
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History never looks like history when you are living through it. — John W.
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Morreram 117 pessoas este ano em acidentes de trabalho.
É a isto que se referem quando falam de risco empresarial?
Há umas semanas atrás, o diário inglês The Sun intitulava a propósito do novo Tratado Europeu: “Nunca tão poucos decidiram tanto sobre tantos”, numa adaptação da famosa frase de Churchill e num resumo feliz do que é o novo Tratado, a maneira como foi discutido e como vai ser ratificado. Embora não sendo uma leitura de referência, admito que jornais como o The Sun conseguem, por vezes, traduzir numa frase aquilo que muitos sentem e que nos é apresentado como demasiado complexo para que entendamos.
Começou hoje em Lisboa a cimeira que conduzirá à aprovação do novo Tratado Europeu. Mais semana menos semana, mais voto menos voto, mais deputado europeu menos deputado europeu, o Tratado será decidido e ratificado sem a participação da esmagadora maioria dos europeus.
A generalidade dos políticos e da imprensa explicam-nos que a Europa precisa deste Tratado, que não pode funcionar sem ele e que os interesses da Europa se devem sobrepor aos interesses dos Estados (como se fizesse algum sentido que os interesses da Europa fossem contraditórios com o interesse dos Estados membros). Será que já ninguém consegue parar para pensar?
A Europa é constituída por Estados com interesses e culturas diferentes que se formaram, na maioria, uns contra os outros. Historicamente, todas as tentativas de unir a Europa acabaram em tragédia. Claro que ainda não chegámos aí, mas será que por termos um Ministro dos Negócios Estrangeiros europeu estaremos todos de acordo sobre o Iraque, o Kosovo ou o Irão? Será que a generalização da regra da maioria contribuirá para que aceitemos mais facilmente o que é decidido mesmo que nos prejudique? Será que um Parlamento Europeu eleito por 30 ou 40% da população e constituído por muitos políticos em fim de carreira e outros delicadamente afastados dos seus partidos nacionais, poderá funcionar como contrapoder e controlador da Comissão Europeia e do Conselho de Ministros? Será que temos de continuar a suportar que Comissários Europeus nomeados por Governos e sem a legitimidade da eleição directa continuem a imiscuir-se nos mais pequenos detalhes da nossa vida independentemente da nossa cultura e tradição? Será que as relações entre os Estados irá melhorar substituindo negociações em que se cede algo em troca de algo por decisões maioritárias em que se pode ceder muito sem obter nada?
Lamento mas desta vez não vou ler o Tratado. Pessoas mais inteligentes do que eu já nos explicaram que a coisa é complicada e não é para leigos. Acredito.
De qualquer maneira ninguém tem a intenção de nos perguntar o que pensamos. Na definição de democracia que esta gente pratica, o nosso papel deve limitar-se a votações de x em x anos para eleger aqueles que hão-de decidir por nós. Mesmo que se comprometam em campanha eleitoral a fazer uma coisa e depois façam outra. Mesmo que se trate de alienação da soberania nacional para que ninguém os mandatou.
É verdade que, para os eternos pedintes que somos nós portugueses, ter uma politica externa decidida por outros, ter um Banco Central que só se preocupa com a inflação ou não poder ter galheteiros nos restaurantes porque em Bruxelas alguém decidiu que é perigoso para a saúde, nos é relativamente indiferente. Porém, talvez nos devêssemos interrogar se, a continuarmos assim, um dia destes não nos vamos dar conta de que cada vez menos decidem cada vez mais sobre as nossas vidas.
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“ [a recente crise económica e social que a Europa atravessou] foi maximizada pela incerteza institucional decorrente da ausência de uma lógica de referência institucional aprovada a nível europeu” - Luís Felipe Menezes.
Alguém me pode explicar o que é que isto quer dizer?
Estávamos em 2003 e jogava-se a meia-final do Campeonato do Mundo de Rugby entre a França e a Inglaterra. A França era super favorita depois de um percurso imaculado jogando muitíssimo bem. A Inglaterra não tinha feito jogos particularmente inspirados e dizia-se que já era um feito estar na meia-final. A Inglaterra ganhou por 24-7.
Segundo consta, por culpa da chuva e de um certo Wilkinson.
No sábado, a história repetiu-se. A França jogava em casa onde não perdiam com os ingleses há 7 anos, tinham ganho os dois últimos jogos contra os ingleses confortavelmente e tinham acabado de mandar para casa a melhor equipa do mundo. Do outro lado, uma equipa inglesa de “velhos”, cujo único jogo decente neste Campeonato do Mundo os fez ganhar à Austrália e os pôs na meia-final.
A “terceira idade” inglesa fez o que os anciãos melhor sabem fazer: aproveitar os erros de juventude marcando um ensaio logo no segundo minuto de jogo; não se enervar com a reacção e a correria dos jovens que recuperam no resultado; ser paciente e acabar em beleza com um gesto do inevitável Wilkinson que todos sabiam que iria acontecer mas que ninguém foi capaz de contrariar. Sarkozy (que tinha descoberto uma paixão pelo Rugby) foi para casar meditar se afinal é mesmo verdade que “ensemble tout est possible” e a França inteira entrou em depressão. Pelo caminho, culpam o treinador, os jogadores e os ingleses. Parece que os ingleses fizeram essa coisa espantosa e inesperada de terem jogado “à inglesa” e a França não jogou “à francesa” o que quer que isso queira dizer.
Na outra meia-final, os Sul-africanos desembaraçaram-se com relativa facilidade de uma equipa argentina tão contente por ter chegado à meia-final que se esqueceu da disciplina que a tinha feito ganhar os jogos anteriores. Os boers, mesmo sem jogarem muito bem, foram tranquilamente acumulado pontos à medida que os argentinos se desintegravam como equipa. No final, um resultado lógico.
Faltam dois jogos para acabar o Campeonato do Mundo. O jogo de consolação é sempre triste para quem participa mas a França ainda tem o primeiro jogo, perdido contra os argentinos, atravessado na garganta e a Argentina quer provar que não foi por acaso que ganhou à França.
Na primeira fase a A. do Sul ganhou à Inglaterra por 36-0 (e, como dizem os ingleses, até tiveram sorte em marcar 0). Em teoria, são favoritos para a final. A Austrália e a França também o eram. O problema é que os ingleses só são mesmo bons quando não são fanfarrões e, sobretudo, quando os encostam à parede. Dois jogos a não perder.
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São capazes de não conhecer o Muleta Negra. Sem entrar em grandes pormenores, digamos que o Muleta Negra se dedica a um ramo da psicologia ligado ao convencimento do que é melhor para a pessoa. Sobretudo aqueles que, não recorrendo ao crédito bancário, se esquecem de pagar as dívidas a tempo. O Muleta Negra andava há algum tempo desaparecido. Creio que devido a um pequeno desaguisado com a Policia em relação à natureza das suas actividades e a um pequeno contacto físico com o seu ultimo cliente. Encontrei-o agora. Esgotado o assunto do futebol e talvez por estar perante um especialista do que alguns (sem conhecimento de causa) chamarão de intimidação, acabei por lhe perguntar o que pensava desta coisa de a Policia visitar sindicatos nos lugares onde o Primeiro-Ministro vai passar. Disse-me não estar a par do assunto (é preciso esclarecer que as leituras do Muleta Negra se centram mais no que vem publicado na “A Bola”). Resumi-lhe a situação.
- “Espera aí!”, disse-me ele. “Já fizeram algum inquérito?”.
- “Já”, respondi.
- “E disseram que foram lá para assegurar a liberdade e a segurança dos manifestantes, não foi?”.
- “Foi...!”
- “E disseram que não houve ingerência de mais ninguém e que foram primeiro ao Sindicato dos Professores porque era ali ao lado da esquadra, não foi?”
- “Como é que sabes!?”
- “E também disseram que não foram a mais lado nenhum porque, por acaso, encontraram ali tudo o que precisavam, não é?”
- “Mas ...”, respondi cada vez mais perplexo.
- “E a conclusão é de que não há nenhuma irregularidade e que o inquérito fica por aqui, não é?”
- “Sim!”
- “Pois… Amadores e profissionais", retorquiu com ar pensativo.
- “...???”
- “Porra! Esses tipos são mesmo profissionais. Sou mesmo um amador rasca”, dizia-me o Muleta Negra um pouco cabisbaixo.
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[J. Mário Teixeira, Sentidos da Vida]
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Santana Lopes garantiu que não é candidato à liderança da bancada parlamentar do PSD o que significa que Santana Lopes é candidato à liderança da bancada parlamentar. Como Santana Lopes só se candidata se tiver a certeza de ganhar (o ego já não aguenta mais derrotas), Santana Lopes será o próximo líder parlamentar do PSD.
De que maneira Menezes e Santana vão partilhar as migalhas de protagonismo que o deserto da oposição de Direita proporciona, será o fait-divers mais interessante da política portuguesa nos próximos meses.
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Entre o Argentina-Escócia e o U.Leiria-Benfica, transmitidos quase em simultâneo, acabei por preferir o jogo dos quartos de final do Campeonato do Mundo de Rugby.
Com uma pequena lágrima de remorso na minha alma de benfiquista.
Felizmente existe um canal no cabo onde são transmitidos os jogos em diferido e assim pude assistir ao jogo do Benfica um pouco mais tarde. Não foi um jogo especialmente bem jogado mas pelo menos já vi os jogadores do Benfica correrem um pouco mais e interessarem-se pela baliza adversária.
Só não percebi porque é que, durante todo o jogo, estava escrito “1994” no canto superior direito do ecrã o que incomoda um pouco a visibilidade. Tirando esse pormenor, estou muito contente com as transmissões da RTP Memória. Espero que continue.
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A Sainsbury’s é uma cadeia de supermercados inglesa com lojas um pouco por toda a Inglaterra. Recentemente, a empresa decidiu que os seus empregados de religião muçulmana poderiam optar por não tocar em embalagens de bebidas alcoólicas, ou seja, não precisam de arrumar as prateleiras de bebidas ou podem ser substituídos quando algum cliente se apresenta na caixa com algo que o impede de conduzir a partir de 0.5% no sangue.
Reparem que não se trata de obrigar os empregados muçulmanos a beber álcool ou a participarem nalgum convívio onde se beba como só os ingleses o sabem fazer. Trata-se apenas do manuseamento de embalagens, actividade que essas pessoas sabiam poder vir a ter que desempenhar quando foram contratadas. Sendo, admitamos, altamente improvável que a quebra de uma embalagem salpique um empregado muçulmano de forma a que este degluta, por inadvertência, o liquido proibido, não se vislumbra em que é que esse manuseamento possa ser incompatível com a crença religiosa de quem o faz.
Estranhamente, esta tolerância só se aplica aos muçulmanos e não tem qualquer reciprocidade: não consta que os empregados judeus se possam recusar a vender alimentos que não sejam kosher ou que um empregado católico se possa recusar a vender carne halal num supermercado da Arábia Saudita, na base de que é cruel para os animais.
A Sainsbury’s é uma empresa privada que, bem entendido, no quadro da legalidade fará o que lhe aprouver com os seus empregados. Todavia, não me surpreenderia muito se o “agradecimento” que a Sainsbury’s vai ter por este gesto for a exigência de não vender qualquer artigo que possa eventualmente ofender a religião muçulmana. Também estou em crer que a Sainsbury’s o fará diligentemente e que nem será preciso rebentar duas ou três bombas à porta dos seus estabelecimentos para o conseguir.
Por medo e por cobardia mas com a desculpa do respeito por não se sabe bem o quê, abdicamos, a pouco e pouco, dos nossos costumes, da nossa maneira de viver e, de caminho, da nossa cultura. Até ao dia em que nenhum muçulmano se sentirá ultrajado porque não haverá nada nem ninguém para o fazer.
Só me resta esperar que esse dia nunca chegará porque, entretanto, o bom senso vai prevalecer. Insha'Allah.
O jogo estava praticamente no fim e o Celtic ganhava ao Milão por 2-1 quando um adepto escocês invadiu o relvado em busca do minuto de glória e, muito provavelmente, impelido por alguma quantidade de cerveja.
Ao passar pelo guarda-redes do Milão – Dida, tocou-lhe na cara num gesto que, a todos os que assistiram, se pareceu mais como uma manifestação de afecto do que com uma agressão.
O que fez o bom do Dida? Primeiro, deu dois ou três passos em perseguição do invasor, para depois se estatelar no relvado como se tivesse sido fulminado por um raio. Mãos na cara e um esgar de dor. Obviamente, com a intenção de provocar a punição do Celtic e uma eventual repetição do jogo. A comédia terminou com a saída de Dida em maca e a sua substituição.
Mesmo que o Óscar de Melhor Actor 2007 já esteja praticamente atribuído (apesar dos esforços de Cristiano Ronaldo e da maioria dos jogadores a actuarem no campeonato português), creio que há um equívoco no futebol: em vez de mandarem o Beckham para Hollywood, não seria mais inteligente se os clubes contratassem gente como a Scarlett Johansson? O espectáculo seria de melhor qualidade e, de um ponto de vista estético, muito mais interessante.
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Segundo um desses barómetros de opinião que nos informam regularmente sobre a nossa opinião diária em relação aos mais diversos assuntos, 90% dos portugueses aprovam a actuação da PJ no chamado caso Maddie e 67% aprovam a actuação da comunicação social no mesmo caso.
Se em relação à PJ não tenho elementos para me pronunciar – embora tenha algumas desconfianças sobre a sua eficácia quando os suspeitos não confessam com um “apertão” ou as escutas telefónicas são irrelevantes – já em relação à comunicação social fico um pouco perplexo.
Serão porventura os mesmos que acham interessante e informativa uma reportagem de uma jornalista televisiva de que não me lembro do nome, à porta dos pais da criança versando sobre a quantidade de jornalistas presente no local e que entrevistava um outro jornalista que ali estava para fazer uma reportagem sobre a quantidade de jornalistas presente no local.
Pensava que o problema estava nas escolas de jornalismo. Com estudos de opinião como este, começo a pensar se o problema não estará no povo. Ou em mim.