quarta-feira, agosto 31, 2005
Alopatia versus homeopatia
Não sei se posso dizer que tenho um espírito cartesiano. Há alguns anos atrás tinha tendência para acreditar cegamente em tudo o que fosse cientificamente provado. Hoje em dia, à medida que a idade vai avançando, dou-me conta, cada vez com mais frequência, que desde que uma teoria científica consegue provar irrefutavelmente qualquer coisa, mais cedo ou mais tarde, haverá uma outra teoria científica que provará o contrário. Por isso, actualmente tenho tendência a ser como o S. Tomé : ver para crer.Isto tudo vem a propósito de um estudo publicado no prestigioso jornal britânico The Lancet a propósito da eficácia comprovada, ou não, dos tratamentos por homeopatia. O The Lancet publica agora um estudo feito por cientistas suíços et britânicos que conclui que a eficácia da homeopatia não é superior à de um placebo. Isto claro está depois de, por exemplo, em 1994 o mesmo jornal ter publicado um outro estudo que concluía o contrário.
Pois eu a propósito deste assunto gostaria de partilhar mais uma história que envolve os meus filhos. Quando o meu filho mais velho tinha 18 meses começou com um problema de saúde, não muito grave, e comecei a andar de médico em médico. A minha vida tornou-se bastante complicada visto que o problema provavelmente era de origem alérgica, mas não se conseguia descobrir a que produtos. Os médicos recomendavam que retirasse sucessivamente da alimentação do bebé todos os produtos que são susceptíveis de provocar alergias. Suponho que estão a imaginar o difícil que era de gerir e, sobretudo, nunca tive quaisquer resultados. Voltei-me então para a homeopatia. O que é certo é que desde que o miúdo começou a tomar as bolinhas de açúcar, que pensava serem bombons, a situação melhorou bastante e ao fim de pouco tempo os sintomas desapareceram. O tratamento durou cerca de um ano. Fiz três ou quatro interrupções do tratamento durante esse período e assim que parava os sintomas voltavam. Recomeçava o tratamento e os sintomas paravam novamente. Ao fim de cerca de um ano fiz uma nova interrupção e desta vez os sintomas não voltaram a aparecer, até hoje. O meu filho tem agora 15 anos.
Aconteceram-me entretanto outras “success stories” com a homeopatia, mas como me aconteceram a mim própria, ou aos meus filhos depois de mais crescidos, suponho que nesses casos poderíamos entrar nas estatísticas do efeito de placebo.